sábado, 9 de julho de 2011

Sucateiros

Augusto Alberto

Por uma vez, Mário Soares mostrou utilidade. E Flor Pedroso, jornalista da rádio pública que de volta e meia dessarrinca algumas pérolas, conseguiu desta feita que Mário Soares colocasse a pedra que faltava no cachaço do partido socialista.
Evidentemente que não chegam todos os adjectivos para qualificar Mário Soares, o pai fundador, e por extensão, também não chegarão para qualificar o partido socialista. De todo o modo, depois de ouvir Mário Soares, só me resta remeter o P.S. para a qualidade de partido sucateiro. Não se pense que é à toa. Vou na esteira de Soares, que diz: - "muita gente durante muitos anos andou a encher os bolsos à custa do partido socialista". Suponho que se refere a gente como Jorge Coelho, Armando Vara, Pina Moura, e os sucateiros, amigos da família Penedos. E como quem quer continuar a ludibriar as horas, ainda adiantou:  "vai sendo tempo do partido socialista se refundar". Para quê, pergunto eu? Não será que o partido socialista, como diz, várias vezes guinou e marrou, uma delas quando correu ao cumprimento da 3ª via de Blair, de quem diz ser um vigarista?

Permitam-me que conclua, então: que jeito daria aos portugueses que o partido socialista se extinguisse. Porque a gula é igual, aqui ou ali muitos dos quadros superiores e intermédios do partido socialista bem podem mudar para o PPD/PSD, outros ainda, para o CDS/PP, onde foram nados e criados. E ainda outros, talvez a tal classe média de que se fala, um tanto intelectual, que sem perceber que a vaidade pode matar, porque o meu vizinho tem um automóvel melhor do que o meu, e porque eu também quero uma vivenda com um jardim com muitas rosas, encantada pela melopeia da banca e adulados pelo consumo, correram aos cartões de crédito e agora estão com o nó bem apertado, e ressabiados, bem podem rumar ao bloco de esquerda. E aos restantes militantes, talvez muitos, que como eu são de base, e que ainda tem algum tino, digo que será a altura de mudar. Porque mudar é uma exigência e só os burros não mudam.
Entretanto, um sujeito com trejeito, soprou, que me estava a tornar um perigoso comunista. E eu respondi-lhe: - já sei! E forcei, para que não restassem dúvidas: - mas mais perigoso do que um perigoso comunista, é esta cáfila de direita que agora nos governa, mais o trafulha do Soares, que não têm a coragem de nos dizer que estamos em fim de festa.

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