quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Boiardos!

Augusto Alberto

“Agarra que é ladrão”…gritava o policia já um pouco fora de idade. Do ponto de vista etimológico, ladrão é o que rouba, ou o que pode por sua vez ser cangaceiro, salteador ou malfeitor. O ladrão, durante o tempo do fascismo, roubava em sítios muito usuais e tinha código definido. Carteirista! O regime fascista mandava-lhes às canelas o polícia de giro, por norma, já entradote e anafado. Mas os ladrões cujo código mandava roubar, não a carteira mas a nação, em caso de reacção, não lhes atirava às pernas o policia anafado, mas a PIDE, que logo de seguida, carreava a coisa para Peniche, a Penitenciária ou o Tarrafal. A Pátria era o cangaço.
O que mete a mão na carteira alheia é ladrão e merece umas palmadas. Sim senhor! E aqueles que gerem mal a coisa pública ou em seu proveito? Tomemos a “barbi” Iulia Timochenko, como exemplo. Por má gestão, o tribunal decretou-lhe 7 anos de prisão. Celebrada e educada a ocidente, estava achado o aríete que no correr dos anos teria a tarefa de infernizar os russos, na tentativa de lhes abrir brechas. Mas os novos boiardos russos, tal como os de antanho, continuam implacáveis, e cedo aprenderam. Vá de retro, parvo! Sabem bem que a Rússia tem grandes e insondáveis riquezas, mas também sabem dos enormes e mensuráveis apetites ocidentais. Ainda não foi desta que os novos boiardos do grande país dos ursos abriram a guarda. E a Julinha ficou a saber que quem se mete por atalhos, mete-se em trabalhos.
Por atalhos andamos também, pelo menos há trinta anos, pela mão da clique dos nossos boiardos, netos do fascismo, que também cedo perceberam como é importante ter alguém que carregue a massa para as ilhas Caimão, o controle das leis e da informação. Exactamente, esses, como os meninos do BCP, a salvo graças a irregularidades processuais e à cambada do CDS/PP, envolvida no processo dos sobreiros, para quem o ministério público pede uma pena que deverá ser cumprida em liberdade. Fraternidade e liberdade e prontinhos para próximos desafios. O que separa então a Rússia dos novos boiardos, dos boiardos de Portugal? Nada! Pelo contrário. Ambos se defendem com suor quanto baste, num mundo por eles cinzelado
Eu sei que há povinho que é capaz de se mobilizar para apanhar o ladrão da banca da fruta, ao mesmo tempo que chama ao boiardo, doutor. Doutor Isaltino! Doutor Jardim! E Doutor haveremos de chamar ao populista José Manuel Coelho, que, a seu tempo, cumpriu tarefa a preceito.

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