quarta-feira, 4 de julho de 2012

Avante o xeque-mate


Augusto Alberto


Avante o xeque-mate no serviço nacional de saúde sem necessidade de revisão constitucional. Esta é a verdade que todos precisam de saber. A coisa vai lesta, os portugueses continuam dormentes e a contra-revolução aproveita para navegar a todo o pano.
O Ministério recrutou em empresas de trabalho temporário enfermeiros, que tiveram a notícia de que o salário base será de 3 euros e 96 cêntimos por hora. Uma miséria dir-se-á. Eu também acho. Mas também acho que seguindo a lógica do laxismo e oportunismo (sempre aproveito para lembrar que o oportunismo tem um preço elevado logo na primeira curva apertada) as coisas só podem suceder assim. Onde é que muita desta gente anda nos dias em que se vota? Na praia! E se não for à praia, onde vota? Em menos estado, seguindo a ladainha corrente.
Será que algumas das pessoas que agora se veem confrontadas com um salário de 3.96 cêntimos/hora, ou você, cidadão, alguma vez pensou que estava a caminho a verdadeira marca de água do PPD/PSD e CDS, “quem quer saúde paga-a”? Nunca pensou, por mediana distracção, nunca se deu conta e acabou a votar na ignomínia? Pois ai está. Enfermeiros quase a pão e água, e doentes diabéticos internados no Hospital de Viseu, que ficam 12 horas, também sem pão e água, porque o comer acabou, desde que lhes foi cortado o suplemento alimentar nocturno e a água engarrafada deixou de ser distribuída.
O maldito “escorbuto” ceifou a vida a marinheiros que embarcaram rumo ao desconhecido. Por antinomia, agora, por excesso de laranja e consequente vitamina, (PPD/PSD e CDS/PP), também se vai morrendo. E até nem falta o padreca (Macedo), de capuz, terço e cruz em punho, ao sabor da tormenta, a envolver-se nas ladainhas que celebram a morte e de seguida a despachar os desgraçados nas águas, no caso, à cova.
Pequena nota: O padre Macedo foi um satírico e verrinoso pregador, arqui-inimigo de Pombal e de Bocage. Mas o Macedo de que aqui se fala é o sicário misantropo dos interesses privados na Saúde. Convém que seja despachado antes que não haja remédio.

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