Augusto Alberto
No último debate do corrente ano de 2011, na Assembleia da República, com a presença de Passos, o deputado Jerónimo, fez grande política, quando cara a cara com o nosso “primeiro”, o confrontou com as escolhas dos cortesões. Não é a comunidade europeia que é credora de Portugal, mas Portugal credor da União Europeia, disse. Porque à custa dos passos que temos dado, liquidou-se a metalurgia pesada, pagaram para não cultivar, pagaram para abater a frota mercante e das pescas, para passar a importar e agora, depois do mal, ainda nos querem comer o tutano. O nosso primeiro, surpreendido, revirou os olhos e um pouco atónito, até conseguiu dar ar de carneiro mal morto. Reequilibrou-se a custo e eu estive quase a ver aquilo mal parado, porque houve um instante em que quase deu razão a Jerónimo. Contudo, num último fôlego, lá torceu a razão. Foi um grande momento que conflituou com o caminho que nos têm traçado. E eu agora coloco uma equação absurda. É possível que os sons que sugerem uma ocorrência, que percorrem em tempo curto uma distância, qualificarem o axioma de Jerónimo? Sim, é possível.
Na minha cidade calaram-se os sons cavos, que vinham da outra margem do rio, martelados e sincopados por malhos girados pelo músculo do homem, no embate com a chapa, para modelar o casco do navio, nos Estaleiros Navais do Mondego e na Foznave, porque, como magoadamente ex- operários disseram, a construção naval que foi âncora, pão e sustento, fechou. Quantas vezes se tiraram, criminosamente, barcos das carreiras da Figueira, para os levar para terras mais longínquas? Muitas! E também quase se foram os sons dos motores das traineiras, a fundo, que pela manhã, ronronavam e me acordavam, em corrida louca pelo melhor lugar para a venda na lota, porque a frota foi sofregamente reduzida.
Mas a grande politica que passa nos jornais e na TV é, pelo contrário, a rábula da folga orçamental, do paga ou não paga a dívida, do deputado que se quis por em bicos e logo foi obrigado a arrear os calcanhares, do sobrinho que acusa o tio Soares de camafeu, dos impostos, (absurdo), que baixarão em 2015, etc.
Relembro que a grande política está toda contida na K7, que começou a ser escrita no ano de 1977, quando os comunistas realizaram a sua 1ª conferência económica. A grande política, tem que mudar de mão, porque precisa de homens e imprensa livre, porque a pequena, está às mãos de qualquer “coelho” ou tio camafeu.
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