Augusto Alberto
Em Novembro de 1975 foi decretado o fim da esperança. E assim
foi o início da criação de uma elite parasitária, que cedo ocupou o lugar
deixado vago pela elite salazarenta e fascista, apesar de alguma ter resistido,
que logo tratou de destruir o tecido produtivo monopolista, industrial,
agrícola e agro-alimentar, que a revolução, efémera, ainda tentou colocar ao
serviço da pátria. Cedo se deu a troca, pela economia do jogo da bolsa e das
megas mercearias, em que se especializaram os novos “republicanos” de Portugal.
Não é, pois, de admirar que quase diariamente na nova “república”, sejamos
confrontados com notícias, que nos falam de um medonho polvo, que se constitui
a partir de gente sem qualidade moral e ética, com quem deferimos
amorrodadamente, de 4 em 4 anos, por falta de exigência.
Espécie de tios e primos de uma elite algo distante, como o Tio Cavaco, os primos Relvas, Duarte
Lima, Oliveira e Costa, Dias Loureiro, Isaltino, Mira Amaral, Vara, Penedos,
José Sócrates, e todos quantos aqui não estão escritos, que matreiramente
elaborou “boas” leis e se especializou no saque. É tanto o afecto, que apesar
de terem caído em clara desgraça, tudo se perdoa.
De todo o modo, é quando mais precisas que estes primos te
viram as costas e então, em desespero, vais a correr, fazer a expiação das tuas
dificuldades, às promoções do pingo doce ou derreter cera em Fátima, na
esperança do milagre na vida. Para que servem, então, os primos bem postos na
vida? Sobretudo os jovenzinhos acabadinhos de chegar, como a prima Assunção
Cristas, ou os primos Luís Meneses, Marco António e sobretudo o trapalhão, e
inseguro, António José? Por ventura, para lembrar, como fez o tio Marcelo, que
dentro de dias vai acontecer, mais uma vez, a recolha de bens a favor do banco
alimentar contra a fome.
Sacanas, estes tios e primos. Eles sabem que enquanto a caridadezinha durar, eles podem continuar a
lambuzar-se nos “gambrinos” do País.
Dicionário –
(linguajar de puta): Gambrinagem – os vadios que após marcação previa, fazem
uma refeição no valor mínimo de 70 euros.
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