Em 2009 o prémio Nobel da paz foi entregue a um homem sem passado, na esperança de que pudesse dar passos para que o mundo viesse a ser melhor. Engano! Porque esse homem de quem se diz ser o mais poderoso do mundo, continua com a marcha-atrás engatada. Tem o país enrolado em duas guerras que muito tem custado ao seu povo e aos outros povos e ainda por cima deixa que a democracia de que é chefe, continue a decalcar o que de pior fez durante muitos anos em toda a América Central e do Sul. Promove e apoia golpes militares no sentido de destituir e substituir gente democraticamente eleita, aliás, muito a seu gosto, por gente amancebada com o pior dos direitos humanos.
Este 2010 viu o Nobel da Paz ser atribuído a um dissidente chinês, que anda a pregar as liberdades e a democracia e, parece, se quis pôr, a propósito, debaixo dos tanques na Praça Tianamen. (Quero aqui lembrar a propósito de democracia, que os cidadãos da Europa viram recusada a possibilidade, em urna, de se pronunciarem sobre o tratado de Lisboa, que pelos vistos, só trouxe infelicidade à dita. Ou seja, a democracia tem dias e lugares). Mas em matéria de nobéis, tenho para mim que, sem excepções, são como os melões. Só se sabe o que valem, depois de abertos.
Este dissidente chinês é filho de uma nação enorme e de muitos povos que tem também fronteira com uma outra nação, o Afeganistão, onde está em curso uma tremenda guerra, exactamente dirigida pelo anterior prémio Nobel da Paz, actual chefe de guerra e Presidente dos Estados Unidos. Poder-se-á dizer que há mera coincidência. Sendo assim, infantilmente, há gente a acreditar em bruxas. Pelos vistos parece que as há. Porque os americanos já estiveram com a mão num tal Bin Laden, que foi a razão, disseram, de tamanha guerra, mas o homem escapou-se-lhes por entre os dedos, porque, por decisão das bruxas, foram umas mãos largas e rotas.
Este dissidente chinês é mais um, como em tempos idos houve outros, como o físico Sakarov, que dá nome ao prémio pelos direitos humanos, do Conselho da Europa. Esse eminente dissidente, se cá pudesse voltar, coraria de vergonha quando olhasse para os cacos. As desgraças, a miséria, a violência, os atropelos aos direitos humanos e às liberdades são hoje uma imagem de marca e um lugar comum em países que nasceram dos escombros do império soviético, que contraria o prémio de que é patrono, ainda que já não importe.
Este dissidente chinês, Liu Xiaobo, sobre quem recai prisão, amante de direitos, parece que esquece o mais importante, que determina a unidade da nação chinesa. Este Xiaobo, creio ser um tipo sabido, mas parece que esquece aquilo que os actuais dirigentes chineses não esquecem: a completa submissão da nação chinesa, com 56 etnias e muitas línguas e 1 bilião e trezentos milhões de pessoas, ao império inglês e ao império do lado, o Japão. As guerras impostas por impérios alheios, como a do ópio, causaram, fome, doença, dor e submissão.
Uma China forte e una é uma complicação. Para os devidos efeitos, melhor seria que fosse retalhada. As dolorosas consequências, depois, não serão responsabilidade de ninguém, nem do Xiaobo, mas do acaso. Quem sabe, consumada a divisão, se dos museus não sairão de novo aquelas tabuletas que já doeram, humilharam e submeteram, e não foi há tanto tempo:” nem a cães nem a chineses”.
Abertos alguns melões, verificamos afinal, que não passam de pepinos.
P. S. - Até esse insigne Durão Barroso, um tipo que deveria ser julgado por crimes de guerra, só veio ajudar a descredibilizar tal prémio Nobel. Ou como pode ser útil ouvir um pepino. Porque às vezes, é quanto chega.
2 comentários:
Excelente.
Um abraço.
Por isso é que o PCP não pode ir a lado nenhum ... é pena que em Portugal não prendam todos aqueles que pensam diferentes dos vários governos ...
Já agora, eu não acho bem o Nobel que foi dado ao Obama .
Enviar um comentário