Numa
ocupação de um país os ocupacionistas, como se sabe, são sempre em maior número
do que os resistentes. Por muitas e variadíssimas razões que não caberiam
aqui, mas uma delas é, seguramente, a trabalheira que dá em resistir. É
muito mais cómodo ficar a ver onde as coisas param.
A
actual ocupação de Portugal é, pelo menos de forma declarada, a segunda da sua
História. Na primeira, a aceitação, ou resignação, dos portugueses foi total.
Calculem que até foi dado o nome de S. Filipe à cidade de Benguela, em
homenagem ao rei Filipe. Esse nome perdura ainda hoje, pois o Estádio onde joga
o Clube Nacional de Benguela exibe-o.
Com
tantas mudanças, algumas violentas e despropositadas, depois da conquista da
independência, a manutenção do nome deve ser para nos
lembrarmos que, um dia, já fomos espanhóis.
Para
os adeptos da actual ocupação portuguesa, os mais de 75% de eleitores que irão,
segundo as sondagens, votar nos partidos da troika, posso deixar aqui algumas
ideias, que farão muito bem aos seus egos.
Que
tal, na toponímia das cidades portuguesas, o Largo Fundo Monetário
Internacional, a Praça Banco Central Europeu, a Avenida Abebe Seilassié, a Alameda
Angela Merkel, a rua Goldman & Sachs, a Travessa Standard & poor’s?
E
já agora, um busto ao Fernando Ulrich, um banqueiro português de sucesso, que
em 2012 teve um lucro 250 milhões, isto apesar da “crise”, imaginem sem crise.
Portanto
aqui ficam umas dicas aos “tugas” que denodadamente com o seu voto vão fazer
com que o nível de vida desça ainda mais, o desemprego aumente ainda mais, a
degradação da escola pública se acentue ainda mais, a sabotagem à saúde pública
se intensifique ainda mais, a água encareça ainda mais, os banqueiros e outros nefandos do género
enriqueçam ainda mais.
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