domingo, 30 de agosto de 2009

As burkas

Augusto Alberto


Hamid Karzai, o tal rapaz, sempre bem parecido, que parece ser o homem de mão dos americanos no Afeganistão, mais uma vez em nova batalha, que caminha pelos vistos, para nova derrota, a somar a muitas outras. É bom que se diga, que ultimamente os americanos começaram a utilizar a táctica de sair como os gatos, com pezinho ligeiro e silenciosos tanto quanto possível, como está a ser o caso do Iraque, deixando, repetidamente, povos entregues ao seu desgraçado destino. Mas regressando à questão, esse rapaz conseguiu deixar as mulheres afegãs ainda em pior estado, na procura de uma estratégia de oportuna cedência aos talibãs, esses rapazes barbudos, da teologia e da bazuca. Ficamos a saber que mulher que não contente bem o marido, como por exemplo, se recuse a abrir bem as pernas, pode ficar sem sopas e ainda ser submetida a umas sóbrias latadas. Esta coisa dos votos à moda ocidental, em terra obscura, de relações brutais e de gente boçal, que obriga a mulher à desgraça da burka, pelos vistos, só lhe pode trazer mais sofrimento. Uma lástima!
Houve uma altura na história da humanidade, que defender o movimento da terra à volta de si própria e à volta do sol, era coisa para ir para o tronco e a fogueira. Estamos assim, a modos como no catolicismo, com um atraso de 300 anos. Com a bênção dos amigos ocidentais, que de um modo geral, se estão cagando para os direitos humanos, a não ser o que tem a haver com os seus próprios direitos, o mundo tem lugares impróprios para a vida.
Dir-se-á que estas coisas só ocorrem em lugares que nos estão distantes e como tal, de tão longe, é deixá-los. Mas não é verdade. Há outros mundos, que nos estão mais próximos e de tão próximos se calhar nem reparamos, que ali ao lado, outras burkas são cerzidas. Voltemos à tal Megan Comfort, da Ong, Centerforc, a propósito da realidade social e das prisões Americanas.
“Algumas mulheres que vivem em bairros muito, muitos perigosos e que tem direito a passar a noite de vez em quando, com os maridos na cadeia dizem: Dormi bem, é pacífico e calmo. É esse tipo de sentimento. Que a prisão é mais estável menos assustadora do que o exterior. Temos de prender menos pessoas e de elevar o nível da qualidade de vida dos pobres que estão lá fora para eles preferirem ficar em casa. Têm a ver com a criminalização da pobreza” .
Outra pérola, que vem provar, que há democracias com burkas de vários tipos e mulheres tapadas de outros e variados modos, havendo-as de todos os tamanhos, formas, feitios e cores. E também há muitos tolos que mesmo vendo, não percebem que mais cego é aquele que não quer ver.
Mas o oportunismo paga-se na primeira curva, seja em que circunstância for.


1 comentário:

samuel disse...

A cada povo, as suas "burkas"... até um dia!

Abraço.