terça-feira, 22 de maio de 2012

“Gambrinagem”


Augusto Alberto

Em Novembro de 1975 foi decretado o fim da esperança. E assim foi o início da criação de uma elite parasitária, que cedo ocupou o lugar deixado vago pela elite salazarenta e fascista, apesar de alguma ter resistido, que logo tratou de destruir o tecido produtivo monopolista, industrial, agrícola e agro-alimentar, que a revolução, efémera, ainda tentou colocar ao serviço da pátria. Cedo se deu a troca, pela economia do jogo da bolsa e das megas mercearias, em que se especializaram os novos “republicanos” de Portugal. Não é, pois, de admirar que quase diariamente na nova “república”, sejamos confrontados com notícias, que nos falam de um medonho polvo, que se constitui a partir de gente sem qualidade moral e ética, com quem deferimos amorrodadamente, de 4 em 4 anos, por falta de exigência.

Espécie de tios e primos de uma elite algo distante, como o Tio Cavaco, os primos Relvas, Duarte Lima, Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Isaltino, Mira Amaral, Vara, Penedos, José Sócrates, e todos quantos aqui não estão escritos, que matreiramente elaborou “boas” leis e se especializou no saque. É tanto o afecto, que apesar de terem caído em clara desgraça, tudo se perdoa.
De todo o modo, é quando mais precisas que estes primos te viram as costas e então, em desespero, vais a correr, fazer a expiação das tuas dificuldades, às promoções do pingo doce ou derreter cera em Fátima, na esperança do milagre na vida. Para que servem, então, os primos bem postos na vida? Sobretudo os jovenzinhos acabadinhos de chegar, como a prima Assunção Cristas, ou os primos Luís Meneses, Marco António e sobretudo o trapalhão, e inseguro, António José? Por ventura, para lembrar, como fez o tio Marcelo, que dentro de dias vai acontecer, mais uma vez, a recolha de bens a favor do banco alimentar contra a fome.
Sacanas, estes tios e primos. Eles sabem que enquanto a caridadezinha durar, eles podem continuar a lambuzar-se nos “gambrinos” do País.

Dicionário – (linguajar de puta): Gambrinagem – os vadios que após marcação previa, fazem uma refeição no valor mínimo de 70 euros. 

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