Augusto Alberto
Confesso que já me tinha esquecido de que havia mais
ministros para lá do primeiro. Passos, Relvas, Gaspar e do Pilrito, não fosse o
António José lembrar que há ministros do governo indígena que têm a mesma
opinião que o Partido Socialista, no que toca ao redimensionamento do papel
social do Estado. Ambos pressupõem que o pagode deve ter uma existência gota a
gota, e em permanente risco de queda. Com blagues como esta, não admira, pois,
que os restantes peles vermelhas do P. S., se sintam abespinhados e queiram
corrigir o destrambelho, que há-de passar, afiançadamente, por sangue e
lágrimas em torrente, a escorrer para um alguidar.
Mas voltando à questão central, do redimensionamento das
funções sociais do estado, é preciso que se diga que o se pretende é unicamente
eliminar funções vitais, em ordem a uma vida decente.
A este propósito deixo, como exemplo, a conversa que há dias
tive com uma cidadã, que necessita, com toda a regularidade, de acompanhamento,
medicação personalizada e atempada. Estava ciente da presença no hospital
central, em determinado dia e hora, para o respectivo acompanhamento,
reavaliação e continuada medicação, quando na véspera, inopinadamente, recebe
informação de que a consulta tinha sido adiada e a medicação que lhe garante a
vida, como até então, tinha sido abortada e no futuro, seria trocada, porque a
unidade hospitalar foi obrigada, a um compasso, por força da lei dos
compromissos. Abespinhou-se e cuidou-se, porque é estreito, o espaço entre a
sua vida e a sua morte.
Esta história levou-me a querer saber da lei e fui ao site
do Ministério da Saúde. Fiquei a saber que pode ser um horror! Bem sei que o
cidadão achará excessivo o aviso. Mas faz muito mal. Também ignorou avisos
sobre as alterações às leis do trabalho, e votou em quem as aviltou, mas vai
dando por elas, sempre que lhe caiam abruptamente sobre o canastro, como foi o
caso de um cidadão, que para a praia vai, no dia do voto, e que resumiu a
questão, a uma expressão exemplar: “miserável!”. Os factos ensinam-nos que o
pior modo de se perceber uma lei, é quando se pranteiam lágrimas. Pois é! Saiba
ainda, que os tampões têm utilidade social. Eu uso-os para tapar os ouvidos
sempre que me querem azucrinar a cabeça. As mulheres, para os devidos feitos. E
a elite burguesa, usa a social-democracia, o socialismo de rosto humano e a 3ª
via, para acalmar as vagas, sempre que a ira faz questão de galgar as margens
que balizam os seus interesses.
Sem comentários:
Enviar um comentário