terça-feira, 30 de novembro de 2010

O FMI também faz estudos. E esta hein????

«Um estudo recente do próprio FMI, publicado este ano, veio confirmar as consequências graves de uma consolidação orçamental tão grande (4,6% do PIB), feita num período tão curto (apenas 2 anos), e em condições tão desvantajosas para Portugal como é aquela que o governo, com apoio do PSD, pretende fazer. As consequências são tão nefastas para os portugueses e para o futuro do país, que alterar rapidamente essa politica é uma exigência sentida pela maioria dos portugueses, como mostrou a dimensão da adesão à greve geral.
Segundo esse estudo do FMI, "em dois anos, uma consolidação fiscal equivalente a 1% do PIB tende a reduzir o PIB em aproximadamente 0,5%, aumenta o desemprego em cerca de 0,3%, e reduz a procura interna (consumo e investimento) em aproximadamente 1%".»

De um estudo do economista Eugénio Rosa. Aqui.

E Messi não marcou...


Para lá da estonteante exibição da equipa "patrocinada" pela UNICEF, lembrei-me, mais uma vez, de Pepe Carvalho.
Esteja lá onde estiver, imagino-o com um sorrisozinho irónico ao reparar nos nomes dos centrais da equipa adversária: Pepe e Carvalho.
Só falta saber se os catalães pagarão direitos de autor ao FC Porto. É que não foram originais. Os de Lisboa também já tinham sido contemplados com a mesma dose.

Adenda:
Quem é grande, é grande, até nas derrotas:  «Não foi uma humilhação! Foi a minha maior derrota mas é uma derrota fácil de digerir, pois não tivemos possibilidades de ganhar".

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Os cães de Obama: o d'água e o outro


Pelo menos três coisas sou obrigado a admirar em Barack Obama. (i) Dá entrevistas e conferências de imprensa simpáticas. (ii) Faz discursos estudados ao milímetro para serem cirurgicamente “empolgantes”. (iii) É um verdadeiro artista a treinar os seus animais domésticos... tanto o BO(cão d´água), como o BO(chechas), se bem que o cão d´água tenha já, mais do que uma vez, revelado traços de independência e rebeldia muito mais acentuados do que o outro.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Pensemos bem, porque vai sendo tempo

Augusto Alberto

Durante dias Lisboa foi o lugar da mais feroz campanha ideológica a favor da guerra. E como se não bastasse à volta da cimeira foram projectados cenários de terror e destruição, e não só! Parece que alguns dos anfitriões, não contentes em virem fazer o papel de artistas habituados a declamar em dó menor, tiveram contudo, arte para tratar da carne. Mandaram subir umas meninas aos quartos, alugadas ao preço do melhor champanhe, para apimentar uma noite de carne fresquíssima, de tal modo que até o Presidente Sarkozy, que também pica em boa carne, se viu naquele instante ultrapassado por artistas de grau menor.” Que é isto?” Terá exclamado.
Mas não se julgue que estas coisas não têm escola. Têm, com certeza.
Comecemos por aquele que foi o homem mais poderoso do mundo e que acabou a mandar fazer a guerra, em vez da paz. George Bush, eleito por duas vezes presidente dos Estados Unidos, sendo a última com algum mistério, foi uma intensa e democrática chapelada, bem ao estilo gangsteriano. De perfil “anizado”, sabemos que fumou umas brocas e que se emborrachava até a cabeça toldar. Este foi o “gangster” que certo gosto americano escolheu para presidente
José Maria Aznar, rato de igreja, como fica bem a um falangista e membro da Opus Dei, personagem contemporânea, descendente de uma ilustre família franquista, e, por isso muito comentado e agraciado nesse mundo da opacidade e das vestes púrpuras.

De Toni Blair, um salafrário que disse que tinha uma terceira via para o socialismo, membro do partido trabalhista, que usou dos meios mais soezes para abater o seu principal adversário, montando uma cabala que passava por anunciar uma doença mental, capaz de destroçar em poucos dias a esposa de Cameron, e do próprio ter um amante deputado, com quem partilhava a cama e a carne. A trama foi desmontada mas Cameron, colocou-se ao mesmo nível, arrumando a questão com uma simples desculpa.
E por último, esse indomável e intrépido, José Manuel Durão Barroso, a quem os companheiros de “route”, levaram ao alto cargo de Presidente da Comissão Europeia. Acerca desta personagem, parece que nem tudo foi dito, dai que relate um comentário, identificadíssimo, publicado por alguém que, presumo, o conheceu muito bem: - "Este terrorista, mais Bush, Aznar e Blair, que mataram mais de dois milhões de inocentes no Iraque, devia estar numa prisão de alta segurança... Este assassino, ainda em 1974/1975, andava a roubar os móveis da Universidade. Não fora o Arnaldo de Matos, no MRPP, aquele bandido tinha enchido a SEDE DO MRPP de móveis da Universidade. Arnaldo de Matos, homem íntegro, nunca deu espaço a este Durão, tão ladrão e expulsou-o do partido. Este bandido, que foi do MRPP até ser pescado por o PPD/PSD, devia estar numa prisão. Há muito tempo!!!"
Esta denúncia à MRPP é de cabo de esquadra, mas também um mimo e um gozo.
Mas infelizmente, a vida de muitos cidadãos deste mundo não tem sido um mimo, na razão directa das acções destes malandros. Infelizmente, as armas são muito desiguais, e por isso, a opinião dominante, demoniza sempre os vencidos, mesmo que alguns dos vencedores, tenham começado e continuem, em má escola, a fumar umas brocas, a roubar os móveis da universidade, sejam mestres na arte da cabala e alguns, lestos na arte de gastar os dinheiros dos povos, na contratação temerária das mais celebradas putas de cada lugar e momento. No mínimo, merecem o enxovalho, porque o seu poder é tanto, que até parece que é a única arma que nos resta nesta luta muito desigual.
Mas o que também fica da celebrada cimeira, é que os blindados não chegaram e nem fizeram falta, porque nem um rato nasceu na montanha das provocações. Quem sabe se não serão usados daqui a uns dias sobre quem mitiga as dores da fome, que é coisa que esta bandidagem, costuma fazer quando se lhe pede contas.

Lá calha...

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Liberdade! Liberdade!

Pausa

Num pequeno e merecido descanso do meu piquete sempre há tempo para ouvir o professor.
Quanto à greve, os trabalhadores têm dado boa resposta, embora os lacaios do capital e seus serventuários tenham também dado boa conta de si. São as noticias que nos chegam de agressões e intimidações a piquetes de greve, como aconteceu em Cabo Ruivo ou em Braga. Isto é uma clara demonstração da natureza de classe, fascistóide, do patronato português e uma violação antidemocrática do (ainda) constitucional direito à greve.
Vou regressar. À luta, claro.

Adenda âs 10:36 hs.

Não faço ideia, ou melhor, até posso fazer mas isso agora não vem para o caso, o que motiva um trabalhador a furar uma greve. O que julgo é que os "furas" deveriam esmerar-se para serem pontuais, pelo menos no seu papel de "furas". É que dava um toque, sei lá, de decência talvez. Estive na Câmara Municipal, integrando um piquete de greve, e a tesouraria em vez de abrir as portas às 09,00 horas, abriu às 09h09.
Feitios, digo eu.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Da greve geral


Que a Constituição da República, conhecida por Lei Fundamental, não é respeitada, é uma verdade de La Pallice.
Estamos na véspera de uma greve geral e sabemos que muitos trabalhadores, embora conscientes da oportunidade, da justiça dessa mesma greve, que, por sinal é pelos seus próprios direitos, não a vão fazer.
Refiro-me aos milhares de trabalhadores precários que se aderirem ficariam no desemprego no dia seguinte. Isto prova a natureza anti-democrática do patronato, independentemente de me dizerem que há trabalhadores que furam a greve com o intuito de agradarem ao patrão para subirem uns pontinhos no ordenado ou noutras benesses.
Puro engano, como há casos e casos que poderíamos aqui contar. É que um patrão é sempre um patrão.
Antes de me ir juntar ao meu piquete de greve, deixo-vos aqui um texto sobre as contas da greve. Que não são difíceis de fazer.

Uma coincidência....


E não é que o Glorioso joga mesmo amanhã?


domingo, 21 de novembro de 2010

Ufff! Já foram

Apesar de, nestas alturas, nunca ter havido qualquer atentado terrorista, isso não significa que o terrorismo não exista. Claro que existe: a destruição do Iraque e do Afeganistão, os constantes golpes de estado que derrubam governos democráticos democraticamente eleitos, por exemplo, provam-no. Agora essa das medidas extremas de segurança devido à possibilidade de atentados terroristas durante a cimeira da nato não serão devidas ao medo que os terroristas infligem. Será mais por disfarce ou estratégia. Ou negócio, pois sempre se vendem mais uns blindadozitos.
Pois nunca vi terroristas, por mais fundamentalistas que fossem, fazer atentados contra eles mesmos.
Não acompanhei a cimeira da mais perfeita e poderosa máquina de guerra de sempre, nem na tv nem na rádio, e pouco nos pasquins. Mas uma viagem pela pela blogosfera dá-nos uma ideia mais aproximada, porque não comprometida, do que realmente se passou. Aqui, aqui e aqui.

sábado, 20 de novembro de 2010

A “Encrenca” e os encrencas

Augusto Alberto

A frota da sardinha na Figueira da Foz, que já foi grande, teve uma traineira chamada “Encrenca”. Tenho um familiar directo e muito próximo que nela trabalhou como motorista e, de volta e meia, contava-me que a “Encrenca”, muitas vezes em mar aberto, era uma verdadeira encrenca, de deixar os homens com os nervos em franja.
Lembro-me desta “Encrenca” a propósito do pedido feito por alguns deputados “socialistas” aos coitados dos banqueiros, para que se apiedem do governo socialista e lhes retribua os gestos bondosos, feitos por esses socialistas, para a salvação da banca, à custa do dinheiro público. No fundo, o que esses deputados socialistas querem é que os banqueiros ajudem o partido socialista a sair da “encrenca” em que nos meteram. É óbvio que isso será pedir demais a quem já provou que a pátria, é sempre pátria, desde que acrescida de mais 10% para juros.
Mas só uma pequena história não chega para classificar esta gente e então atrevo-me a contar outra pequena história.
Na terra onde fiz a minha meninice, que pela saudade me leva a quer sempre voltar, já vão mais de 50 anos, havia duas mercearias, frente a frente. Numa, era dono um sujeito, bem arrumadinho, dentro da ganga de delatores do regime fascista. Um crápula, mesmo à época, porque se fazia notar pelo modo untuoso como se apresentava, para mais fácil explorar a delação. Digo fascista, porque de quando em vez, aparecem por aí uns fabianos a quer dourar a pílula. As coisas foram o que foram e pronto.
Se a história da “Encrenca” pode povoar a memória de muitos Figueirenses e é o exemplo das encrencas em que o homem de volta e meia se mete, a história do bufo da PIDE, demonstra como o capitalismo se constrói. Nesse particular, raramente se engana. Tal como no fascismo, sobreviveu à custa de uma máquina, onde muita gente menor cabia, inebriados com o som das botas e a soldo de uns trocos e de uma dulcíssima ideia de poder. Hoje, o grande capital, dito democraticamente, de economia global, promove desta feita gente também pequena e com pele de rato, à condição de gente democraticamente importante, bem pagos e por isso nos antípodas do pelintra do bufo da PIDE, na exacta medida que com o seus poderes de decisão, decidem de um modo geral de acordo com a mão de quem lhe chega o prato. São os “mainatos” do grande capital e era o que faltava cuspir na mão que lhes chega a sopa. O mal é que esta gente mente, quando se afirma como defensora da social-democracia, do socialismo em liberdade ou de rosto humano, da terceira via, na defesa da guerra, urdida na mentira, em vez da paz. Por isso, será oportuno que os muitos milhares que por cá são enganados pelas maviosas vozes das sereias das liberdades, acabem com estas “encrencas”, no sentido da procura de novas políticas, porque não chega substituir, como escreveu Lampeduza, para que tudo fique na mesma. É preciso fazer como foi feito à “Encrenca”, o abate, antes que a “Encrenca”, em mar aberto fosse de tal modo uma encrenca, que depois já não houvesse remédio.

Nota: mainato - criado, servidor, em língua macua, etnia maioritária na província de Moçambique, com Capital em Nampula, com jeito para a arte em pau-preto ou pau-rosa, mas sem a classe dos Macondes, da Província de Cabo Delgado, mestres na estatuária sacra, também em pau-preto ou pau-rosa.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O país que somos...

"Não tenho nada contra a "bola", muito pelo contrário, mas tenho dificuldade em entender que a prática de um desporto ou de um exercício físico seja menos importante do que um espectáculo de futebol. Os critérios para esta diferenciação não são óbvios. O contrário seria mais acertado: exercício no ginásio a 6% e futebol na bancada a 23%!"


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Rendimento garantido

por Augusto Alberto

Há dias, num daqueles programas televisivos onde a palheta leva o tempo e, por isso, parecem pertinentes e inteligentes, - não é por acaso que Nuno Rogério, um dos gurus do “establishment”, o conduz - , tive a oportunidade de “ouver” uma extensa entrevista a um sábio japonês, professor universitário, na Cidade de Kobe. A propósito da grandeza da China dos pontos de vista físico e económico, o sábio colheu-me com a afirmação de que para o Japão e provavelmente para o mundo, melhor seria que a China fosse mais curta, à custa da sua unidade física, deixando para o acaso, claro está, as consequências. É evidente que este sábio japonês, mais sábio do que eu com certeza, esqueceu-se de dizer que com o tempo os chineses já viram o cú ao mundo, e também o dos japoneses. Aliás, nesta matéria, um também sábio cá da praça escreveu sobre o avanço das novas potências e a perda de influência dos Estados Unidos e sobretudo da Europa. Identificou os avanços e os recuos, mas não foi capaz de concluir. E concluir, é tão só, dizer o seguinte: chegou o momento em que muitos países, ricos em recursos naturais, como alguns da América Latina, do Oriente, incluindo naturalmente a China, a Rússia, que ainda nos escombros da ex-União Soviética, rapidamente criou uma nova classe de “boiardos”, antes que fosse tarde, frustrando ambições, resolveram ser eles a utilizar esses seus recursos em proveito próprio, em vez de serem terceiros.

Aliás, como é possível que países sem recursos naturais tenham conseguido ao longo de décadas, níveis de riqueza que os países com esses recursos não conseguiram? Só pode haver uma conclusão: colonialismo! Parece que a coisa vai no sentido da mudança, com esses países ricos em recursos a começarem a dar resposta às necessidades dos seus milhões de almas, porque também têm o direito a quererem ser felizes, e aqueles que durante anos fizeram da rapina o seu meio de enriquecimento a ficar em apuros. Pois é! Somadas as coisas, a crise do capitalismo é hoje uma evidência, mas nada de concluir que ao grande capital estão a acabar os recursos e muito menos os truques. Antes pelo contrário. As coisas serão vendidas com luta e não é possível, hoje, com toda a certeza, saber o que vai suceder já amanhã, ainda que possa ser doloroso. E por isso, não é por acaso que chegados ao Outono e olhando os vários prémios, concluímos, que à falta de boas explicações, repete-se a velha retórica do anticomunismo. Foi uma catadupa! O prémio Nobel da literatura, a um velho anticomunista peruano, sempre enrolado nas suas inábeis confusões, incluindo uma derrota eleitoral. Um prémio Nobel da Paz, a um “dissidente” chinês, que ameaçou atirar-se para debaixo dos tanques. E o prémio Sakarov, a um “dissidente” cubano, que esteve a pele e osso e resistiu quanto pode a manutenção da sua vida, ou no mínimo, jogou a vida no limite. A ser verdade esta teoria, para além de dissidente, é só mais um sábio. Desta feita, do embuste.
Parece afinal que os estrategas do Pentágono não conseguem de todo, trazer a água ao seu moinho. Ou seja, queimaram as pestanas durante anos a defender a inevitabilidade do controlo americano dos recursos mundiais e desse jeito, acabaram a meter-se em loucura de onde só se sai com as pernas a tremer.
Mas pelos vistos, em tempos de apertadas explicações, ainda é útil recorrer ao velho truque anticomunista, que é coisa mais simples e de rendimento garantido.

PAZ SIM! NATO NÃO!

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dia Mundial do Mar

Embora sejam instituídos para chamarem a atenção para diversos problemas, os "dias mundiais" não resolvem absolutamente coisa nenhuma. Seja o da Criança, o da erradicação da pobreza. Ou mesmo do pastel de nata ou do desemprego. Ou dos "mercados".
Malgré tout, aqui fica uma foto e um poema de Charles Baudelaire.


foto: alex campos

L´homme et la mer

Homme libre, toujours, tu chériras la mer!
La mer est ton miroir; tu contemples ton âme
Dans le déroulement infini de sa lame,
Et ton esprit n'est pas un gouffre moins amer.

Tu te plais à plonger au sein de son image;
Tu l'embrasses des yeux et des bras, et ton coeur
Se distrait quelquefois de sa prope rumeur
Au bruit de cette plainte indomptable et sauvage.

Vous êtes tous les deux ténébreux et discrets:
Homme, nul n'a sondé le fond de tes abîmes,
O mer, nul ne connaît tes richesses intimes,
Tant vous êtes jaloux de garder vos secrets!

Et cependant voilá des siècles innombrables
Que vous vous combattez sans pitié ni remord,
Tellement vous aimez le carnage et la mort,
O lutteurs éternels, ô frères implacables!



O candidato Alegre e a Nato

Mas, dirão alguns leitores, o que é que Manuel Alegre e a sua Comissão Política têm a ver com a NATO e a respectiva Cimeira?
Nada têm a ver se forem apenas uma agremiação recreativa, para organizar uns bailes, umas patuscadas, ou até, irem ver jogar o Benfica.
Mas, se, por mero acaso, a ideia for colocar Manuel Alegre na Presidência da República, aí o poeta vai ter que tomar posse se for eleito. E...
«No acto de posse o Presidente da República eleito prestará a seguinte declaração de compromisso: Juro por minha honra desempenhar fielmente as funções em que fico investido e defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição da República Portuguesa.»
E o que diz a Constituíção?

No Minho, em 2010

Augusto Alberto

No Minho, em 1975, em particular em Braga e Vieira do Minho, tocaram os sinos a rebate e alguns caceteiros e padres gritaram a plenos pulmões: “mata, mata os comunistas”. Foi um regalo de ver. Os comunistas foram varridos pelo fogo e se bem me recordo, alguém morreu. Foi o chamado verão quente, no auge do revanchismo, a gosto e a preceito de muitos caciques, trementes, mas que rapidamente voltaram a por as mãos nas rédeas. E certos democratas sábios, ao longo dos anos, sempre bem sossegados e respaldados, alguns em cartazes a apelar ao respeito, aos valores da liberdade e ao voto, colaboraram e resfolgaram com tamanha algazarra e destruição. É bem certo que o tempo pode tardar, mas um dia a verdade chega. E na verdade, chegado de um longo período de ausência da pátria bem amada, dou logo comigo a saber que as gentes de Vieira do Minho saíram à rua na defesa do seu serviço de atendimento permanente, coisa que por ali cresceu ao arrepio do caciquismo, e que agora, por ordem superior, vai ficar fechado das 24.00 horas às 8.00 horas e vai obrigar um fulano, em caso de aperto e aflição, a correr mais de 100 km para chegar a Braga e regressar. Da bondade da decisão, mais uma, dirão que tem como elemento decisivo a estatística e a racionalização dos meios, termos assim para o técnico, mas que na verdade, quer dizer mais ou menos isto: - o interior que se “foda”. Que se aguente!
Desta feita, não sei se os mesmos sinos, que mobilizaram a turbamulta à caça aos comunistas em 1975, tocaram para chamar os minhotos de Vieira do Minho à luta e à “arruaça” contra o poder que os está a surripiar. O que se sabe é que o anterior Presidente da Câmara, um padre, coloca-se ao lado do povo, porque parece perceber que em tempo de míngua é prioritário, sobretudo, tratar das chagas. Mas esqueceu-se de acrescentar o seguinte: - estão a ver no que deu a histeria anticomunista de há uns anos atrás? E porquê? Porque o caciquismo não dorme, e, avesso a mudanças, mandou agora fechar o serviço de atendimento permanente, durante o período da noite, contra os interesses da população, e porque são os mesmos que em 1975, acirraram à pedrada e traulitada contra os comunistas. E seria ainda boa altura para perguntar ao ainda padre e ex-presidente da câmara, afinal quem são os vendilhões, os aldrabões e os ladrões, que querem roubar ao seu rebanho os cuidados de saúde a que tem direito, durante o período da noite? Quer isto dizer, que vai sendo tempo das pessoas começarem a perceber, afinal, quem as tem andado a enganar, incluindo um tunante, bem respaldado e de boa foto em cartaz gigante, a apelar ao voto, que pelo Minho também andou a chamar essa gente infeliz, para a pedrada e traulitada, em defesa do senhor, do padre e do porco e à volta de um vago sentimento de posse.
É preciso dizer que gente que se sente é filho de boa gente. E por isso não esquece. Chegará o dia do ajuste, sem dúvida, porque a história não é para ser esquecida.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Porque sim!!!!

Os cartazes do “ÉME”


O médico Francisco Balonas, que trabalhou com Agostinho Neto, conversa com o pintor Mário Silva, na inauguração da exposição alusiva à independência de Angola, no passado dia 11.
Nessa exposição, que aqui demos notícia, foi divulgado por alguns angolanos presentes a intenção de criarem oportunamente uma Casa de Angola na Figueira da Foz.
Pode ver aqui alguns dos cartazes.

domingo, 14 de novembro de 2010

De joelhos

1. Um dos graves problemas, senão o único, da sociedade actual é que não existe poder político. O erradamente chamado poder político vive de joelhos perante o poder económico, agora alcunhado de “mercados”. Ao ponto de perder a dignidade e se “esquecer” de que é ele que deveria legislar e governar.
Não passando por isso de comissários políticos do grande capital chegam ao ponto de ignorarem o seu próprio papel de governantes ao solicitarem à banca para ela própria se autoflagelar com impostos. Ingenuidade? Não creio. Ninguém no seu perfeito juízo pensa que quem tem privilégios os perca de livre vontade. Será antes filha da putice ou, o que estará subentendido, colocar-se na cómoda posição de viver de joelhos a troco de algumas patacas. O que, em última análise, se chama corrupção.
2. Os servidores de serviço do capital são, periodicamente, substituídos. Os actuais, renitentes quanto à substituição iminente e querendo agarrar-se ao tacho, fazem o possível para se manterem à tona, ou seja, perto do poder. Só assim percebo a proposta do ministro para uma grande coligação. É uma falácia. Não é possível uma grande coligação. A possível é com os partidos subservientes do grande capital, que é como quem diz, não há grandes hipóteses de se mudar o que realmente interessa mudar: as políticas. Porque a Esquerda nunca entraria numa coligação para gerir o que está errado e continuar esta política que nos levou ao estado a que isto chegou. Porque a Esquerda não aceita ir para o poder só por ir para o poder.

sábado, 13 de novembro de 2010

Uma mulher quebrada ao meio

por Augusto Alberto


Uma mulher quebrada ao meio consegue, aos 35 anos de idade, o supremo prazer de subir ao pódio após a conquista da medalha de bronze, no campeonato do mundo da sua modalidade, umas das modalidades chaves do Jogos Olímpicos, e hoje modalidade paraolímpica. Foi assim com Filomena Franco, uma mulher partida ao meio, em resultado de um estúpido acidente, aos 18 anos, que lhe provocou uma lesão completa e bem alta, da vértebra e da medula, tornando-a paraplégica e colocando-a numa cadeira de rodas. Hoje, e após dois anos e meio de dedicação quase completa ao remo, consegue o sorriso de quem descobriu no barco o modo de lhe colocar a vida a um nível superior.
Mulheres todas elas marcadas em virtude de um estúpido acidente. Como por exemplo, também, o daquela bonita menina brasileira, medalha de prata na mesma competição, a quem um automóvel tresloucado, apanhou em plena via publica e lhe ceifou parte da bacia, a perna direita e o acetábulo e a obriga a usar uma canadiana para a sua locomoção. Tal como a Filomena, a nossa medalha de bronze, descobriu no remo o meio de sedução que lhe enriquece a vida. Só pode ser um gozo. E ouvir os sons das trombetas que chamam ao lugar mais alto os melhores de uma final de um campeonato do mundo…

Ao pódio foram as três primeiras, como é certo e normal nestas coisas, mas às outras jovens, lambidas um dia pelo infortúnio e que fizeram a festa da competição, cada uma no seu barco e apesar de ficarem afastadas do pódio, não lhes diminui a graça, antes pelo contrário. Deram um claro sinal de que um cidadão, mesmo diminuído, pode viver de um modo superior e ser feliz.
Filomena Franco que há dois anos e meio descobriu o remo adaptado para colocar a sua vida num patamar acima, está de parabéns pelo seu resultado e pode muito sinceramente começar a pensar em estar presente nos próximos Jogos Paraolimpicos a disputar em Londres/2012. Não errarei se disser que em Londres, estaremos todos os que estivemos neste Campeonato do Mundo disputado na Nova Zelândia, e isso só nos poderá deixar muito satisfeitos.
Mas neste Campeonato do Mundo Portugal também esteve presente com outra equipa, o double-skull masculino peso-ligeiro, com Pedro Fraga e Nuno Mendes, que poucas semanas antes, em Montemor-o-Velho, se sagraram vice-campeões da Europa e que desta feita, se classificaram em 6º lugar na final-A, pela primeira vez num barco olímpico, que é sempre coisa de grande competitividade. Poderá este barco, já confirmado como exemplo da excelência no contexto do desporto Português, aspirar à final-A, nos próximos Jogos Olímpicos de Londres em 2012? Esperemos que sim!
E eu, que escrevo esta singela noticia e que com a Filomena trabalho há dois anos e meio, só me posso dar também por satisfeito e tudo farei para levar a Filomena a Londres e conseguir um lugar o mais acima possível, mas partindo sempre do princípio, que para uma mulher quebrada ao meio, conseguir locomover o seu barco somente com os braços e estar presente nestes momentos de festa, é já motivo de grande satisfação. Mas se o lugar for sempre mais acima, então, acrescenta-se outra graça.

A hora do rock

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ora bem!

Miguel de Vasconcellos não diria melhor.
Haja vergonha, porra.

Bandeira


É um braço de Fevereiro e outro de Novembro
que te içam.


Os nossos olhos sobem lentamente
a ver teu desfraldar a noite as cores antigas
o vermelho e o preto.


Bandeira catana de campesina luta
aliança na roda
dentada proletária força
sem fim até ao brilho sem limite
da estrela.


Eles vinham pelo norte e pelo sul
para estar hoje mas não chegaram.


E de ti o luar começa a ser inveja!


Olhamos-te bandeira agora
e vamos percorrer contigo este país
até semearmos Novembro em toda a parte.

Manuel Rui  (poeta angolano, na imagem visto por Fernando Campos)

Angola, 35 anos


O pintor Mário Silva inaugura hoje, pelas 18h00 na sede da Magenta, uma exposição alusiva ao aniversário da independência de Angola.
A exposição consta de 13 cartazes do MPLA, datados de 1976, altura em que o jovem país lutava encarniçadamente contra o imperialismo para manter a sua independência.  Luta essa perdida, ingloriamente, de forma pacífica. 
Entretanto as comemorações começaram ontem em Luanda. O glorioso SL Benfica venceu mais um troféu - a Taça Independência de Angola - ao derrotar um seleccionado angolano por 2-0. A equipa dos "palancas negras" deu mesmo assim uma boa réplica, ainda que se tivesse notado a falta de vários jogadores, como Kali, Mateus, Gilberto, Flãvio, Zé Kalanga, Manucho ou Flávio, entre outros.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

O berço da pátria


Embora seja sportinguista, a minha costela minhota é vitoriana. Aí, não há nada a fazer. Não tendo percebido o segundo golo dos lisboetas, julgo que os do norte ganharam muito bem. Aquela de “Portugal é Lisboa e o resto é paisagem” até que pode continuar a ser verdade, mas o banho de humildade que as “equipes” da capital levaram este fim de semana… enfim!!!
E vou-me distanciando de Bettencourts, Costinhas, Rogérios Alves, e do "diabo a quatro", como dizia a minha avó.
Que fascistóides com falta de nível!
Bibó Vitória!!!

Filomena Franco (remo): bronze histórico no Mundial

No Campeonato Mundial de Remo, que se realizou no início do mês na Nova Zelândia, a atleta Filomena Franco conquistou a medalha de bronze.
É um resultado histórico para o remo português. A atleta, que é treinada pelo figueirense e colaborador deste blogue, Augusto Alberto (os dois na foto, em Pequim), dá boas indicações para uma boa presença nos próximos Jogos Paraolímpicos, em 2012 na capital inglesa.

domingo, 7 de novembro de 2010

Vintage

Vintage é uma designação que também se aplica ao vinho do porto que atinge uma qualidade excepcional.
Ora, com um vintage de "5 estrelas", penso que até o Mestre Camilo se regalaria.

PS: missão cumprida

Não são só mentiras que dizem os "robaletes". Quando dizem que são eles próprios, "ps", os melhores preparados para gerir a crise, sabem bem do que falam. Claro que têm toda a razão. Não há como eles para acalmarem os mercados, seja lá isso o que for.
cartoon de Fernando Campos

sábado, 6 de novembro de 2010

É com retroactivos?

É que se for, José Sócrates (o actual chefe dos "robaletes") Durão Barroso (o que tem escapado ao TPI), António Guterres (pelas contas que faz também se terá formado a um domingo), Cavaco Silva (o lambão da Opus Dei) e Mário Soares (antigo agente da CIA) que se cuidem.

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

De modos que é assim...

O dinheirinho dos nossos impostos vai não se sabe bem para onde. Certo é que não vai para onde deveria ir. 
De modos que o direito à educação, à saúde, ao trabalho, que, numa sociedade decente, seria inalienável, tem de ser conquistado com apelos à solidariedade de quem, no fundo precisa, luta, e o merece. Porque o ganhou. Porque o ganha.
É o que acontece com o Serviço de Pediatria do Hospital Distrital da Figueira da Foz, que se candidatou, com outros 22 projectos, ou seja, com outros 22 hospitais, para ter o direito de servir condignamente quem tem o direito de ser bem tratado.
Em suma, o HDFF candidatou-se a um projecto e, para o ganhar, tem de ir a votos.
Embora ridículo, é a sociedade que temos. Eu votei. Convido-vos a votar também, pese embora...

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

SERVIÇO PÚBLICO


Por intermédio do blogue "O sítio dos desenhos" acabo de ter conhecimento de mais uma perfomance "democrática".
Por também considerar que a sua divulgação é serviço público aqui deixo o link para o assunto em questão.
O fascismo anda por aí... anda, anda.

Um país orçamentado!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Já temos orçamento. E tendo em vista a continuação deste tipo de política para agradar aos ditos mercados, seja isso o que for, foi o melhor que podia ter acontecido ao país.
Só assim consigo perceber a aparente incoerência do PSD, quando diz que o orçamento é mau, muito mau. Por alguma razão o deixou passar. Embora o teatro tenha enganado muita gente, que continuará a pensar que há mesmo desacordo entre os dois grandes partidos da direita.
Nem sequer acho estranho, provavelmente lembrando-me da velha, mas sábia, teoria historicamente provada, de que a burguesia nunca teve nada de patriota ou nacionalista. Vive de joelhos, perante seja o que for, chamem-lhe capitalismo internacional, União Europeia ou imperialismo yankee. Desde que não perca os seus privilégios, sacrifica seja o for necessário sacrificar.
Já temos orçamento. Mas o país continua a chafurdar na mesma onda de corrupção que sempre chafurdou. Ele são os quadros da REN que, suspensos, continuam a receber os chorudos "salários". É a antecipação da distribuição dos dividendos na PT que lesa o Estado em 260 milhões. É o branqueamento de capitais, em várias empresas, como a Mota-Engil, por exemplo, que lesam o Estado em muitos milhões. É o lucro diário da banca, a entidade que verdadeiramente governa isto tudo.
Enquanto o poder politico estiver nas mãos de quem detém o poder económico, não há orçamento, bom ou mau, que resolva seja o que for. E a corrupção, institucionalizada já, é só um "modus vivendi".
E o país vai de carrinho...
Até quando????

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Fotografia a preto e branco

A fotografia a "preto e branco" é considerada muito mais artística. Será, até porque o grau de dificuldade em fazer o registo é muito mais elevado, requerendo por isso outro tipo de atributos.
Esta, por exemplo, saquei no "Outra Margem".

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Porque voto Francisco Lopes?



Por várias razões, uma delas será, certamente, o facto de Francisco Lopes ser do meu partido, o que implica que partilhamos a mesma ideologia.
Mas também porque estou fartíssimo da “democracia de sucesso” de Cavaco Silva e do “socialismo moderno” de Manuel Alegre, curiosamente os dois candidatos que ocuparão, segundo as sondagens, os dois primeiros lugares.
E ainda porque também, ele, Francisco Lopes, é o único que se opõe ao ”sucesso moderno”, aqui consubstanciado pelo meu amigo António Agostinho.
E porque penso que urge erradicar o já citado “sucesso moderno”.
Como diz Francisco Lopes "é preciso transformar desânimos e resignações em esperança combativa".

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

CMFF: os dias da governação

No balanço feito pela vereação “socialista”, sábado passado, ficou-me uma ideia bastante nítida. Que o PSD e o “ps” são partidos iguaizinhos nas suas práticas políticas. Ou seja, quando um está na oposição critica o que o outro faz e defende o contrário. O vice-versa é exactamente isso, vice-versa: o que criticou continua a política vigente, o outro critica.
A sessão foi enfadonha, estive lá perto de 3 horas, findas as quais fui dar uma volta. Foi o rame-rame do costume. Que temos muita vontade, mas que não há dinheiro, e coisa e tal, nós até somos muito bons, os outros é que estragaram tudo. Tudo serve para entreter papalvos. Não há dinheiro porquê? Bem, não interessa. Interessar até que interessava, mas teríamos de falar de outras politicas.
Mas acho que fui verdadeiramente estóico. Três horas a ouvir “xuxas” é obra. Sempre foi um espectáculo diferente, para variar.
Vamos à ideia chave que ficou na memória: a questão das empresas municipais, aquelas que têm duas utilidades. Além da distribuição de tachos, permitem também as câmaras municipais ultrapassarem a sua capacidade de endividamento. Ora o “ps” na oposição defendia a extinção da FGT, agora no poder fala em reestruturação.
Nuances.
Como última nota: estiveram presentes poucos bloggers. Entre os faltosos notou-se particularmente um ex-blogger: o editor do já desaparecido "Rua da Liberdade", o blogue oficioso da vereação "socialista" que muita falta nos tem feito, quanto mais não seja porque era divertido. Mas, pelos vistos, já tem substituto.

Presidente Dilma

Ainda que o poder económico continue nas mãos dos mesmos - a direita reaccionária -, pelo menos o poder político, ao contrário do que se passa por cá, não é bem assim. De maneira que há condições para que a sociedade brasileira continue a sua marcha de encontro a uma maior distribuição da riqueza, a um maior equilibrio, a uma humanização efectiva.
A "aldeia olimpica" congratula-se com a vitória de Dilma Rousseff e do povo brasileiro.