Augusto Alberto
Vi Pistorius ser batido inapelavelmente nos 100 metros , por dois
velocistas brasileiros. Exultaram os brasileiros, porque não é todos os dias
que se consegue fazer baixar para à poeira, um homem elevado à condição de
“mito”. E nos 200 metros ,
Pistorius também ficou de fora das medalhas. Mas um “mito”, tem a paciência de
esperar pelo seu tempo e nos 400
metros , colocou-se de novo na condição de “Deus”.
Ganhou, e os 90 mil que estavam no Estádio Olímpico, exibiram-lhe o carinho só
dado aos que fazem a diferença.
Mas passados 6 meses, Pistorius voltou à condição terrena.
Perdeu a cabeça e fez o pior dos resultados. Matou e “matou-se”. Duplamente
amputado, vai ser recordado pelo homem que se colocou a par dos homens que não
têm deficiência. Recordo que fez parte da estafeta de 4x400 metros, da África
do Sul, que ganhou a medalha de prata, em 2011 no Campeonato do Mundo, ainda
que só tenha alinhado na eliminatória. Pistorium, ajudou a colocar o desporto
para pessoas com deficiência no Olímpio, por isso tem o crédito de gratidão, como
testemunhei. Mas num momento de loucura, arruinou anos de trabalho árduo e
proveitoso, porque a cabeça do homem, de quando em vez, é insondável.
E Passos, que cabeça insondável e endógena moléstia tem, que
o levou a fazer promessas que depois não cumpriu? Ao contrário de Pistorius,
Passos, nunca franqueou as portas que levam ao galarim, apesar de vizinhos
entrevistados pelas tv’s, após levitado à condição de primeiro, garantirem que
estava ali um homem bom, sem perceberem que a tempo já tinha tomado as suas
opções de classe. Tutelado e de pucarinho com pessoas abstrusas e soturnas, foi
o escolhido para carregar com os interesses da elite liberal, após a derrocada
de classe de Sócrates, que se convenceu ser anjo, mas que afinal, desceu à
condição de crápula, para onde penderá, também Passos. Ambos por terem
apressado muitíssimo a pobreza e desse modo, levado homens com fome, ao
suicídio ou a viverem na rua.
Pistorius será
riscado do panteão, por causa de um momento. Mas a opção de classe, com ênfase
na classe alta, é um escarro. Esta é a odiosa diferença dialéctica. Então,
pergunte-se: como se pune quem mal trata as pessoas? Sobretudo, quando
economistas alinhados e comentadores mancomunados, a mando do ”xerifado”, ao
serviço da elite, se juntam em conclave numa sala de luxo de um hotel, à
socapa, para discutir como reformar as funções sociais do estado, que é o mesmo
que dizer, como tirar o pão aos pobres, para o dar aos ricos.
Se Deus existe, que os leve...
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