por Augusto Alberto
O
cavalo Rubi, um lusitano de Alter e dos sete costados, esteve brilhante em
Londres. E Alexandre Mestre, o Secretário de Estado do Desporto, babado e de
pucarinho com o propagandaminister Relvas, após recepção aos heróis de Opalenica,
como se sabe, mostrou-se invejoso, como vos vou contar, enquanto o Rubi
despachou, na dressage, passes de mágica e de cartola.
Alexandre
Mestre não esteve, no passado mês de Julho, no Centro de Alto Rendimento de
Montemor-o-Velho, que tutela em parceria com a Câmara local e que desde há 3
anos recebe a preparação dos atletas de canoagem e remo e ainda os triatletas,
que tão bem nos representaram nos Jogos Olímpicos de Londres e na primeira
grande manifestação internacional da canoagem portuguesa, o Campeonato da
Europa de sub-23 anos e juniores, como justamente lhe competia.
A
propósito, conto que estive em 2006, como técnico da Equipa Nacional, no
Campeonato Mundial de Remo, em Dorney Lake, local exacto onde se realizaram as
provas de remo e canoagem olímpicas e do remo paraolímpico, onde de momento me
encontro. Visitou-nos e connosco jantou o então Secretário de Estado do
Desporto de Portugal, Laurentino Dias, que a meio do encontro, recebeu um
telefonema do seu secretário pessoal, a indicar que o Major Valentim Loureiro,
presidente da Liga de futebol profissional, estava em directo no telejornal, a
decretar um autêntico terramoto no desporto português com a paragem do
campeonato profissional de futebol. Laurentino não entrou em pânico e informou
estar de momento a tratar de coisas mais importantes e a dar passos para um
melhor desporto náutico em Portugal. Mais tarde lhe telefonaria. Não me custa
aqui dizer que Laurentino cumpriu, tendo papel de relevo na conclusão das obras
do Centro de Alto Rendimento de Montemor-o-Velho e do mesmo passo deu aval aos
primeiros eventos de relevo, em Portugal, do Remo e Canoagem. Os respectivos
Campeonatos Europeus, em 2010 e 2012. Por ironia e justiça, a canoagem
conquistou a única medalha Olímpica para Portugal. E por isso, justamente,
Laurentino esteve presente em ambos os Campeonatos da Europa e o Mestre não
esteve no da Canoagem. Mestre revelou sofrer de inveja e do síndroma da
pequenez, características de quem não é capaz de dirigir o desporto e de
cumprir com as suas tarefas protocolares e de representação do Estado. Sendo
assim, benzina no mestre, porque o Mestre é uma nódoa. E toda a nódoa carece de
ser removida.
Nota
final: O aeroporto do Porto não tem sala vip e o Porto está longe dos
ministérios. Por isso, os heróis de Londres não tiveram honras nem desejos
oficiais de boas vindas. Os heróis saíram direitos ao Povo, que nem sequer deu
por não estarem nem Relvas nem Mestre. É caso para dizer: Quem te manda, Povo,
dares oportunidade a sapateiros de tocarem rabecão?