sexta-feira, 15 de abril de 2011
Abril sempre! (II)
foto: Carolina Campos
A autora da foto captou Abril. No seu quintal. Ela não sabe que o outro Abril foi capturado em Novembro. Nem tem de saber. A minha sobrinha só tem 14 anos. E esse outro Abril não vem nos seus manuais de História.
A Islândia tem um Abril desses. Que nos poderá roer de inveja. Ou, então, de incómodo pela nossa própria impotência.
O pai da Carolina opta pela ironia. Diz que gostava que ela fosse islandesa quando for grande.
Mas vale a pena comemorar Abril. E a melhor das maneiras será reivindicá-lo no próximo dia 5 de Junho.
quinta-feira, 14 de abril de 2011
O negócio da China!!!!!
O charlatão-mor Oliveira e Costa diz que perdeu 275 mil euros no negócio de acções que fez com Cavaco Silva. Até aqui nada de mais, quem é burro é burro, ou então…
Agora parece-me do arco da velha que o brilhante economista que tem liderado o país não se tenha apercebido que estava perante uma vigarice de todo o tamanho.
terça-feira, 12 de abril de 2011
Embusteiros e trastes
Augusto Alberto
10 Abril foi um péssimo dia para os adeptos que deram o seu voto a um português que dá pelo nome de baptismo de Fernando Nobre. Fernando Nobre colocou-se em definitivo ao nível de um embusteiro e de um traste. Vem na esteira de embusteiros como Otelo Saraiva de Carvalho, Lurdes Pintassilgo ou Manuel Alegre. Fernando Nobre sabe o que quer e os que com ele estão, também. Nobre, o homem que nunca deu um passo para mudar fosse o que fosse, mas sempre deu muitos para fazer a caridadezinha, muito ao gosto de certos sujeitos, recrutou muitos milhares que acreditaram no homem que se dizia lavado pela cidadania. Mas o que quer afinal o homem honrado e limpo? Muito simples, chegar a Presidente da República. E como? Usando as máquinas partidárias dos partidos de direita que reiteradamente abjurou durante a última campanha eleitoral para a Presidência da República.
Tão simples. Dir-se-á, afinal, que o homem tem um ego que incha para lá das paredes da A.M.I. Engano! O homem mostra ter um preço e como a direita sabe bem o que quer, às vezes até compra ou retribui. Nobre talvez tenha a justa retribuição pela ajuda que deu a eleger Cavaco, na esperança de que os aparelhos que elegeram aquele o elejam a ele dentro de 5 anos. Esquecendo as suas preocupações sociais, contribuirá em definitivo para que o ultraliberalismo venha a tornar os cidadãos mais pobres. Nesse momento, esquecerá por ventura a caridadezinha, e tornar-se-á um homem calculista, pequeno e risível.
Mas também no sábado, o poeta Manuel Alegre, de quem se diz ter sido sempre o “enfant terrible” dentro do P.S., mostrou o que vale. Depois de há muitos anos se ter tornado amigo de Carlucci e de com ele ter conspirado, agora, depois de umas quantas rábulas patrióticas e de esquerda, que chegaram para enganar também muito boa gente, inclusive uns tipos que se dizem da novíssima esquerda, mostra de que massa é feito. Um aparelhista e carreirista. Afinal o homem que ameaçou cindir o P.S., vai integrar a comissão política nacional convidado pelo presidente, José Sócrates. Afinal, tudo está bem, quando as peças se ajustam nos seus lugares. Por isso Povo, é bem certo o que diz o ditado, quando a cabeça não tem juízo o corpo é que paga. Que o diga aquele cidadão, desiludido com a única vez que desceu do Porto a Lisboa, para apoiar uma causa. A de Fernando Nobre a Presidente da Republica. Entretanto é preciso continuar a dizer. Esta gente nunca se engana. Quem se tem enganado são os muitos milhares de portugueses que aos trauliteiros e embusteiros tem dado os seus votos.
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Crónicas em desalinho
Abril sempre! (I)
Apesar de tudo, das esperanças que Abril pariu não se terem cumprido, dos vampiros do "antes" se terem novamente acomodado no poder, do FMI cá chegar hoje, de isto estar como está, faz todo o sentido comemorar Abril.
E comemorá-lo é querê-lo, novamente, de volta. É exigir que ele torne.
No dia 5 de Junho há uma oportunidade para isso. Para festejar e não para nos queixarmos depois.
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Os "mercados" na óptica do povo islandês
cartoon de F. Campos
Enquanto os portugueses se preparam para ajudar os “mercados”, pois amanhã desembarcará o “femi” na capital para tratar dos respectivos considerandos, os islandeses cansaram-se de os sustentar. Disseram taxativamente que não toleram mais chulice.
Ou, como diz Fernando Campos, os islandeses “não dão mais sangue a vampiros.”
Acho bem que os governos e os banqueiros culpados pela situação sejam responsabilizados.
Os portugueses só faziam bem em seguir o exemplo dos islandeses.
domingo, 10 de abril de 2011
Quando as peças se encaixam
Tal e qual como um puzzle. Quando as peças se encaixam fica tudo mais fácil de entender. Pelo menos para a maior parte das pessoas, aquelas que andam sempre distraídas. Porque, o facto de Manuel Alegre ir integrar a confraria política nacional do partido neo-liberal que agora finda a comissão de serviço e o ex-candidato Fernando Nobre, aquele que um dia viu uma galinha a fazer não sei bem o quê, integrar as listas do partido que irá, pelo menos acreditando na alternãncia que os sacrossantos mercados permitem, iniciar a tal comissão de serviço e defender os interesses dos ditos não é admiração nenhuma.
Tudo em seu sítio, como é bom de ver. Nada de novo.
sábado, 9 de abril de 2011
Os marginais
Augusto Alberto
Há cerca de vinte anos, na Figueira da Foz, não numa sala do Casino, mas numa salinha bem perto, assisti a uma conferência cujo tema central era a pobreza. Ou como a repartição da riqueza, à época, já estava em escarpadíssimo desequilíbrio. Foi conferencista, o jornalista César Príncipe, um príncipe do jornalismo, do ainda Jornal de Noticias do Porto.
Antes de ir mais adiante, quero desde já deixar aqui uma pequena nota de interesse. Afinal nem só na magnífica sala do Casino da cidade se fazem grandes conferências, nem sequer é preciso que se chame para a moderação augusta jornalista. Sobre propriamente a conferência, quero aqui registar uma cabal boutade, que ao cabo de 20 anos, ainda se mantém vivíssima, ou actualíssima. Ao correr da conversa, César Príncipe aproveitou para classificar a marginalidade, que nunca deixou de nos atormentar, com a seguinte escala de grandeza: “Há os marginais de 1 estrela, até aos marginais de 5 estrelas”. E explicou. O marginal de 1 estrela, bem pode ser, digo eu agora, um daqueles que ainda outro dia vi em Lisboa, com o cartão a guardar o canto que sobra de uma montra de uma loja “armani”, por exemplo e que entretanto aproveita o vagar do tempo para uma sopa dos pobres, ou um banho e barba feita num dos balneários públicos da capital. O de 5 estrelas pode ser alguém que compra naquela loja “armani”, que o marginal de 1 estrela tem marcado para a noite, com um papelão, como por exemplo, José Sócrates. Se dúvidas houver quanto à previsibilidade de tamanha boutade de César Príncipe, relembre-se a posse, camisinha imaculada e gravata a condizer, com que Sócrates apareceu nas TV’s na noite do anúncio da degola dos pobres, ou se quisermos, dos marginais de 1, 2 e 3 estrelas. – “Oh Luís vê lá como é que fico ao olhar para os…assim fica melhor?”. Se eu fosse o Luís do cenário e da imagem, responderia de supetão. “Fica sim, fica bem meu marginal de 5 estrelas”. César Príncipe acertou em cheio na sistematização da marginalidade e quanto às estrelas que cabem a cada marginal. Sócrates recebe 5. Mas também os banqueiros que o utilizaram para nos chuparem, que depois de o utilizar, atiraram-no, como se atiram os ossos, para a cremação. Estratégia limpa, muito em voga por colonialistas, que depois de usarem, por exemplo, um “preto”, para chupar até ao tutano, logo que acabasse o tutano e chegasse o osso, logo outro “preto” tiravam da cartola para dar continuidade à sofreguidão.
Cá fico para ver, que marginal de 5 estrelas os marginais de 5 estrelas dos banqueiros vão acabar por eleger no dia 5 de Junho, no ano desta nossa desgraça de 2011. E se o marginal de 5 estrelas, Sócrates, acabar a ser eleito ainda e mais uma vez, o marginal de 5 estrelas? Então os marginais de 5 estrelas dos banqueiros por uma vez fizeram mal as contas, e acharão que aquele outro marginal de 5 estrelas, com carinha de menino chorão, não merece a roupinha de 5 estrelas. Sabe-se lá!
Como foi certeiro César Príncipe, porque estas histórias que metem marginais de 5 estrelas e pretos pelo meio, nunca acabam bem para os marginais de uma, duas e três estrelas.
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Crónicas em desalinho
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Monsieur Tricheur
Ao afirmar que o estado português foi obrigado a pedir “ajuda” o escroque que preside ao Banco Central Europeu, ou lá o que isso possa ser, não terá sido ingénuo. Inoportuno talvez, mas com razões que não consegui perscrutar.
Mas por outro lado lembrei-me porque é que a pouca vergonha já não tem limites. Pensam que têm todo o poder na mão, que têm mesmo estados inteiros no bolso. Eles já devem saber quem têm a governar os estados em quem querem por a pata. Sabem também com que aliados contam nesses estados. Aqueles para quem o patriotismo é um conceito antiquado, por exemplo, e para não ir mais longe.
Segundo as últimas sondagens em Portugal, o FMI, ou o capitalismo internacional e fascizante, ou imperialismo, ou os mercados financeiros, ou a puta que os pariu, ou lá como os queiram chamar, pois eles agora travestem-se de qualquer maneira, obtêm a primeira e a segunda posição, ou seja, mais de setenta por cento dos votos expressos vão para os seus fiéis servidores. Já temos menos de dois meses para alterar a situação.
Jean Claude “Tricheur” é de uma velha escola. Há uns anos foi a julgamento por fraude num dos maiores bancos franceses. Foi absolvido, o que não admira. Preside agora a uma entidade auto-denominada, ou mesmo denominada, Banco Central Europeu.
modalidades:
Política,
Terrorismo
terça-feira, 5 de abril de 2011
Os descamisados
Augusto Alberto
Falar de futebol, em regra, é dar uso à irracionalidade. Mas, para os devidos efeitos, apetece-me falar das eleições para a direcção do Sporting Clube de Portugal, de um modo que não compagina com a visão ardente com que se avalia o futebol. Vendo as imagens da tumultuosa madrugada, na ressaca dos resultados eleitorais, fiquei com a sensação de que aquele clube padece de séria doença, ainda que o remédio para a atalhar, esteja contudo ali à mão.
As imagens vistas fazem-me lembrar um tempo em que na Argentina, carregada de populismo, medrava um movimento, estruturado e ideológico, que seguia Evita e que dava pelo nome de “os descamisados”. Hoje, dando as óbvias distâncias relativamente aos operários vexados da Argentina, a quem se destina a semântica, os que aclamam Bruno de Carvalho, que se diz vítima de uma usurpação, é pelo contrário, gente perigosa, que à míngua de alegrias, se coloca numa espécie de orfandade e limbo, que suporta o lastro que lhes permite todo o tipo de bravata e arruaça. Bruno de Carvalho, que arrecadou simpatia e se acha roubado por um aparelho bem dirigido e montado, tem todo o direito de contestar judicialmente o resultado eleitoral, mas em todo o caso, melhor seria que tivesse a coragem de se afastar publicamente daquela turbamulta, a não ser que também tenha medrado ali, porque aquele pessoal não conhece o dono, apesar de o ter seguramente, e age segundo movimentos sincopados de uma matilha. Bruno de Carvalho deveria lembrar-se do velho ditado que diz: - quem com ferros mata, com ferros morre. Às suas primeiras dificuldades, os “descamisados” de Alvalade, em uníssono, virar-se-ão contra o candidato que procura ter ali uma espécie de exército fiel, para tentar contrariar a azia que resultou de uma putativa usurpação. Seria bom, por exemplo, que Luís Duque dissesse como teve de recuar quando se propôs contratar José Mourinho, ou Paulo Bento das razões que contribuíram decisivamente para a sua saída do clube. Evidentemente que aquele pessoal, em rede com o que de pior enche alguns estádios da Europa, infiltrados por movimentos da suástica, só não acaba neste pobre país, porque tanto o poder desportivo como o politico, sobretudo este, lhe acha algum préstimo. Que não se duvide, no momento em que o poder político se vir desengonçado e acossado, aquela matilha será atiçada contra quem vai reclamar simplesmente por dignidade. Na Grécia, no auge do descontentamento, que não pára de se fazer ouvir, lá estava a polícia, em estruturado conúbio, para gizar a violência sobre quem unicamente reclamava pão. Este não é um mundo para distraídos, nem para anjinhos. É o mundo dos que tem centros bem estruturados e com bem oleada máquina de propaganda, com um único sentido, levar-nos a comer o pão que o diabo amassou.
Lamento que o Sporting Clube de Portugal, que formou atletas que muitas vezes fizeram que uma lágrima nos rolasse pela pele, esteja preso de gente, que a não ser combatida, fará fracassar em definitivo o clube, sem o menor pingo de remorsos. Porque ali está, não uma estratégia de amor, mas uma estratégia para aterrorizar quem quer que passe, por ali, por Alvalade, ou por uma qualquer avenida.
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Crónicas em desalinho
segunda-feira, 4 de abril de 2011
Um vintage ao luar
foto: alex campos
Além dos méritos desportivos do F. C. do Porto, há a realçar ainda uma excentricidade. Refiro-me à forma, percursora diria, de festejar: ao luar.
Além dos méritos desportivos do F. C. do Porto, há a realçar ainda uma excentricidade. Refiro-me à forma, percursora diria, de festejar: ao luar.
E com uns chafarizes que, se conseguissemos vislumbrar, diria ainda que nos fariam lembrar os majestosos jardins de Luis XV. Ou XVI. Ou um deles.
Verdade seja dita, a ideia, genial diga-se, nem foi dos "dragões". Ficam a dever essa aos benfiquistas.
sexta-feira, 1 de abril de 2011
Carta de Inglaterra
Augusto Alberto
David Cameron, levemente perturbado, perguntou a si mesmo, o que fazer? De tanto matutar, achou a resposta. Após uma ligeira palmada na testa, viu para lá do momento e exclamou:.” É o petróleo, bruto. É o petróleo!” E então decidiu avançar. Mandou a aviação, porque pelo ar os efeitos sobre as suas forças armadas são aparentemente nulos, não fossem os britânicos apeados regressarem envoltos na mortalha e os reais súbditos perguntarem porquê. Cameron esquece o que lhe fez de ignominia o seu antecessor trabalhista, Gordon Brown, e só por isso, merece tratamento ignominioso, mas sabe-lhe bem uma batalha, que não seja apeada com certeza, contra os infiéis, que creio, lhe recusam o petróleo fácil e dócil.
Desse modo, se bem pensou, bem mandou executar nova cruzada contra renitentes mouros e castanhos. Queira Maomé que a coisa não descambe, sob pena da rua lhe sair às canelas. Mas se há uma nova cruzada, que outras houveram? Como sou ao mesmo tempo velho e novo, vou socorrer-me de um português culto, cosmopolita, informado e certeiro: Eça de Queiroz, que escreveu nas crónicas de Inglaterra, o que se segue: …quando Arabi quis modificar este systema, que convertia o povo egypcio numa horda de servos trabalhando para os financeiros de Pariz e Londres – as esquadras de França e Inglaterra appareceram logo, pedindo o desterro de Arabi, e o licenciamento do exército…Sir Beauchamp Seymour mandou este ultimatum: - dentro de vinte e quatro horas os fortes deveriam ser entregues às tropas inglezas ou toda a linha de couraçados abriria fogo sobre Alexandria. Beauchamp Seymour bombardeou, arrasou, repelliu virtualmente dÁlexandria… – e, depois ficou a bordo do seu couraçado, vendo tranquilamente arder, deante de si, uma das mais ricas cidades do Mediterrâneo…por outro lado, a quem aproveitava o incêndio? À Inglaterra. O pretexto de que os fortes punham em perigo os couraçados britannicos, só autorizava perante os escrúpulos da Europa, a destruir os fortes, não a ocupar a cidade. Agora, porém, que ella estava em chamas, abandonada á anarchia, á pilhagem…-agora ella tinha o direito – mais, ella tinha o dever! - de desembarcar e ir salvar de uma total aniquilação tanta riqueza, tão esplêndido centro de commercio…Generosa Inglaterra!
Cá está como a velha Grã Bretanha tem parido ao longo da história, do mesmo passo, politicas repugnantes e gente ignominiosa. Sir Seymour, o Almirante da poderosa armada real, naturalmente não iria imaginar, que a pátria de sua majestade viesse a produzir mais gente, mais de cem anos adiante, como estes Tony Blair ou Cameron, pessoas tão miseráveis e detestáveis como ele, mas a verdade ai está. Mais a verdade de que a Organização das Nações Unidas tem sido ao longo destes miseráveis anos, de triste fado, uma peça às mãos de todos os que nunca deixaram de ver o mundo segundo o modelo colonial, e dos seus reais interesses, como tão bem vem dizendo o prémio “Nobel da paz”, que parece que a única coisa que consegue fazer é a guerra, e a sua ministra dos estrangeiros, aquela detestável senhora, que nunca escolheu para parceiros outras personalidades que não fossem miseráveis e cruéis senhores. Miserável democracia, que varre para debaixo do tapete tamanhos amigos, como se todos fossemos parvos e não dessemos pela habilidade.
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Crónicas em desalinho
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