Augusto Alberto (texto e foto)
Por cá um inócuo e pequeno
vigarista disse umas verdades que deixaram os correntes e verdadeiros
vigaristas incomodados e em pânico. (Ex-amigos
de Cavaco, diz o “El Mercúrio”, não pagam dívidas ao BPN. Arlindo de Carvalho
não reconhece que deve 60 milhões de euros. Duarte Lima entrou em incumprimento
total em Março).
E o Partido Socialista vai
correntemente sendo conhecido “pelo único
partido que não assinou os acordos
com a troika” e do “assim não”. E
ainda consegue a maravilha de ter uma deputada, filha de um fascista, tido por
grande pensador e homem de elevada craveira cívica, mais à esquerda do que a
velha esquerda antifascista do Partido, (ganda
nóia).
Enquanto, no mesmo quadro de
tempo, em Havana, a policia montou um esquema para recepcionar o enorme fluxo
de armas que corre na cidade, dá treino de tiro a professores, e desenvolve uma
credível indústria e o comércio de mochilas anti-bala, para estudantes, para
evitar mais sangue nas escolas. Como a mais bela “flag” pode ser esburacada por
um tipo aos tiros à toa, a decisão da troca de armas por senhas por alimentos
foi tomada após o sangrento massacre na pequena cidade de Newton, a pouco mais
de uma centena de quilómetros de Nova Iorque. O assassino, por ventura zangado
com a “union” e obcecado pelos velhos filmes de cavalos e cowboys de Hollywood,
colocou o massacre acima das piores probabilidades das perdas em combate no
Afeganistão, num só ataque. Contudo, a National Rifle Association, lembra que a
constituição americana permite o uso de arma e por isso o que vem escrito é
para ser levado a sério.
Ainda assim, depois do massacre
de Newton, passados mais dois dias, mais 4 cidadãos morreram na sequência de
uma batalha entre um condutor extraviado e a polícia e ainda, após mais dois
dias, 2 bombeiros, chamados a um fogo numa habitação, que se propagou às
habitações contíguas, perderam a vida, após serem alvejados a tiro, por um
sujeito também zangado. Esta é uma sociedade desavinda. Por isso, vai havendo a
compreensão de ser muito difícil acreditar que o capitalismo seja o fim da
história. Nesta nossa grande democracia representativa, é pois consensual que
muitos dos que acreditam, são suas vítimas. Cuide-se!
Entretanto, em Havana, a vida
continua calma. Os católicos foram, sem contratempos, na noite de 24 para 25 à
missa do galo à belíssima catedral de Havana e os restantes, foram curtir a
noite ao Malecon. Ver as estrelas, sentir o pequeno marulhar das ondas e ouvir
uns sopros de trompete, fagote ou clarinete. Cidade pacífica, onde as armas têm
por único objectivo defender a Revolução e, por essa via, o bem-estar das
crianças.
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