sexta-feira, 31 de agosto de 2012

O Mestre Rubi


por Augusto Alberto

    
O cavalo Rubi, um lusitano de Alter e dos sete costados, esteve brilhante em Londres. E Alexandre Mestre, o Secretário de Estado do Desporto, babado e de pucarinho com o propagandaminister Relvas, após recepção aos heróis de Opalenica, como se sabe, mostrou-se invejoso, como vos vou contar, enquanto o Rubi despachou, na dressage, passes de mágica e de cartola.
Alexandre Mestre não esteve, no passado mês de Julho, no Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho, que tutela em parceria com a Câmara local e que desde há 3 anos recebe a preparação dos atletas de canoagem e remo e ainda os triatletas, que tão bem nos representaram nos Jogos Olímpicos de Londres e na primeira grande manifestação internacional da canoagem portuguesa, o Campeonato da Europa de sub-23 anos e juniores, como justamente lhe competia.

A propósito, conto que estive em 2006, como técnico da Equipa Nacional, no Campeonato Mundial de Remo, em Dorney Lake, local exacto onde se realizaram as provas de remo e canoagem olímpicas e do remo paraolímpico, onde de momento me encontro. Visitou-nos e connosco jantou o então Secretário de Estado do Desporto de Portugal, Laurentino Dias, que a meio do encontro, recebeu um telefonema do seu secretário pessoal, a indicar que o Major Valentim Loureiro, presidente da Liga de futebol profissional, estava em directo no telejornal, a decretar um autêntico terramoto no desporto português com a paragem do campeonato profissional de futebol. Laurentino não entrou em pânico e informou estar de momento a tratar de coisas mais importantes e a dar passos para um melhor desporto náutico em Portugal. Mais tarde lhe telefonaria. Não me custa aqui dizer que Laurentino cumpriu, tendo papel de relevo na conclusão das obras do Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho e do mesmo passo deu aval aos primeiros eventos de relevo, em Portugal, do Remo e Canoagem. Os respectivos Campeonatos Europeus, em 2010 e 2012. Por ironia e justiça, a canoagem conquistou a única medalha Olímpica para Portugal. E por isso, justamente, Laurentino esteve presente em ambos os Campeonatos da Europa e o Mestre não esteve no da Canoagem. Mestre revelou sofrer de inveja e do síndroma da pequenez, características de quem não é capaz de dirigir o desporto e de cumprir com as suas tarefas protocolares e de representação do Estado. Sendo assim, benzina no mestre, porque o Mestre é uma nódoa. E toda a nódoa carece de ser removida.
Nota final: O aeroporto do Porto não tem sala vip e o Porto está longe dos ministérios. Por isso, os heróis de Londres não tiveram honras nem desejos oficiais de boas vindas. Os heróis saíram direitos ao Povo, que nem sequer deu por não estarem nem Relvas nem Mestre. É caso para dizer: Quem te manda, Povo, dares oportunidade a sapateiros de tocarem rabecão? 

sábado, 25 de agosto de 2012

Lance Armstrong



Há tempos, há já uns anos, um atleta de alta competição disse-me que não há alta competição sem doping. “Há é produtos autorizados e produtos proibidos”, acrescentou ele perante a minha estupefacta reacção.
Acontece que em todas as competições há controlos, quer logo após o seu términus, quer intercaladas com elas.
Sempre pensei, acerca de Lance, que se não se dopava estávamos perante um super-homem. O facto é que ele foi submetido muitas e muitas vezes a controlos de doping e nunca foi “apanhado”.
Sou completamente insuspeito para defender o recordista de vitórias da maior prova ciclista do mundo, tanto que, como se sabe, não morro de amores pelos “américas”, mas penso estarmos perante o maior crime de lesa-desporto desde a derrota do Brasil no Espanha/82, esta por outros motivos, muito menos graves, embora dolorosos. Sobretudo quando o ciclista texano está em vias de perder as suas 7 vitórias, 7 anos após ter obtido a última.
Como escreve um conhecido jornalista, estamos perante a “suprema glória dos fracassados”. E estamos, é certo, diante de uma “caça às bruxas”, como diz um campeão de ciclismo português.
Certo é que o chauvinismo dos franceses estará felicíssimo: a última vitória de um corredor gaulês no "tour" aconteceu em 1985, por Bernard Hinault.

Revoluções há muitas



Ontem, 24 de Agosto, foi o aniversário de uma delas. A Revolução Liberal de 1820, que teve no figueirense Manuel Fernandes Thomaz uma das figuras mais destacadas.
Mas houve muitas mais. Para se citar as mais preponderantes, houve o 5 de Outubro, o 28 de Maio, o 25 de Abril e…  há-de haver mais.
Mas fazer revoluções para as coisas ficarem nas mãos dos mesmos, mais vale ficar quieto, deve ser assim como remar em seco. Foi o que me fez lembrar uns versos de uma belíssima canção de Brel, cuja eu não a escreveria, mas que é belíssima, é:
On a détruit la bastille
Et ça n’a rien arrangé.
De qualquer maneira Thomaz tem um lugar condigno na História. É daqueles adversários que respeitando-o só nos enaltecemos. Temo que já não haja disso.
Penso mesmo que se ele cá viesse hoje ficaria estarrecido ao ver como está a sua santa terrinha.

sábado, 18 de agosto de 2012

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

"Um vasto programa", diria De Gaulle


CITMAFC

É um novo clube, ainda que as últimas letras, FC, não queiram dizer futebol clube.
Mas também, que diabo, do pontapé no coiro já estamos bem servidos. Embora, nesta modalidade, de igual maneira, já vamos tendo uma super "over dose".

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Pronto, a silly season go on



 Acabaram os Jogos, que não renderam mais do que uma medalhita, e desapareceram os documentos dos negócios dos submarinos.
Se os olímpicos resultados merecem uma reflexão séria, o caso dos submergíveis não será tão grave. Não se correrá o risco de os termos de os devolver, o negócio foi certamente muito bem feito.
Mas a silly season não pára. Amanhã temos a Festa do Pontal, onde o nosso primeiro não terá grandes problemas de enfrentar a população que ele trama, pois a festança é só para os seus apaniguados. O homem, portanto, vai-se sentir em casa.
Depois o fait-divers das escutas arcondicionadas, o aumento dos combustíveis e por aí fora… não falta mesmo com que nos entretermos.
Quanto à Figueira da Foz, uma sondagem para o blogue “Outra Margem”, sobre as próximas autárquicas, indica que a praia da claridade vai continuar inamovível. Os interesses instalados vão continuar instalados. Bem instalados.
Setembro é bem capaz de trazer algumas melhoras. Só na primeira quinzena temos os Jogos Paraolímpicos e a Festa do Avante!.

sábado, 11 de agosto de 2012

Há um síndroma dos "JO"? (II)


Parece que há mesmo. Os eternos candidatos a vencedores nos campeonatos do mundo, falamos de futebol  e, mais concretamente, do "escrete", já penta-campeões, nunca tinham sequer conseguido a medalha de ouro nas olimpíadas. À terceira seria de vez. E a oportunidade, esta tarde, não poderia ser mais propícia. Mas qual quê? Os mexicanos não quiseram ser simpáticos e deram um banho de bola, daqueles tais que ainda estou com azia.

A zita catita




Uma das muitas lições que podemos retirar da História é que os renegados são os piores. Talvez por quererem, e terem necessidade de tal, provar mesmo que mudaram de campo, ultrapassam muitas vezes as raias do bom senso, chegando, não poucas vezes, ao fanatismo.
A vendedora de vinhos nas mercearias do impoluto cidadão Soares dos Santos, Zita Seabra, é um exemplo. Além de mais recente, é um dos mais execráveis, continuando, sem se dar conta que gratuitamente, a sua cruzada conta o PCP.
A referida vendedora divulgou agora, com décadas de atraso, que os malditos comunistas faziam espionagem através do ar condicionado.
Penso que a senhora se meteu numa grande “alhada”. Isto se houver mesmo justiça neste país: é que, se for verdade será condenada por encobrimento de espionagem. Se for mentira terá de ser condenada por uma ignominiosa calúnia. 

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Festa do Avante! 2012 evoca 75 anos de "Guernica"


Portugal ultrapassa Phelps


Com a conquista inédita de uma medalha de prata, por intermédio dos canoístas Emanuel Silva e Fernando Pimenta na final de 1000 metros em K2, Portugal ultrapassou o nadador americano Michael Phelps. Tem agora 23 medalhas, mais uma que o fenómeno da natação.
É só para ele não se armar em bom, pronto. 
De qualquer maneira, a prestação portuguesa nem sequer tem sido tão fraca como se quer fazer querer. Atendendo ao país que somos, claro, não é?
É certo que o Judo tem uma expressão a nível mundial muito superior aos resultados conseguidos, mas nem sempre as coisas saem bem. Coragem para assumir esses contra-tempos é o que falta, além de um pouco mais de inteligência e competência para organizar e para sabermos o que queremos.
Os parabéns à canoagem portuguesa. Não é todos os dias, ou todos os jogos melhor dizendo, que se consegue uma prata e um sexto lugar. E ainda não acabou.

domingo, 5 de agosto de 2012

Olimpíadas: Costa 9º no tiro a 50 metros




João Carlos Costa ficou em 9º lugar, com os mesmos pontos do 8º, no tiro a 50 metros, esta manhã, falhando o apuramento por uma escassa décima.
Recorde-se que Costa, na recepção do presidente da edilidade aos atletas figueirenses de partida para os JO’s afirmou que não treinava esta distância por não ter acesso a um local apropriado, devido ao desmantelamento da carreira de tiro, há uns dois ou três anos.
Alguém deve estar satisfeito pelo afastamento do atirador navalista da final, pois, como a imagem de cima mostra, nem careira de tiro nem piscina. Haja responsáveis que assumam a imbecilidade de um atentado como este, contra o desporto, ao transformarem uma carreira de tiro municipal num baldio.
Aqui se deixa uma palavra de apreço ao atirador pelo 7º lugar no tiro a 10 metros, infelizmente uma das melhores classificações portuguesas, até agora, nestes jogos, e uma de repúdio ao imbecil, ou imbecis, que demoliram, a destempo, a carreira de tiro. Que, pelo menos, tenham vergonha na puta da cara.
E palmas para os históricos remadores Pedro Fraga e Nuno Mendes e para a verdadeira atleta olímpica Clarisse Cruz.
Mas tem mais: o 7º lugar de Jessica e o apuramento de Vera Barbosa.
Não é, certamente, pelos atletas, que não vamos mais além.


sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Jogos Paraolímpicos Londres/2012


Augusto Alberto


Está definida a missão portuguesa aos Jogos Paraolimpicos Londres/2012, após um longo período de indecisão, em resultado de marcas obtidas nos últimos eventos do Atletismo e Natação. Aliás, acresce dizer, que o último Campeonato da Europa de Atletismo para pessoas com deficiência, revelou um autêntico manancial de marcas de excelência para os atletas lusos.

Alguns, apesar da obtenção de mínimos A, para participação nos próximos Jogos Paraolimpicos, não seguirão viagem, devido ao respeito por cotas definidas muito previamente. Deste modo, a missão paraolímpica portuguesa será formada por 5 modalidades: Atletismo,15 atletas, Boccia, 9 atletas, Natação, 4 atletas, Hipismo, 1 atleta e Remo, 1 atleta. Ao todo viajarão para Londres, ao encontro do melhor que se faz no desporto adaptado, 30 atletas. Modalidades colectivas, como o Basquetebol em cadeira de rodas, Rugby em cadeira de rodas, voleibol no solo, futebol de 5 e 7 ou Goalball, modalidades em estado embrionário ou mesmo sem prática, não se farão representar, expressando as enormes dificuldades em dar seguimento a disciplinas colectivas de grande complexidade, plástica, física e técnica. Ficarão de fora, ainda, disciplinas individuais, de enorme recorte físico e emocional, como o Ciclismo e Vela, que estiveram representadas em Pequim, Esgrima, Ténis em cadeira de rodas em court, Ténis de mesa, Tiro com Arco, Judo ou Halterofilia.
A missão paraolimpica reunirá em Lisboa nos dias 18 e 19 de Agosto, com vista a ultimar preparativos, após anterior recepção na Presidência da República e Assembleia da República e seguirá viagem para Londres no dia 23 de Agosto, com regresso a 10 de Setembro. A Cerimónia de abertura dos Jogos Paraolimpicos, com lugar também no novo estádio de Wembley, terá lugar no dia 29 de Agosto. O hastear da Bandeira Nacional no parque das Nações, ocorrerá no dia 25 do mesmo mês.
É preciso que se diga que mais importante do que os resultados, é o facto de todos estes atletas, alguns com deficiência muito profunda, como é o caso de alguns atletas do Boccia, prosseguirem o desejo tão natural de ter uma alta expressão na sua vida diária, à semelhança dos melhores com vida normal. E isso, é o que verdadeiramente conta.
Por último, dizer que está em segredo o atleta que transportará a Bandeira Nacional na cerimónia de abertura. Esse será o legitimo desejo de todos, mas só um terá esse derradeiro privilégio. Privilégio que eu já tive, em Pequim, na noite em que a minha atleta e minha modalidade, o Remo, foi a escolhida. É um momento sublime, sem dúvida.
Aos Jogos voltaremos, quando voltar.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

O novo código de trabalho




Esperam os néscios que nos desgovernam que o novo código de trabalho dinamize o mercado. É muita lata, já que os seus objetivos são outros que nada têm a ver.
No momento que ele entra em vigor o desemprego cifra-se em 15,4%. Sabe-se que a política destes filhos da puta é o seu aumento, só não se sabe, nem eles dizem, quais os seus limites. Daqui a uns meses veremos se esse flagelo social baixou ou não, e qual foi o contributo destas políticas para tal.
O que a continuação desta política, uma opção de classe nítida e na qual se insere a alteração do código, vai fazer aumentar é a criminalidade, directa ou indirecta.

Nos 50 anos da garota...


A história aqui


quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Editoriais de sarjeta


Augusto Alberto


 O jornalismo desportivo de Portugal no dia 28/07/2012, sábado, dia após a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres, afinou, A Bola, Record e O Jogo, pela página de sarjeta, que confere muito com o país pobre e meio tonto, cuja responsabilidade é também desta gente, que pouco faz para nos libertar dos sabidos conceitos salazarentos e labregões.
A única séria opção desse dia, seria a de colocar em toda a primeira página, a foto da missão a Londres, esta é saborosa diferença material e semântica, liderada pela porta-estandarte, Telma Monteiro, a quem vossas excelências passam a vida a pedir uma medalha, mas contudo, tão maltratam. Ao invés, a primeira página dos diários, destacou-se por colocar uma esquizofrénica alegria, feita de um jogo de futebol, que ainda por cima deu oportunidade ao José, de gozar com o pagode: “cá vos espero”, disse.
Para maior infortúnio, o jornal A Bola, que durante as décadas salazaristas, nos permitiu ler direito, por entre capciosas linhas, teve a infelicidade de colocar a fotografia da missão a Londres, dentro de um pequeno círculo. Pilatos, ou qualquer outro rabudo, fariam o mesmo. Estou crente que os seus fundadores, ou Vítor Santos, mais tarde o seu enorme director, ou Carlos Miranda, que por mais de uma década nos deu relatos magistrais das andanças de Agostinho por terras de França, corariam de vergonha por este dislate.
Em boa verdade, estes são os nossos filhos, ainda que teimem em dá-los como enteados. Dir-se-á que estamos perante uma batalha perdida, eu sei. Contudo, este grupo de atletas que se desloca ao maior evento desportivo, teve de passar o crivo do apuramento, onde encravaram, universalmente, milhares de pretendentes, como sucedeu com os nossos jovenzinhos, constituídos em Selecção Nacional, que saíram das escolas de futebol, a quem os burguesinhos do oficio chamam de academia, e que começam logo aos 18 aninhos, a ganhar acima de 5 mil euros. Esta missão olímpica lutou contra obstáculos seriíssimos, os financeiros evidentemente e a escola muito em particular, que se não colocam aos nossos petulantes e inclassificados jogadorezinhos de futebol.
Manter o país segundo os registos salazarentos do futebol e Fátima, é criminoso, embora eu saiba que para a burguesia instalada isso seja gorda canja. Abaixo a perniciosa elite de merda, que tudo faz para nos manter nas trevas e na ignorância.