A propósito do caso Freeport (onde alguém estará enterrado até as orelhas, mas como se deve calcular, não haverá culpados, não estivéssemos nós num país onde a culpa morre solteira, pelo menos a partir de um determinado extracto bancário) lembrei-me de um outro caso, na Figueira da Foz que vai ilustrando este texto (as fotos são actuais), e que só por mera coincidência terá algo em comum com o atrás referido.
Conta-se em duas penadas. Aí vai:
O Plano de Urbanização (PU) estava suspenso em duas freguesias, na de Lavos, freguesia rural no sul do concelho, e na zona urbana.
Acontece que o prazo de suspensão caducou na Figueira da Foz, muito provavelmente por distracção, por incompetência, ou mesmo porque os timings das negociatas não incidiram bem na coisa. Certo é que o presidente da edilidade chegou a ser constituído arguido. Mas “pas de problème”, terão pensado os senhores da Confraria do Bitumen. E, por artes mágicas, porque isto de corrupções e xico-espertismo devem ser do reino da ficção, lá desvendaram uma solução. Nem mais: utilizaram a suspensão do PU para a freguesia de Lavos, pois ainda estava vigente. Já a venda daqueles terrenos a privados revestiu-se de contornos um tanto nebulosos.
Apercebendo-se desta tramóia os eleitos da CDU na Figueira da Foz fizeram as démarches que tinham a fazer. Dois dirigentes locais do PCP dirigiram-se ao Ministério Público e ao Tribunal Administrativo de Coimbra onde as suas queixas tiveram uma recepção favorável. O problema terá sido encaminhado como processo administrativo e não como processo-crime e lá seguiu os trâmites normais e legais.
O blogue “Outra Margem” seguiu atentamente o desenrolar desta questão, como pode ver aqui. Não será caso único, há mais atentados em preparação, como o dos antigos terrenos da Alberto Gaspar Lda., ou mesmo o do campo de jogos da Freguesia de S. Pedro, a este último já me referi, aqui e aqui, para não falar noutros apetites que por aí andam vorazes, como os terrenos da Várzea de Tavarede ou o parque desportivo de Buarcos. António Agostinho, no “Outra Margem”, tem chamado a atenção para alguns destes atentados urbanísticos.Bem, continuemos na senda da queixa dos comunistas. Que chegou a Lisboa. Ao Supremo Tribunal Administrativo. Só que chegada aqui, finou-se, fim de viagem. Foi arquivada por falta de "matéria provatória". O que se soube é que a autorização para se passar por cima do PU e utilizar o de Lavos veio directamente do Gabinete do 1º ministro.
A coincidência entre os dois casos será mínima, ou como é suposto, mera coincidência, naturalmente.
Este ano é um ano de eleições autárquicas. A Câmara da Figueira será, como habitualmente, disputada por PS e PSD. Donde se conclui que os figueirenses não terão escolha possível, irão ter mais do mesmo. Depois de anos e anos, desde o “25” até 1997, com os “socialistas”. Depois com os “sociais-democratas”, com a retumbante vitória de Pedro Santana Lopes, até à data actual. E nada mudou. A “coisa” manteve-se perenal. Aliás, é perene.
Até um dia.
Conta-se em duas penadas. Aí vai:
O Plano de Urbanização (PU) estava suspenso em duas freguesias, na de Lavos, freguesia rural no sul do concelho, e na zona urbana.
Acontece que o prazo de suspensão caducou na Figueira da Foz, muito provavelmente por distracção, por incompetência, ou mesmo porque os timings das negociatas não incidiram bem na coisa. Certo é que o presidente da edilidade chegou a ser constituído arguido. Mas “pas de problème”, terão pensado os senhores da Confraria do Bitumen. E, por artes mágicas, porque isto de corrupções e xico-espertismo devem ser do reino da ficção, lá desvendaram uma solução. Nem mais: utilizaram a suspensão do PU para a freguesia de Lavos, pois ainda estava vigente. Já a venda daqueles terrenos a privados revestiu-se de contornos um tanto nebulosos.
Apercebendo-se desta tramóia os eleitos da CDU na Figueira da Foz fizeram as démarches que tinham a fazer. Dois dirigentes locais do PCP dirigiram-se ao Ministério Público e ao Tribunal Administrativo de Coimbra onde as suas queixas tiveram uma recepção favorável. O problema terá sido encaminhado como processo administrativo e não como processo-crime e lá seguiu os trâmites normais e legais.
O blogue “Outra Margem” seguiu atentamente o desenrolar desta questão, como pode ver aqui. Não será caso único, há mais atentados em preparação, como o dos antigos terrenos da Alberto Gaspar Lda., ou mesmo o do campo de jogos da Freguesia de S. Pedro, a este último já me referi, aqui e aqui, para não falar noutros apetites que por aí andam vorazes, como os terrenos da Várzea de Tavarede ou o parque desportivo de Buarcos. António Agostinho, no “Outra Margem”, tem chamado a atenção para alguns destes atentados urbanísticos.Bem, continuemos na senda da queixa dos comunistas. Que chegou a Lisboa. Ao Supremo Tribunal Administrativo. Só que chegada aqui, finou-se, fim de viagem. Foi arquivada por falta de "matéria provatória". O que se soube é que a autorização para se passar por cima do PU e utilizar o de Lavos veio directamente do Gabinete do 1º ministro.
A coincidência entre os dois casos será mínima, ou como é suposto, mera coincidência, naturalmente.
Este ano é um ano de eleições autárquicas. A Câmara da Figueira será, como habitualmente, disputada por PS e PSD. Donde se conclui que os figueirenses não terão escolha possível, irão ter mais do mesmo. Depois de anos e anos, desde o “25” até 1997, com os “socialistas”. Depois com os “sociais-democratas”, com a retumbante vitória de Pedro Santana Lopes, até à data actual. E nada mudou. A “coisa” manteve-se perenal. Aliás, é perene.
Até um dia.
2 comentários:
Andamos para aqui a fazer catarses, é o que é.
Bai daí, os senhores do PS e os do outro, o com D, já têm a campanha eleitoral paga.
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