quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

A propósito de bustos e ocupações


Numa ocupação de um país os ocupacionistas, como se sabe, são sempre em maior número do que os resistentes. Por muitas e variadíssimas razões que não caberiam aqui, mas uma delas é, seguramente, a trabalheira que dá em resistir. É muito mais cómodo ficar a ver onde as coisas param.
A actual ocupação de Portugal é, pelo menos de forma declarada, a segunda da sua História. Na primeira, a aceitação, ou resignação, dos portugueses foi total. Calculem que até foi dado o nome de S. Filipe à cidade de Benguela, em homenagem ao rei Filipe. Esse nome perdura ainda hoje, pois o Estádio onde joga o Clube Nacional de Benguela exibe-o.
Com tantas mudanças, algumas violentas e despropositadas, depois da conquista da independência, a manutenção do nome deve ser  para nos lembrarmos que, um dia, já fomos espanhóis. 
Para os adeptos da actual ocupação portuguesa, os mais de 75% de eleitores que irão, segundo as sondagens, votar nos partidos da troika, posso deixar aqui algumas ideias, que farão muito bem aos seus egos.
Que tal, na toponímia das cidades portuguesas, o Largo Fundo Monetário Internacional, a Praça Banco Central Europeu, a Avenida Abebe Seilassié, a Alameda Angela Merkel, a rua Goldman & Sachs, a Travessa Standard & poor’s?
E já agora, um busto ao Fernando Ulrich, um banqueiro português de sucesso, que em 2012 teve um lucro 250 milhões, isto apesar da “crise”, imaginem sem crise.
Portanto aqui ficam umas dicas aos “tugas” que denodadamente com o seu voto vão fazer com que o nível de vida desça ainda mais, o desemprego aumente ainda mais, a degradação da escola pública se acentue ainda mais, a sabotagem à saúde pública se intensifique ainda mais, a água encareça ainda mais, os banqueiros e outros nefandos do género enriqueçam ainda mais.

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