Não pude deixar de me lembrar de um livrinho escrito por dois vereadores do “ps”, quando estavam na oposição. Chamava-se ele “Figueira da Foz – erros do passado, soluções para o futuro”.
Neste livro, a páginas 57 e 58, a pena expedita do vereador Tavares refere que “… importa consagrar como objectivo aquilo que Helena Roseta chama de “urbanismo participativo”, começando por incrementar a consciência social sobre o abuso urbanístico. A arquitecta refere, com propriedade, que “o território não é infinito nem pode crescer ilimitadamente” e que o poder que as Câmaras detêm é equivalente ao poder que o estado tem com a emissão de moeda. “O que rende milhões – acrescenta – não é tanto como vulgarmente se pensa, a construção civil, que é a fase final visível do processo, mas sim a transformação do solo que resulta de três vias: a classificação de um solo rústico como urbano ou urbanizável; a mudança de usos (uma zona verde que passa a habitação, um espaço de equipamento que é transformado em escritórios, uma praça pública que se “privatiza” para um centro comercial, etc.) e o aumento dos índices de ocupação muito para lá do razoável, através do aumento do número de pisos ou da volumetria”.
Este poder só pode ser controlável pela sua democratização e pela vigilância dos cidadãos, embora ajudasse muito fazer-se como em Espanha criando um novo ilícito criminal: o delito urbanístico ou contra o ordenamento do território.”
Agora estão no poder.
E lembrei-me disto porque a instalação de outra grande superfície comercial na Figueira da Foz significa a continuidade do que sempre foi um ex-libris na cidade: a voracidade dos interesses imobiliários.
A esse propósito a Comissão Concelhia do PCP da Figueira da Foz recorda, em comunicado distribuído à imprensa, a especulação que sempre houve sobre os terrenos do parque de campismo e do estádio municipal.
Desta vez, sobre a voracidade imobiliária na Várzea de Tavarede, os comunistas sublinham que “esta intenção, bastante questionável, numa cidade já saturada de espaços semelhantes, é ainda mais gravosa se levarmos em conta as tremendas dificuldades com que se debate o comércio tradicional”. A situação, garantem, “torna-se ainda mais preocupante quando os terrenos em causa estão há vários anos destinados à construção do Parque Verde de Tavarede, natural complemento e prolongamento do Parque das Abadias”.
Quanto a “incrementar a consciência social sobre o abuso urbanístico“, o PCP faz o seu papel . Quanto a tentar criminalizar o “delito urbanístico” creio mesmo também já o ter tentado, em sede legislativa própria, com a oposição, naturalmente, dos do costume.
Mas em todo o caso é sempre bom ter vereadores com a pena expedita e obra publicada.
Prá gente se rir.
1 comentário:
Meu caro você não está a ver bem a coisa. a Grande superficie é dirigida aos actuais habitantes da zona comerciantes activos da nossa Fig, que até não puderam aduirir um espaçocomercial condigno com as marcas que representam. Espero que o referido parque comtenple habitação para os mesmos Habitantes /comerciantes. Acho positivo a concorrencia : a mesma marca por metade do preço. Toca a vestir bem. Espeor que o convidem para a inauguração e você ponha a desfilar aquele gente toda em vestidos de chita que tanto gosta.
Já agora não se esqueça dos penteados.
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