Augusto Alberto
Em tempos idos, A.C. ficou conhecido pelo “ministro dos
pregos”, a propósito de uma putativa intentona comunista. Estava-se no governo
da A.D, (PSD+CDS), dirigido por Pinto Balsemão e Freitas do Amaral e era o
tempo da primeira greve geral após o 25 de Abril, 12 Fevereiro de 1982. A
polícia apanhou uma furgoneta carregada de pregos e logo Ângelo Correia,
ministro do “interior”, indicou que se tratava de material para sabotar a
circulação rodoviária, nesse dia de greve geral. Mais tarde, na noite de 30 de
Abril para 1 de Maio desse ano, no Porto, Ângelo Correia, toda a direita e mais
o P.S., insistem na cabala. Com a chamada à cena da UGT, liderada à época por
Torres Couto, avança o denominado plano “Alfa”, que acabou com a morte, a tiro,
de dois trabalhadores.
Este Ângelo, homem de más explicações, como o da insurreição
dos pregos, que materialmente acabaram numa obra, evidentemente, ou das razões,
nunca explicadas, que o levaram a enviar a policia de choque para o Porto,
nesse 1º Maio de 1982, com o resultado referido, tem por hábito, também,
acertar nas análises, sempre com anos de atraso. Foi assim, a propósito do modo
como desancou na citada entrevista, o afilhado político, Passos Coelho. Mas não
se julgue que o pacóvio é imaterial e tem falta de esperteza. Pelo contrário!
Lembro o que disse à imprensa escrita, em 14 de Junho de 2010: - “A terminologia política sindical proclama a
existência de direitos adquiridos … Ora numa democracia, adquiridos são os
direitos à vida, à liberdade de pensamento, acção, deslocação, escolha de profissão,
organização política … Continuarmos a insistir em direitos adquiridos
intocáveis é condenar muitos de nós a não os termos no futuro.”
Mas mais tarde, a 24 de Outubro de 2011, numa entrevista à
RTP, torce e acomoda o raciocínio, perante a eventual supressão da acumulação
da referida subvenção vitalícia com vencimentos privados e reage a gosto: - “Os direitos que nós, (os políticos
subvencionados), temos, são direitos adquiridos”. Na vida, A.C. faz o
pleno. É pacóvio, esperto e “clérigo” absolutista. Aliás, alguma coisa me diz,
que tem sempre, no momento da liturgia, aconchegado ao peitinho, uma medalhinha
da santinha dos necessitados,Catarina de Alexandria.
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