quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Do mérito desportivo e do reconhecimento

Longe de mim por em questão a atribuição a quem quer que seja pela Câmara Municipal da Medalha de Mérito Desportivo e do Diploma de Reconhecimento.
São critérios, que sempre têm um toque de subjectividade perfeitamente normal e que se têm de aceitar e respeitar.
Parece-me, no entanto, e não quero deixar de o dizer, estes critérios muitas vezes pecarem por omissão.
Será este caso, embora muito possivelmente poderei dar a impressão de estar a puxar a brasa à minha sardinha, uma vez que Augusto Alberto é meu amigo pessoal. Mas acontece que dificilmente se poderá negar que é um dos maiores nomes do desporto figueirense nos últimos 30 anos. Os desportistas que com ele dividem esse pódio, segundo o meu critério, que também corre riscos, ainda estão em actividade como atletas.
Augusto Alberto tem um curriculum como desportista, onde se tem de atender a várias facetas, atleta, treinador, organizador e formador de jovens, que arrisco mesmo a considerar inigualável.
Curriculum vasto, seria entediante aqui colocá-lo, mas sempre é melhor recordar alguns factos relevantes, pelo menos entre os que tenho conhecimento. Os lapsos, que os terei certamente, serão por desconhecimento. Aí vai:
Na Associação Naval 1º de Maio reorganizou a secção de Remo, que estava moribunda, e formou o atleta Manuel Parreira, finalista do Campeonato do Mundo Júnior em Barcelona 1991. Dessa reorganização resultou o actual Centro Náutico do Clube. Luciana Alçada, utilizou os melhores meios à data criados no clube e foi também finalista do Campeonato do Mundo também em 1991, na Austrália, em doublle-skull. No Ginásio Clube Figueirense, como resultado da sua actividade recebeu o Diploma de Sócio de Mérito e está ligado, como treinador e atleta ao maior feito do Remo figueirense: a única vitória até à data de um Shell8+ sénior num campeonato nacional, em 115 anos de remo figueirense.
Para além de contar com dezenas de títulos nacionais em todos os escalões, em regatas internacionais os seus atletas somam várias medalhas de ouro, prata e bronze. Pertence aos quadros da Federação Portuguesa de Remo, onde já treinou a selecção A, que dirigiu em dois Campeonatos do Mundo e a Sub-23, que também dirigiu em três Campeonatos do Mundo. De momento é o responsável pelo remo, integrado no Projecto Paraolímpico, Londres’2012. Esteve recentemente nos Jogos Paraolímpicos de Pequim, tendo a sua atleta disputado a final B.
A componente social é importante em Augusto Alberto treinador: um dos factos de que se orgulha é que todos os constituintes de uma das suas tripulações de shell8+, campeã nacional nas classes de formação, Júnior, têm hoje, todos, formação superior.
No atletismo, como atleta não terá tido uma muito grande expressão, mesmo assim foi campeão distrital com a camisola do GR Vilaverdense nos 10.000 metros e nos 30 kms de estrada. Participou na criação da Associação Distrital de Atletismo do Distrito de Nampula e foi membro dos seus primeiros corpos sociais. Representou o Sporting local. Em Nampula, teve como tarefa mais relevante a construção da actual pista de atletismo da cidade de Nampula, inexistente à época. Foi também co-fundador da actual Associação Remo Beira-Litoral.
O pouco que aqui resumi é obra. Não tem nada, mesmo nada a ver com o ganhar um vice-título europeu numa brincadeira universitária de futebol de 5. Só porque não existe desporto universitário. Pelo menos nunca o vi.

1 comentário:

Anónimo disse...

Eu, o anónimo "neoliberal", subscrevo tal proposta de distinção desportiva do camarada Augusto Alberto.