sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Pró caralho, meus barões

Augusto Alberto




Pobres já somos. Mas alguns ainda não perceberam. Disse o nosso “primeiro”. A este que passou, por artes de levitação, da condição de capacho a “presidente do conselho”, quero lembrar que há uns anitos, barões assinalados do PSD/PPD, com tarimba na arte da levitação, foram nomeados pelo “conselho”, para administradores do banco do estado. Com condição própria de barão, evidentemente. Logo no primeiro dia de “lavoira”, cumularam ao seu tempo de serviço, mais 12 (doze) anos de descontos para a segurança social. Clarifico: imaginemos um barão já com 20 anos de descontos, logo no instante em que sentou na sua magnífica secretária, fosse esse dia o único, fosse uma semana, um mês, um ano, ou mais, passou de uma penada, de barão com 20 anos, para barão com 32 anos, somado, ainda, o tempo em que na Caixa ”lavoirou”.
Em termos absolutos, muitos destes barões que clamam que não estamos em tempo de exigir os direitos adquiridos, não descuidam este seu adquirido direito. Em termos reais, um direito adquirido não deverá ser dado ao povo, mas deverá ser dado a barão, com mais uma importante condição. A de continuar a pregar a austeridade e a inevitabilidade da coisa, a exemplo do barão Ângelo Correia, que passou por aquele programa filho da puta, do miserável Crespo, onde muito bem clarificou publicamente a sua condição e direitos.
E é assim que chegamos ao dia em que um sem-abrigo da cidade do Porto, por causa de ter roubado um quarto de polvo e um champô, foi levado a tribunal e condenado a uma multa em cash. Pois é bem feita. Em vez de se arremeter a larapiar, tivesse elevado a sua condição à de barão. A melhor forma de perceber que quem rouba um quarto de polvo, para matar a larica e um champô para dar caça aos piolhos, vai à barra do tribunal e logo decretam uma coima, mas quem é social e politicamente barão, bem pode roubar o estado e o povo, sem que lhe seja aplicada coima em cash ou em modo de cadeia e ainda fica com a possibilidade de se candidatar, uma e outra vez, a barão e ladrão e a receber de novo os votos do amado povo.
Mas eu que não me emendo, digo-lhes: Pró caralho, meus barões.

2 comentários:

fygurata disse...

Vive-se hoje em Portugal dos tempos mais controversos e das maiores desigualdades que se possa imaginar. Estado este que pela dimensão social que acarreta todas estas imparcialidades não é compativel com um estado de direito e muito menos com um estado democrático. Não se percebe pois que as forças progressistas desta mesma sociedade não desempenhem um papel mais activo na divulgaçao e condenação de todos estes factos. Não é possivel continuar a manter uma figura publica depois de condenada em liberdade pois num estado de direito ela teria um apena agravada e exemplar por ser uma figura publica ou com cargos publicos. O julgamento do sem abrigo face ao estado da justiça actual mais parece ser um julgamento sumário.

Anónimo disse...

ESte cavalheiro faz-me pensar numa vara de porcos e não sei poquê.
Este prquê perturba-me, e espero não vomitar.