sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A cassete invertida



 Acho que um dos “males” dos comunistas é terem razão antes de tempo. O que equivale a dizer que as análises feitas acerca da evolução da sociedade são muito bem estudadas, criteriosamente estudadas, não ao sabor de interesses mesquinhos e privados mas fruto de deduções lógicas. O seu azar, ou, melhor dizendo, o nosso, é que é a História que lhes dá razão.
Em 1997, antes do famigerado euro, 5 anos antes de, o secretário-geral do PCP era Carlos Carvalhas. Disse ele:
“A moeda única é um projecto político que conduzirá a choques e pressões a favor da construção de uma Europa federal, ao congelamento de salários, à liquidação de direitos, ao desmembramento da segurança social e à desresponsabilização crescente das funções sociais do Estado”.
Em 2012, em plena ditadura do euro, o secretário-geral do PCP é Jerónimo de Sousa.
Diz ele:
“O PCP é necessário, indispensável, sempre, ainda mais nos dias que correm. Não há luta organizada, consequente, eficaz sem o PCP, não há solução para os problemas nacionais sem o PCP (…)
Nestes tempos difíceis, aderir ao PCP é a opção que se coloca a todos aqueles que queiram agir consequentemente”.
Estamos perante o fenómeno da cassete invertida. É que com estas políticas é certo que será sempre, e sempre, e sempre, e sempre, e sempre, e sempre, mais do mesmo.
Putaquepariu a cassete, né?

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