quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O Sr. Madail, abaixo do mínimo

Augusto Alberto


As rábulas do futebol fazem as delícias de muita gente e mais do que isso, funcionam muitas das vezes, como um bom entretenimento. Foi exactamente, a propósito de uma dessas rábulas, no contexto do jogo Dinamarca/Portugal, que o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, mostrou do que é feito. Provocações feitas no contexto da guerrilha psicológica muito usual num mundo muitas das vezes nem sempre leal, o Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, deu o troco, mas de modo a colocar-se ao nível de um qualquer jogador, que tem na ponta das botas o clímax da resposta. Mas acontece que o Sr. Madail não é um sujeito qualquer e desse modo, não pode retorquir de modo descomposto. O Sr.Madail é Presidente da Federação Portuguesa de Futebol, que logo impõe equilíbrios e compostura e o obriga à procura de elementos que lhe permitam dar de modo elegante, o troco, se necessário, aliás, como fez, e muito bem, em conferência de imprensa, o seleccionador nacional. Acresce dizer ainda, que o Sr. é membro da FIFA. Armou em grosseirão e analfabeto no momento em que se referiu a um atleta negro, queniano de origem e adoptado em 1995 pela Dinamarca, num processo complicado que lhe custou a presença nos Jogos Olímpicos de Atalanta.
O Sr. que é presidente, queria-se referir a Wilson Kipketer, duplo campeão do Mundo, mas nunca campeão olímpico, mas ainda recordista da distância dos 800 metros. Vale dizer ainda que Wilson Kipketer, foi em 1997, eleito atleta masculino do ano pela IAAF, à frente de gente do calibre de Gebreselassie e Sergei Bubka. Mas a sua história, infelizmente, não acaba aqui. A sua carreira entrou em declínio irreversível, após uma doença, longa e muito séria, contraída num estágio de Inverno realizado na pátria do senhor Madail, mais exactamente no Algarve. Passou por claras dificuldades que quase lhe ia custando a vida, regressou de um modo penoso, mas o fim estava ali adiante. Retirou-se da competição cedo demais, deixando-nos a imagem de um atleta superior. O Sr. Madail não terá obviamente de saber estas coisas, mas antes de se referir ao atleta de um modo grosseiro e destemperado, que um dia trocou o Quénia pela Dinamarca, deveria recolher informações acerca das coisas, para não dar a imagem de um fulano algo trauliteiro e sem classe.
O Sr. Madail, como muita gente do futebol, só consegue dizer e pensar com a biqueira da bota que chuta na bola. É por estas e por outras que este pobre povo pena, porque tem nas elites, gente abaixo do mínimo.

1 comentário:

Anónimo disse...

Desafio-o a aceitar o meu comentário, coisa que não tem acontecido.
Igualmente desafio o camarada Augusto a pronunciar-se sobre o presidente da federação onde presta serviços, a do remo e sobre a situação com a qual tem compactuado ao longo destes anos.
Não fale quando tem telhados de vidro.