segunda-feira, 23 de abril de 2012

Abril é uma trincheira (III)


O facto da Associação 25 de Abril demarcar-se das comemorações oficiais do 25 de Abril é forte motivo de reflexão. Transporta-nos para a evidência de que o 25 de Abril não foi cumprido. 
Houve, é certo, e não se pode negar, uma mudança no poder económico, mas de curta duração diga-se, uma vez que uma década passada esse mesmo poder económico regressou às mãos dos mesmos. 
Vistas bem as coisas, Portugal passou de um país atrasado e colonizador, para um país atrasado e colonizado, ou seja, ocupado. Em que as classes dirigentes, as ociosas, detentoras do poder, ganham com a situação. 
O apelo da A25A ao patriotismo para salvar o país, a liberdade e a democracia significa que batemos no fundo. Significa que se não nos batermos pelos ideias de Abril, o colaboracionismo, a capitulação poderá custar-nos muito caro, talvez o preço da dignidade.
Quanto às comemorações oficiais, se as houver e acredito que sim, serão o expoente máximo da hipocrisia e  uma afronta aos trabalhadores portugueses e ao regime democrático que, afinal, todos desejamos.

Sem comentários: