Augusto Alberto
Está definida a missão portuguesa aos Jogos Paraolimpicos
Londres/2012, após um longo período de indecisão, em resultado de marcas
obtidas nos últimos eventos do Atletismo e Natação. Aliás, acresce dizer, que o
último Campeonato da Europa de Atletismo para pessoas com deficiência, revelou
um autêntico manancial de marcas de excelência para os atletas lusos.
Alguns, apesar da obtenção de mínimos A, para participação
nos próximos Jogos Paraolimpicos, não seguirão viagem, devido ao respeito por
cotas definidas muito previamente. Deste modo, a missão paraolímpica portuguesa
será formada por 5 modalidades: Atletismo,15 atletas, Boccia, 9 atletas,
Natação, 4 atletas, Hipismo, 1 atleta e Remo, 1 atleta. Ao todo viajarão para
Londres, ao encontro do melhor que se faz no desporto adaptado, 30 atletas.
Modalidades colectivas, como o Basquetebol em cadeira de rodas, Rugby em
cadeira de rodas, voleibol no solo, futebol de 5 e 7 ou Goalball, modalidades
em estado embrionário ou mesmo sem prática, não se farão representar,
expressando as enormes dificuldades em dar seguimento a disciplinas colectivas
de grande complexidade, plástica, física e técnica. Ficarão de fora, ainda,
disciplinas individuais, de enorme recorte físico e emocional, como o Ciclismo
e Vela, que estiveram representadas em Pequim, Esgrima, Ténis em cadeira de
rodas em court, Ténis de mesa, Tiro com Arco, Judo ou Halterofilia.
A missão paraolimpica reunirá em Lisboa nos dias 18 e 19 de
Agosto, com vista a ultimar preparativos, após anterior recepção na Presidência
da República e Assembleia da República e seguirá viagem para Londres no dia 23
de Agosto, com regresso a 10 de Setembro. A Cerimónia de abertura dos Jogos
Paraolimpicos, com lugar também no novo estádio de Wembley, terá lugar no dia
29 de Agosto. O hastear da Bandeira Nacional no parque das Nações, ocorrerá no
dia 25 do mesmo mês.
É preciso que se diga que mais importante do que os
resultados, é o facto de todos estes atletas, alguns com deficiência muito
profunda, como é o caso de alguns atletas do Boccia, prosseguirem o desejo tão
natural de ter uma alta expressão na sua vida diária, à semelhança dos melhores
com vida normal. E isso, é o que verdadeiramente conta.
Por último, dizer que está em segredo o atleta que
transportará a Bandeira Nacional na cerimónia de abertura. Esse será o legitimo
desejo de todos, mas só um terá esse derradeiro privilégio. Privilégio que eu
já tive, em Pequim, na noite em que a minha atleta e minha modalidade, o Remo,
foi a escolhida. É um momento sublime, sem dúvida.
Aos Jogos voltaremos, quando voltar.
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