sábado, 15 de março de 2014

Cus, cuzinhos, rabos, rabinhos…

Augusto Alberto


No Portugal despencado, gente velha vem à rua para protestar, porque lhes levaram o tribunal, depois de lhes terem levado a farmácia, o posto médico, a escola primária, os CTT e os filhos e os netos. Ou seja,  os portugueses do tédio rural e do fraco amparo, de volta e meia, levantam a verve, mas sem sucesso, porque, inaptos e relapsos, voltam sempre a votar em quem os rouba.
E na urbe, os outros, com o mesmo jeito, sentam-se à mesa do café para tomar a bica do dia e ler o jornal de tendência judaico-cristã. Irados, apontam para a notícia, que diz que o governo Sócrates deu muitos euros à Fundação Soares, para a livrar de apuros. Ou que, o banqueiro de tal, se reformou com uma reforma tão alta, que é um insulto. E que Jaime Gama, antigo presidente da Assembleia da República, senhor necessitado e com longos anos de vida adiante, foi anunciado como administrador do banco Espírito Santo, nos Açores. Mas esquecem que, em tempos chegados, votaram precisamente em Soares e Sócrates, e no banqueiro insultuoso, e em Gama. E, vergados, juntam um pouco as folhas do jornal, não vá alguém dar pelo baixo pudor, para no caderno interior, não ler as ofertas de emprego, que não há, mas olhar para as fotografias dos cus, cuzinhos, rabos, rabinhos, ou, em linguagem de forró, bunda, bundinha, bundão. Tudo anotado, mais ou menos, assim: - morena gostosa, especialista em chuchar, ou, menina meiga e terna, disponível para o fazer sonhar. O jornal viola, não há dúvida, a matriz judaico-cristã, que indica que é pecado publicitar o vício da carne e por isso, é mau. Todavia, o português, de tão pobre, já só consegue ler aquilo que o café lhe dá.
Contudo, os portugueses não deixam de ser bestiais. Os espertos dão o voto em troca da novíssima carrinha BMW e por isso, comparecem à hora, na urna, enquanto os que necessitam de um Portugal mais certo, dão falta de comparência, porque preferem viver de ganchos e truques. E ainda, resmungões e inconsequentes, tanto gostam de caldeiradas, (vide o manifesto pela renegociação da divida), como acreditam em “santos” ou em ranhosos, como os que agora indicam como muito necessário, renegociar a divida, feita em proveito próprio. Enquanto o P.S., armado em venerável, como sempre, bifurcado, à questão, diz “nim”. 

Em Portugal nada muda. Obedece e boceja, enquanto mantêm a fórmula de, socialmente, levar pontapés no cu. Tudo está escrito nos interstícios do “correio da manhã”.

1 comentário:

Anónimo disse...

By character, I mean the place was old when Napoleon was in power.
Visit Aix-en-Provence, which lies towards the north of Marseilles, and
explore four palaces and numerous museums and churches which are standing testaments a glorious and
rich past. Learn French in France and feel the difference straightway – you will
find conducive learning environment by practicing the language with locals.


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