Augusto Alberto
O Presidente dos Estados Unidos gravou uma mensagem
televisiva aos sírios (livres), com a respectiva legenda em árabe, para que
percebam bem o que promete. Prometeu dinheiro para quase tudo, até para
adquirirem frigoríficos, fogões e ferros de engomar, para aligeirar as
dificuldades da guerra. Por uns momentos, lembrei-me da frase que diz, que é
pela boca que morre o peixe e que serviu de mote ao Major Valentim Loureiro,
quando em campanha eleitoral, tentou ganhar o voto dos eleitores de Gondomar,
precisamente a troco de frigoríficos, fogões e ferros de engomar. Cinismo!
Cinismo ao bom estilo ianque.
Porque Obama sabe, e bem, que muitas das
dificuldades porque passam os sírios e porque passam outros povos das
redondezas, passam-nas, porque os americanos, mais os amigos, não se sabem
confinar às suas terras. E sendo um presidente regozijado com o prémio Nobel da
paz, melhor será que gaste os estipêndios a favor dos americanos, tão
carenciados e sedentos andam, de pão e cama. A alguns, faltará também o
frigorificou ou o fogão, sendo certo, certíssimo, que milhares não têm casa
para viver.
De todo o modo, a vida ensina-nos que as ditaduras podem ser
boas ou más. Por más ditaduras, na concepção materialista americana e demais
democracias ocidentais, são as que criam alguma dificuldade à prossecução dos
interesses do império, ou que criam alguma tensão, ou redobrada atenção, ao
esforçado e estático porta-aviões Israelita. E as boas ditaduras, são as que
contribuem com o petróleo, gás natural, fosfatos ou ferro, para o
engrandecimento do produto interno bruto dos países coloniais, que faz as
delícias da celebrada classe média e alta de cá e aos reizinhos e emires de lá.
E é despiciendo saber se a possibilidade do voto, ou coisa
tão simples, como a igualdade de género, se verifica ou não. E precisamente na
boa ditadura do reino saudita, algumas mulheres, titubeando, já conseguem ter
acesso a algum emprego. Contudo, em ocupando o mesmo espaço físico dos homens,
ficam obrigadas as instituições ou outros empregadores, a erguer taludes,
paredes ou muros, com altura, no mínimo de 1,60 metros, no sentido de separar das
tentações do vicio e da carne, a homens e mulheres. Então, daqui se lança o
natural desafio ao prémio Nobel da Paz e simultaneamente poderoso Presidente
dos Estados Unidos, que tudo sabe e em tudo manda. Não quererá vossa
excelência, mandar subir a democracia, mandando deitar abaixo o muro?
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