Augusto Alberto
A vida vai bela, por isso já nada se sussurra e tudo se
escancara. Não é de estranhar, pois, que a corja tenha perdido a vergonha e
tenha dito comam sopa! a uma mãe desempregada, com uma pensão de 240 euros, e
ao seu filho, com um abono de 90, ambos epilépticos, e que paga de renda 250
Euros. Quando a há! Grita a mãe. Quando o filho chora, a mãe não sabe se é da
fome ou de nova crise de epilepsia. Moída, só sussurra palavras de amor, porque
por sorte, as palavras de amor, não se servem no prato.
Em conformidade com o espavento, não admira que a maioria socialista
da Câmara Municipal de Braga tenha aprovado, com a abstenção da direita (é o
fim da picada), a construção de uma estátua para recordar o cónego Melo. Para
os esquecidos e os mais novos, é bom indicar que o cónego foi dos mais
brilhantes caceteiros da direita no norte de Portugal, associada ao assassínio
de um jovem padre com preocupações sociais e da sua companheira de viagem, numa
altura em que Manuel Alegre e Mário Soares, percorreram o norte, em comunhão
com o cónego, mais os arruaceiros organizados no MDLP e no CDS, no sentido de
mobilizar outros padres, analfabetos, MRPP (s) e outros (ml’s), para puxar o
sino, para dar inicio à algazarra e à caça aos progressistas.
Não admira, pois, que hoje, ao preparar o pós
PPD/PSD-CDS/PP, a direcção do Partido Socialista, coloque no horizonte, um
governo com o mesmíssimo CDS, que foi intrínseco da traulitada. Nesse governo,
sem esconjuros, evidentemente, Paulo Portas, sucederá ao velho Paulo Portas,
num governo liderado pelo partido socialista, chefiado por António José Seguro.
E agora que escrevo para o fim, é com coragem, mas em
sussurro, para não ofender os mais sensíveis, que vou falar do que há dias
atrás. Por consciência, mesmo sabendo que vão ser os abutres do Partido
Socialista quem vai capitalizar o descontentamento orgânico mais o benigno,
deixei de ver a final da liga dos campeões, entre teutónicos, para marcar
presença na grande manifestação da CGTP-IN, em frente aos portões do Palácio do
“Presidente”. O P.S. não é de ruas, como provei, a não ser que venha atrelado e
silencioso, à corja tramontana, como no antanho. Contudo, enquanto algum povo
luta, o P.S. não deixa de “galopinar”. Já lá vem, montado na rábula do voto
útil. Voto útil, sim. E para que se quer o voto útil, Rogerinho? Ora para que
se quer o voto útil! Quem sabe, para que Portas suceda ao velho Portas.
Aqui sentado em frente do meu computador, batendo nas
teclas, atrevo-me a dizer que os verdadeiros amigos podem tardar, mas nunca se
esquecem. Lá do alto, olhando os dias que correm em baixo, o Cónego Melo,
súplica, para que à sede do Largo do Rato, cheguem os votos estritamente
necessários, que permitam nova dupla assassina.
* Galopinar - O acto de no dia das
eleições, as pessoas influentes dos Partidos do arco do poder e da
rotatividade, o regenerador e o progressista, (fidalgos, regedores, padres,
médicos, boticários, e demais caciques), irem, porta a porta, arrebanhar os
votos dos eleitores. Isto foi no fim da monarquia, contudo cacicar, continua
ser a tarefa brilhante de uma vida. Não é Portugal?
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