Augusto Alberto
Na noite de 18 para
19 de Janeiro e durante a manhã e tarde de 19, o país esteve debaixo de uma
tempestade inclemente, como notamos. E um amigo meu, desabafou: “Porra! Até
que enfim que nesta terra se passa alguma coisa de diferente. Porque uma terra
onde não se passa nada, é uma seca de terra”. E um outro, que tem por
vizinho, em Portugal, um alemão, que de momento está na Alemanha, recebeu um
telefonema desse vizinho, que lhe confessou que quase não pode sair à rua,
porque em frente da porta, tem neve com 3 metros de altura. E
concluiu o alemão, pejorativo e com sarcasmo:
“Agora é que eu bem entendo porque em Portugal não gostais de trabalhar”. “Cuidado com as apreciações, seu teutónico
malandreco”, retorquiu, com bonomia, o meu amigo.
E por estes dias de invernia pura e dura em toda a Europa, o
jornal “El Mercúrio” mostrou uma foto (aí ao lado) da pobreza que grassa pela Europa,
tirada na véspera de Natal, na católica Polónia, de um sem abrigo, que na
companhia de dezenas de outros, habita nas condutas de aquecimento e esgotos da
cidade polaca de Szczecin. Na foto, vê-se uma mão e um braço direito estendido,
a receber o “cachorro” quente da mão de um polícia, enquanto o corpo está
totalmente encerrado na conduta.
Perante inusitada fotografia, é curial fazer um conjunto de observações.
Será que é um operário socialmente arrolado na merda, que está num gueto da cidade
de Szczecin, escondido, convencido de que os alemães estão para chegar? Não,
como é óbvio. Os alemães agora estão acantonados e são nossos amigos.
Ou será
que está escondido de Lech Walesa, prémio Nobel da paz, ex-Presidente da
República e antigo grande presidente do sindicato Solidarnosk dos estaleiros
navais de Gdansky, por falta de pagamento de cotas? Estaleiros arruinados após
a chegada do alarve capitalismo, que deixou na cidade milhares de operários
entregues à sua sorte, (salvou-se uma pequena área que hoje constrói iates de
luxo, para serviço da grande burguesia polaca e europeia), enquanto o “feliz”
sindicato foi desactivado, após o fenomenal cumprimento do seu papel histórico.
Antes pelo contrário. Foi Lech Walesa que lhe indicou a conduta para habitação.
Ou será que se esconde do Papa e santo, João Paulo II, Cardeal Wojtyla, por não
ter dito as orações? De forma nenhuma! Foi também Carol Wojtyla, que lhe
indicou literalmente a conduta como lugar de acolhimento.
Resumindo e concluindo: A Polónia patética, católica, apostólica
e capitalista, de Walesa e Wojtyla, manda polacos e polacas para a merda, lugar
a que nunca foram no tempo do Socialismo.
1 comentário:
A Polónia estava muito bem, sim senhor, quando estava em ditadura comunista e nela mandavam aqueles que o inteligentissimo autor deste blogue considera como seus inspiradores...Enfim,o que ele ambiciona é que Portugal um dia possa ficar como a Polónia, onde os tanques soviéticos esmagavam as massas trabalhaoras que se revoltavam contra a tirania comunista.
Seria o que nos esperava se ele e os seus amigos um dia fossem para o poleiro do poder.Livra!...
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