Augusto Alberto
Poucos dias antes de ser
assassinado em Dallas, Jonh Kennedy quis saber da possibilidade de derrubar o
governo brasileiro de João Goulart. Provam documentos, entretanto
desclassificados, sob o testemunho de “Arquivos da ditadura”. Daqui se conclui
que John só era meigo enquanto esmifrava a vagina da Monroe, porque, quanto ao
resto, foi mais um meliante, especialista na “boa” arte da canhoneira.
Entretanto, no mesmo dia em que
li estes testemunhos, vi imagens de uma “chega” de bois à transmontana.
Colocados os bois frente a frente, encaixam na perfeição os cornos que só se
desenlaçam com a fuga do mais fraco. Ora, este é o actual caso da Ucrânia.
Palco, preferencial, para o capital desavindo, encaixar os cornos, na ânsia de
que um, se sobreponha ao outro. De um lado, a oligarquia capitalista russa,
vencedor dos escombros da experiência socialista, que não cede na defesa dos
seus espaços físicos, onde há enormes riquezas e do outro, as oligarquias
capitalistas ocidentais, que bem conhecemos, com Gaspares, Coelhos, Portas e
Seguros, a atacarem na fronteira, onde há carne disponível para o canhão, no
sentido de colocar a mão, onde hoje, manda a oligarquia russa.
A traquitana ucraniana é um
perigo, porque a oligarquia russa é bruta, e vai responder sem delicadeza e
onde mais dói. Por isso, agora em Kiev, parece que estamos perante uma “chega à
moda da Ucrânia”. Que “boi” se vai desensarilhar, carregando o fardo da derrota
e que ondas de choque sobrarão para os povos, como os que sobraram, entre os
anos de 39/45, do século passado?
Chaves em vida “traiu” os
manhosos caceteiros de 1989, quando mandou investigar o “caracaço”, que só em
Caracas, fez mais de 4.000 mortos. Por isso, “arreceia-se”, tanto a oligarquia
capitalista ocidental e americana, como a oligarquia venezuelana, que, presa
por uma arreata, convoca de novo meninos, meninas, e senhoras de rostos
mimosos, a baterem tachos, para sinalizar a falta(?) de comida. O modelo é o do
Chile, de 1973. Então, como é regra nos partidos de poder nas democracias
parlamentares, a estrutura do Partido de Allende era eleitoralista e por isso,
incapaz de mobilizar gente para vir à rua defender as transformações sociais.
Ora, na Venezuela, hoje, a coisa não é bem assim. O fascismo sai à rua e dos
morros, para lhe dar o troco, à cidade, descem ainda muitos mais. Por isso, o
fascismo na Venezuela vai ter que fazer trabalhos suplementares.
E quem sabe se o actual líder do
golpe fascista na Venezuela, Leopoldo López, não é um neto da liderança de
Andrés Perez, o amigo socialista de Soares, que há 25 anos, com o “caracaço”,
reprimiu violentamente o povo com fome?
Os diabos são cornudos e o
capitalismo também. Desde os primórdios, passando por Kennedy, ou no tempo que
corre, de Obama, Merkel ou Barroso. De todo o modo, há sempre quem acredite,
que ter um Mercedes e um BMW, é quanto basta para haver democracia.
Infelizmente, para os incautos que nada têm.
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