Numa das minhas voltas dei comigo a olhar para um homem, acima dos 70, literalmente enfiado num contentor, estacionado à porta de um infantário da cidade. Poderão desconfiar. Um homem acima dos 70 enfiado dentro de um contentor! Como é possível? Eu explico: um septuagenário habituado a fazer ginástica para resistir ao cabrão do mundo onde vive. E por isso, de tanta ginástica, ficai a saber que ainda consegue levantar o pé ao nível da cabeça. Brutal? Não, nem por isso. Porque o nosso cidadão que tudo rapou no contentor, e colocou numa quantidade de baldes que transportou num carrinho de mão, daqueles que a gente usa para carregar areia ou cimento daqui para ali, é o produto mais vil de um conjunto de mastins e embusteiros que passam por este meu país, desde há muitos anos.
É urgente lembrá-los. E porquê? Porque este meu concidadão, que rebusca literalmente, num contentor, ainda não sabe de quem está a ser vitima.
Primeiro, desse Dr. Mário Soares, senhor de vários socialismos. Em liberdade. De rosto humano. Da social-democracia. Só ainda falta, o da…
De um conjunto de príncipes da escrita e da palavra, como esse sociólogo Barreto. O poeta Alegre. O Dr. Almeida Santos. O grande empresário do jornalismo, claríssimo e inteligente, e que trata por amigos e amigas, príncipes e putas, o Dr. Pinto Balsemão. E ainda outros, como o Eng.º Coelho, responsáveis pela destruição da nossa industria pesada da metalomecânica, que num desbarato, entregaram, e que rápido caiu nas mãos da multinacional ABB, que também rápido, tudo mandou fechar, para nos privar de termos liberdade para construir e sermos livres. As consequências ai estão. Necessitamos, por exemplo, de uma carruagem para o metro, então encomende-se aos donos dos mastins. Do actual presidente da República, que criou o reino do cavaquismo, onde tão poucos enriqueceram em tão pouco tempo, e por onde passaram Condes, hoje, sarnentos na casca, como os Drs. Dias Loureiro, Duarte Lima, Ângelo Correia. Ou, ainda o homem do bota ao fundo, porque pagou para se arrearem barcos à lama das docas e agora resolveu clamar pela riqueza do mar. Que cara tem Dr. Cavaco!
Dos Drs. Proença de Carvalho, Freitas do Amaral, António Vitorino, e ainda muitos outros, politólogos e avençados do regime, sempre de dentes afiados e em posição de salto para abocanharem, a velocidade de mastim, mais um estudo, que em regra vai para o contentor.
Os opinadores oficiais do regime. Como esse insigne jornalista, feito no “luta popular” e que passou para o jornal inteligente do regime, José Manuel Fernandes. Ou o professor João Duque, homem novo, porque as carcaças estão a ficar velhas e convêm, volta e meia, retocar os charlatães.
São muitos, e uma página não chega para os escrever e descrever. Contudo, creio que este meu concidadão, septuagenário como tantos outros, não sonha que enquanto rebuscam nos contentores, lhes rebenta a boca enquanto os mastins comem os bifes e os robalos, e ainda e sempre, lhes pedem para tirar o cinto das calças, que escorregam até aos pés, para que os possam continuar a fornicar.
Mas as coisas são de tal modo, que estes últimos nem tiveram o cuidado e a vergonha de fazer uma paragem na 3ª via, logo caminharam para o pior do terror social. Aquilo a que muitos encartados, designam por socratismo, onde na verdade, não existe um pingo de compaixão, mas só doçura para os ricos e dentes de mastim para os pobres. E é de tal modo, que ao contrário do Guterrismo, o socratismo nem consegue pôr ar de beato.
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