quarta-feira, 24 de abril de 2013

Ratazanas


Augusto Alberto

Nas Américas, enquanto as forças progressistas vão fazendo a “democracia”, a direita é do vai ou racha. Racha cabeças, racha corpos e nem sequer, por pudor, os guardam por muito tempo.
No Chile, deu-se cabo deles, logo ali, no estádio nacional. Na Argentina, levara-os para dentro de aviões, e a altitude considerável, deu-se-lhes um toque para o mar. No Brasil, foi o pau-de-arara, o mais celebrado matricídio. Encapuçados e de pés e mãos atadas e sentados numa vara com cerca de 10 centímetros de diâmetro, assente num tripé, tronco e nádegas ao léu, debaixo de calor impiedoso, esperando que o limite físico encerrasse o assunto.
O terrorista Carriles, ex-agente da CIA
E os somozas e os duvaliers tinham um gosto especial pelo manejo do cacete, fosse numa praça ou numa avenida e pianinho e toca a andar, que nada vistes.
E na Venezuela, voltaram os barulhos em tachos e panelas e já se começaram a contar os descamisados mortos. Boa-vai-ela, porque já há cabeçudo. É sedutor! Mesmo num fascista, pode dar jeito para desempatar o que parece empatado. É Capriles! E de que mundo vem a ratazana? É filho da grande oligarquia sul-americana. É Governador do Estado de Miranda, reeleito em 2012, pela margem de 0,3%. Não consta que o chavismo tenha pedido a recontagem dos votos, nem a U.E nem Washington, que a propósito de chapeladas, caminha na frente. Volteou-se para se colar a preocupações sociais a que o chavismo deu ênfase, embora rechaçasse todos os programas de apoio aos mais pobres, que são o produto das políticas de centenas de anos, dirigidas pelas famílias oligarcas, a que pertence, e até se fez mostrar, tendo por detrás, um enorme cartaz de Bolívar. Participou activamente no golpe de Estado contra Chávez em Abril de 2002 e esteve preso. O Procurador encarregue da investigação, foi assassinado em 2004, à bomba. Do seu círculo, faz parte o “comissário Basílio”, Posada Carriles, o cubano especialista em dar caça a movimentos progressistas e o homem que colocou a bomba no avião da Cubana de Aviación, em 6 de Outubro de 1976, que custou a vida a 73 pessoas, que regressavam, justamente de Caracas, dos Jogos Pan-Americanos.
É verdade, que a perda de cerca de 700 mil votos pelo chavistas, aparentemente, empatou o jogo. Alguma coisa me diz que o chavismo, tolerante, criou um embrião, a que por cá, chamamos classe média, que nas Américas está socialmente riscada e que usando do recalcitrante ímpeto oportunista, rapidamente lhes virou as costas. 
Mas o oportunismo que se cuide, porque as ratazanas são loucas. Quando ferram em definitivo os dentes, deixam a presa esvaída em sangue e com os pés frios. 

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