terça-feira, 16 de julho de 2013

A todo o pano

Augusto Alberto

Eduardo Catroga recusou, por um momento, ser da direita torpe e tramontana, ao assumir uma posição inteligente e diferenciada a propósito da necessidade de arranjar uma solução que permita devolver esperança à nação. Chame-se também à conversa o P.C.P e o B.E., sugeriu. Mas não só! Adiantou que o primeiro Passos, por altura da 3ª ou 4ª avaliação regular ao programa de ajustamento financeiro, deveria ter aproveitado a ocasião, porque tudo estava a correr tão bem, o país tão disciplinado e cumpridor, para pedir a renegociação da divida.
Sem embargo de não se saber qual o tipo de renegociação que sugere, Catroga assinou, não uma bambochata, mas coisa sobre a qual os portugueses devem reflectir, porque a personagem, no caso em apreço, é de ouvir. Perguntemos, então: Quis Catroga puxar a esquerda até ao proibido risco azul? Não creio, ainda que à Direita desse muito jeito. Tenho a certeza de que os comunistas recusam pisar essa linha. Logo pagariam caro na frente eleitoral e de massas e isso não é de somenos importância, porque liquidado eleitoralmente o P.C.P. e anulado em termos de mobilização social, a seara ficaria à mercê da foice mais capciosa da direita. Ressalvado esse assunto, aquilo que Catroga reconheceu foi que a esquerda afinal tinha e tem razão, ainda que não tenha afirmado preto no branco, porque isso seria um tremendo sacrilégio ideológico, que o programa de assistência assinado pelo PPD, (o partido de Catroga, que ele, no caso assistiu), mais CDS e P.S., foi, é e será sempre uma aleivosia, que está a tirar ao povo, simultaneamente, o sono e o prato da comida da mesa.

Todavia convêm acrescentar que entre o que propõe o Partido Comunista Português e o Bloco de Esquerda, há diferenças e não são poucas. Ao cidadão, compete descobri-las. E desde já, também é preciso considerar, e em definitivo, que o Partido Socialista se prepara para fazer aquilo que sempre fez. Quando a frente social ameaça engrossar, lá vem o P.S. atirar neblina sobre o mar social encapelado, para fazer baixar a vaga. (Se não sabe que a morrinha e a neblina fazem baixar a vaga no mar, e as algas servem para produzir produtos de maquilhagem, fica agora a saber). E assim, vaga em baixo e os coirões a todo pano, a bolinarem por cima.

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