quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Bardamerda para as putas do regime

por Augusto Alberto

Na bifurcação da A17, em Aveiro, com a A1 para o Porto e a A25, para Espanha, as cegonhas, não sei o que lhes deu, montaram arraial e é um gozo vê-las no alto, a gozar os azougados. São uma ternura. Das cegonhas lembro-me sempre que de volta e meia cruzam os fios e lá vem um apagão, que coloca a EDP à nora.
Da última vez que lá passei, lembrei-me do último apagão e talvez por simpatia, dou por mim também a reflectir sobre um outro apagão, este mais prosaico, que deu nos escribas dos jornais do regime. Desta feita, quase esqueceram-se que a Venezuela ia a votos. Presumo que a coisa não ia de feição. Acordaram agora, porque parece que já há noticia onde podem meter o dente. Ou seja, o Chavismo foi derrotado.
Do “Chavismo” desconfio de alguma paródia e até fanfarronice, mas creio que afinal alguma razão têm as gentes das favelas e morros, que descem, com regularidade ao centro, em seu apoio. Talvez por descrença, os diários do regime tenham ignorado a coisa. Mas neste entretanto, fizeram um pequeno “aproche” à ilha. Descobriram que em Cuba o socialismo, ou o comunismo, conforme o jeito do escrevinhador, acabou. Duvido que a nação que escorraçou o império, passasse de uma penada à burrice. Porque “despedir” 1 milhão de funcionários públicos, a frio, numa população activa de 4.5 milhões de almas, traria, dramaticamente, consequências politicas e físicas para o regime, porque seria a sua própria negação. Há de certeza um desencontro entre desejos “democratas” e a realidade. Até o Vasquinho Valente, no diário inteligente do regime, numa das suas crónicas semanais, espirra o seu desejo. Acredito que VPV no momento de teclar no computador, só poderia estar em transe, porque a noite e mais alguns grogues, podem toldar. Se VPVv. fosse honesto, aliás, como os restantes escribas, escrevinhariam também sobre o capitalismo terrorista, que ainda hoje manda em muita da América do sul, da do Centro e também, pasme-se, na do Norte. E, gostemos ou não, foram afinal os cubanos, os únicos a bater-lhe o pé. Bem sabemos que Cuba é pobre, que tem dificuldades sérias mas que procura soluções, como lhe compete. E mais, os seus dirigentes não tem receio de dizer o que pensam e ao que vão, ao contrário do que sucede por cá, que nunca nos dizem as verdades, para além de fazerem da política um baile de putas.
Como ainda há bem pouco tempo um cidadão de El Salvador me contou: - é muito difícil em toda a América Latina ter meios para buscar comida. Mesmo em Cuba, as canseiras também são muitas. Mas em Cuba, há assistência médica, direito à saúde, ao ensino e à habitação. E para quem vive na América Latina é muitíssimo. Aliás, continuou, nem sei se na Europa rica, todos se podem gabar de tais virtudes. Cá está!
Se calhar é exactamente isto que faz a diferença e faz descer dos morros as gentes, com regularidade, à cidade frenética, em apoio de Chaves. Nunca esqueçamos que Chaves, depois de eleito, foi deposto por 48 horas e após, recolocado no lugar, porque a gente das favelas, acabou a repor a democracia. Já conta com várias vitórias eleitorais, e esta última supervisionada pela comunidade internacional. Se calhar, por ser assim, só poderá dar em redundância, e por isso, não merece noticia. E se assim é, ora bardamerda.
E já agora, sempre acabo com a última pergunta que fiz ao cidadão de El Salvador: - Se o território sul- americano é riquíssimo em petróleo, gaz, minério, madeiras, etc, porque razão são milhões os famintos e trapilhos? Fixou-me nos olhos e disse: Boa pergunta! Talvez por isso o Chavismo tenha dado mais uma vez um capote. As putas não gostam. Mas pelos vistos, vai ser preciso continuar a esturrar dinheiro para o derrotar.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O direito do artista à liberdade

Depois de lermos o que o Álvaro Cunhal escreveu, no seu ensaio "A arte, o artista e a sociedade", poderiamos deduzir que Gil Vicente leu esta obra. Mas não é provável e a dedução seria errada. Esta faceta de Vicente é tão só a exemplificação daquilo que Cunhal expôs. Vejamos o que foi escrito:

"(...) Constitui também um direito à liberdade que um artista parta à descoberta de novos valores formais (da cor, do volume, da musicalidade, da linguagem) com o propósito de os tornar adequados e capazes de levar à sociedade, ao ser humano em geral, uma mensagem de alegria ou de tristeza, de solidariedade ou de protesto, de sofrimento ou de revolta, em qualquer caso, como é de desejar, de optimismo e de confiança no ser humano e no seu futuro. (...).

Agora vejamos uma mostra do trabalho de Gil Vicente:

O artista Fernando Campos, aqui, explica-nos melhor a arte de Mestre Gil, que nos leva ainda a outras "nuances".

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Alícia Alonso e um "estranho" convite a um Nobel da Paz


Se o Prémio Nobel da Paz atribuído a Obama foi, como se disse "à posteriori", por aquilo que o senhor poderia vir a fazer, tem ele agora uma grande oportunidade para o merecer.
Isto devido a um convite, de Alícia Alonso, para assistir a um Festival de Ballet, convite esse extensivo a outros convidados que lhe foram propostos.
Pode ler aqui a história do convite, e conhecer aqui os convidados sugeridos.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O homem que mordeu o cão



Se um cão morder um homem não é notícia.
Notícia é se um homem morder um cão.
Esta tirada é explicada, ou era, aos aspirantes a jornalistas para os ajudarem a perceber e fazerem a triagem do que deve ser noticia ou não.
Perante isso, isto não deveria ser notícia.
É o modus operandis deles. O habitual, o corriqueiro.
Nunca tiveram outra maneira de estar na política.

domingo, 19 de setembro de 2010

Humorista ou demagogo?

O Agostinho chama-lhe humorista. Eu acho que ele é, antes, um sem vergonha. Quem duvida que a Direita, ou seja, o grande capital, o tal do gostinho especial, está sempre descansado com o ”ps” no poder?
Com ele na “oposição” é que a Direita não se sente tão segura… pois aí tem ela mesmo que fazer o trabalhinho sujo.

Então, que viva Jekyll


Que o “ps” tem um papel historicamente dúbio, parece-me que é pacífico o entendimento. E desde sempre, passando pelas conclusões de Alexandre Vieira, ainda nos anos 30 do século passado, até aos piores ataques às conquistas de Abril, que significam, claramente, o estado a que isto chegou.
Penso que o ridículo dos “xuxas” é que neste seu papel nem traidores conseguem ser. Embora já há uns anos alguém os tenha comparado a Miguel de Vasconcellos (eia! com dois élles) . Penso que para se ser traidor se tenha que trair a sua própria consciência. Ora, nunca me dei conta que eles alguma vez a tivessem.
Mas esta comparação com o dr. Jekyll e Mr. Hyde é de mestre, sim senhor. Tanto que eles, os personagens do Robert Louis, também não tinham consciência um do outro.

sábado, 18 de setembro de 2010

29 de Setembro, uma jornada de luta


Integradas na Jornada de Luta Europeia, realiza-se no próximo dia 29 várias manifestações, no Porto e em Lisboa, por exemplo, promovidas pela central sindical.
Porque é necessário lutar contra o desemprego, lutar contra as injustiças sociais. Porque se acentua a destruição da capacidade produtiva do país. Porque o desemprego é muito grave com 55% de desempregados de longa duração. Porque a precariedade atinge 38% dos jovens. Porque os direitos do trabalho são atacados e desrespeitados. Porque os salários estão mais longe da média da união europeia. Porque a economia paralela atinge mais de 20% da actividade económica. Porque a distribuição da riqueza é brutalmente injusta. Porque aumentam os níveis de pobreza e as desigualdades. Porque a fuga de capitais para os paraísos fiscais é escandalosa - mil e duzentos milhões de euros no 1º semestre deste ano!


E, porque, mais importante ainda, estou farto de filhos da puta!!!!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Da Festa

foto: alex campos
1.
Dizer que a Festa do Avante! é um dos maiores acontecimentos sociais, culturais e políticos do país seria dizer o que toda a gente sabe.
Na foto, o pavilhão central, é, digamos, o local nobre da Festa, onde se realizam os vários debates, as várias exposições, funcionando também como um ponto de encontro, “meeting point” em português académico como diria um conhecido artista.
Mas a concepção deste espaço, como aliás todos os outros, é também por si só um acto cultural e estético bem sucedido. Este ano o pavilhão central lembrou um edifício pombalino.
2.
Este ano, provavelmente fartos de atentar contra moinhos de vento, leio em alguma comunicação social algumas palavras elogiosas, como estas, no pasquim do mega merceeiro, que ostenta em título: “De regresso à incomparável festa”. Pode-se ler: “é uma espécie de festival multicolor, onde a política se mistura com a música, a gastronomia e a cultura da mais erudita à mais popular. E é um sucesso incomparável, invejado pelos outros partidos por ser capaz de mobilizar milhares de pessoas de todas as idades e (quase) todas as ideologias”.
Passando a expressão “é uma espécie de…”, que não entendi, a jornalista não perde a oportunidade de acabar da pior maneira a peça: “Mas sem ilusões: a festa é do PCP”, que também não entendi se é um elogio ou se é com sentido pejorativo. Que a Festa é uma organização dos comunistas ninguém tem dúvidas e eles sentem-se orgulhosos de tal. Mas também não negam que nela participam muitos amigos ou simpatizantes sem ligação ao Partido. Será isso que o transforma num grande partido.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Eu???? benfiquista????


Não sou, mas ontem até parecia. Derivado do presidente do glorioso ter pedido para os benfiquistas não irem aos estádios, por uma represália sobre uma questão de dois penalties não assinalados.
Ontem, por essa razão (os dois penalties), cumpri o pedido. Ao segundo penalty abandonei, pura e simplesmente, o sofá.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Breves notas sobre o Europeu de Remo


por Augusto Alberto (Texto e fotos)

Li na blogosfera figueirense que em Montemor-o-Velho se realizou o Campeonato da Europa de Remo. Como não deveria saber? Mas este Campeonato Europeu de Remo, teve gente na sua construção, não foi obra do desígnio divino. Foi uma obra material, pensada, montada e executada por pessoas. E aqui é que bate o ponto, porque na esperança de celebrar o fiasco, que dava jeito a uns quantos que parece na vida só saberem usar a marcha atrás, e que para o efeito encomendaram um braçado de foguetes, para fazer explodir após o fracasso, eis que nas vésperas do campeonato muito choveu e os foguetes foram tomados pela água e então não rebentaram e afinal o desejo do fiasco deu lugar, em boa verdade, ao êxito completo.
E até esta minha cidade da Figueira andou de mãos dadas com o êxito. Muitas das centenas de atletas e demais acompanhantes passaram por cá. Alguns campeões olímpicos, sem suspeitarmos. E até o sóbrio e digno jantar das Nações foi realizado nesta minha cidade, no imenso areal, numa tenda montada a preceito, dando a ideia de que nesta minha amada Figueira não há lugar “nobre” para uma coisa destas. Ou como mão reaccionária acaba por celebrar, sem esperar, também o areal da praia da Claridade. Lá esteve, também, bem perto de mim, o nosso Presidente da Câmara, que pelos vistos não foi capaz, não soube ou não pode, dar uma sapatada em tamanha mão e se viu também atirado para o areal, não para ir a banhos, mas para jantar. Apesar de tudo, foi sempre um homem contente.
Pois é verdade, no país que discute até ao tutano as rábulas do mundo trauliteiro do futebol, e admite como boa a possibilidade do técnico da nossa gloriosa selecção nacional de futebol, poder insultar, quando e como, gente que cumpre as suas tarefas, e esperar que tudo continue a fluir sobre rodas, em Montemor-o-Velho, uma das mais importantes modalidades olímpicas, ofereceu momentos de grande beleza desportiva e plástica. Três dias de magia. Mas se a clareza desportiva esteve presente, é de referir que hoje o vizinho concelho de Montemor-o-Velho, com alguma audácia, empenho e sorte, possui um equipamento desportivo de elevada qualidade social, técnica e paisagística. Aquilo que ali nasceu e se concluiu agora, com a recepção da primeira prova FISA no nosso país, quer resposta atenta e persistente. E mais ainda. Tem fundamentalmente os montemorenses um local de eleição para os seus passeios e por isso, será bom que não deixem estragar o que agora se inaugurou.

Da competição propriamente dita, apesar da enormíssima medalha de prata do double-skull peso ligeiro do Nuno e do Pedro, o remo português tem ainda um longo caminho a percorrer. É preciso mais trabalho e fundamentalmente, melhor capacidade emocional, capaz de suportar meses a fio de árduo treino. Essa é a grande variável que tudo decide e o double-skull vice campeão Europeu, percebeu bem isso e vai recolhendo proveito.
Jovem atletas figueirenses contribuíram desportivamente para a formação das várias tripulações nacionais, ainda que em barcos não olímpicos, como o Ricardo Carriço, no dificílimo lugar de voga no shell de 8 com timoneiro peso ligeiro, e o João Gabriel, na posição de proa do mesmo barco, na idade de transição de júnior para sénior, em luta directa com os fortíssimos barcos da Itália e Dinamarca, obtiveram um honroso terceiro lugar. No skiff peso ligeiro, Diogo Pinheiro, um atleta já com alguma experiência, com um bom 8º lugar.
Como seria mais ou menos esperado, a Alemanha foi quem mais êxitos somou e a Grã-Bretanha, foi o único País europeu ausente, apesar da longa aliança, porque alguém soprou que ali haveria fiasco. Enganaram-se! Venha um mundial absoluto, é o meu desejo.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Duas redundâncias


Uma de cariz desportivo e outra fascistóide. Ainda dizem que misturo desporto com política, mas cá vão, na mesma.
Então comecemos com a primeira. Acho que é pacífico aceitar-se que o “dream team”, o seleccionado americano de basquetebol, é pouco menos que imbatível. Vai daí, não é nenhuma vergonha perder contra eles. Foi o que aconteceu à equipa angolana nos oitavos do mundial que se disputa na Turquia. Até aqui tudo normal. A redundância é que a minha equipa achou por bem demonstrar que os americanos são mesmo os melhores do mundo e perderam, repare-se, por 122-61. Pronto, seguem-se as atenuantes. O melhor jogador lesionou-se e não jogou.
Mas não havia necessidade, bolas.


E agora a segunda. O totó do Santos Silva, um pobre anormal que já aqui e aqui nos divertiu, e que exerce o cargo de ministro, utilizou uma lei do “manholas”, datada de 1958, espantoso que é o ano em que eu nasci, para escapar ileso lá das falcatruas em que eles são mestres. É que já sabemos todos o que vale Santos Silva e os seus correligionários, já sabemos todos do estado em que está o país, já sabemos todos o que tem sido o papel histórico do “ps”.
Não havia necessidade, mesmo.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Coincidências

Há coincidências do arco da velha. Esta é uma delas. Ora vejam lá: um poeta militante e um pateta militante, com algo em comum. O que parecia impensável é a pura realidade.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O estranho caso do piloto automático avariado



O problema até seria cómico se o presidente vitalício da Federação Portuguesa de Futebol fosse só isso, ou tivesse sido só isso.
Mas dramático, e a pedir alguma reflexão, é que esse senhor já desempenhou o cargo de governador civil. Quero eu dizer que se deveria, que deveríamos, melhor dizendo, dar mais importância a um cargo como o de governador civil, sob pena de continuarmos a ter gentinha desta como governantes e, por conseguinte, continuarmos a ser pequeninos.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A propósito de unanimidades... VIVA O FLUMINENSE


Contaram-me, não li a entrevista, que o saudoso Tom Jobim, a uma pergunta sobre qual era o clube da sua preferência respondeu que era o Fluminense. Logo de seguida justificou: "não gosto de unanimidades". Teria sido uma alusão ao Corinthians e ao Flamengo, cujas "torcidas" têm a mania que são o Benfica lá do sítio.
Lembrei-me disto por via das unanimidades que têm "atacado" a Assembleia Municipal da Figueira da Foz.

Porque...

Coisas de xuxas


O "ps" não perde uma oportunidade para agradar à Direita. Adora fazer o trabalho sujo, e o mesquinho, que esta, por pudor talvez, não tem coragem para o fazer.

O campo da morte lenta (5)

"Quando entrei no Campo do Tarrafal ainda havia muitos presos de outros processos anteriores ao meu. Lá encontrei figuras políticas de que apenas sabia o nome e seus feitos. Estavam o António Jacinto, o Luandino Vieira, o António Cardoso, o Mendes de Carvalho, o Noé Saúde, o Armando Ferreira, o Armindo Fortes, o Pacavira, o Olim, mas, igualmente, presos ligados à UPA e à UNITA. Criei por todos eles um enorme carinho e uma incontida estima, sentimentos que ultrapassam e fazem desvanecer as diferenças artificiais que a política geralmente engendra. Sofremos juntos as agruras do isolamento, da falta de conforto, da ansiedade e da incerteza."

"Seria até contraditório os portugueses, fascistas e colonialistas, contemplarem os seus odiados adversários políticos com férias não pagas numa espécie de jardim celestial… Isso é o que quis fazer parecer o pide (ou o observador da Cruz Vermelha) que o meu amigo José Vicente Lopes referiu no seu livro. Um livro que vou ter que ler, já porque fui dos lhe prestou depoimento. E fi-lo, como me é habitual, com toda a honestidade e isenção."
Justino Pinto de Andrade

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A vida é uma dramédia


"Dias de fogo"


O blogue "Prosas Vadias" fechou as portas. Mas quando não somos inanes, parte-se para outra. Assim, o seu autor, o meu amigo Carlos Freitas, iniciou outro projecto. Chama-se "Dias de fogo" e certamente irá primar pela qualidade a que o "Prosas" nos havia habituado.