Um velho problema associado às políticas vigentes neste país define-se com a frase feita “a falta de verbas”. É por essa questão que se justifica a ausência dos halterofilistas do Ginásio no Campeonato do Mundo de Masters, que se realiza já no próximo mês, na Grécia.
O clube figueirense conta com 3 atletas com mínimos, Adalberto Carvalho, Pedro Carvalho e Pedro Claro. Desta maneira, Pedro Carvalho não poderá defender o título mundial conquistado em 2004, na Aústria, como também Portugal se vê impossibilitado de se classificar por equipas.
A famigerada “falta de verbas” não estará associada a falta de políticas, concretas, dignas, competentes?
terça-feira, 30 de setembro de 2008
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Esta democracia deles que não é a nossa
Leis por medida
Parece anedota, mas não é. Segundo a Entidade das Contas e Financiamentos dos partidos políticos tudo o que na Festa do Avante! é comprado pelos visitantes tem que ser pago com cheque ou através do Multibanco. Tudo. Desde uma bica ou uma cerveja até um almoço ou uma peça de artesanato. Fica por explicar como fariam os que não têm nem livro de cheques, nem cartão Multibanco.
Parece anedota, mas não é. Segundo esta Entidade o lucro da Festa são as receitas totais e não a diferença entre as receitas e as despesas. Isto é, se uma garrafa de água é vendida por 1 euro, significa que o lucro dessa venda é também 1 euro. Não entrando, portanto, nas contas deles o pagamento dessa garrafa de água aos fornecedores. Desta nem as finanças se tinham lembrado!!! Olha se a moda pega…
Como foi dito na Festa, isto não é zelar pelo cumprimento de uma lei: isto é entrar pelo caminho de uma prática persecutória cega e doentia. É, além do mais, um insulto às nossas inteligências.
Mas estes absurdos têm uma origem. Por estranho que pareça tudo isto está em conformidade com os objectivos da lei de financiamento dos partidos e da razão de existir da citada Entidade. Falemos claro: a «lei» foi feita exclusivamente contra o PCP e a Festa do Avante.
Feita tendo como alvo principal, cirurgicamente escolhido, a Festa do Avante!. Feita contra a militância comunista. Feita, também, para que seja o Estado a financiar as actividades dos partidos que a fizeram: PS, PSD e CDS. Feita para que o dinheiro dos impostos lhes pague a actividade militante que não têm. Por sua vez a Entidade existe, é paga e funciona exclusivamente contra o PCP e a Festa do Avante!
O que é bem revelador de como, quer a «lei» quer a Entidade, têm um carácter muito pouco Democrático.
Entretanto, e ainda no que respeita ao financiamento dos partidos, registe-se a recente criação, pelo PS, da chamada Fundação Respública. Que, vem substituir as extintas fundações José Fontana e Antero de Quental, também elas propriedade do PS.
Recorde-se que as duas fundações agora extintas foram criadas em 1977. Ao longo destes anos foi através delas que foram canalizados os milhões de contos provenientes dos EUA, Alemanha, França, Inglaterra, etc., que, directa e indirectamente, têm financiado muita da actividade do PS. É claro que a nóvel Fundação Respública vai poder agir à vontade e sem qualquer Entidade a fiscalizar a(s) proveniência(s) dos seus fundos. Proveniência(s) que algumas más línguas, que não nós, diriam ser fáceis de imaginar, olhando para a composição da Direcção da Fundação. Mas isso são, certamente, calúnias…
Parece anedota, mas não é. Segundo a Entidade das Contas e Financiamentos dos partidos políticos tudo o que na Festa do Avante! é comprado pelos visitantes tem que ser pago com cheque ou através do Multibanco. Tudo. Desde uma bica ou uma cerveja até um almoço ou uma peça de artesanato. Fica por explicar como fariam os que não têm nem livro de cheques, nem cartão Multibanco.
Parece anedota, mas não é. Segundo esta Entidade o lucro da Festa são as receitas totais e não a diferença entre as receitas e as despesas. Isto é, se uma garrafa de água é vendida por 1 euro, significa que o lucro dessa venda é também 1 euro. Não entrando, portanto, nas contas deles o pagamento dessa garrafa de água aos fornecedores. Desta nem as finanças se tinham lembrado!!! Olha se a moda pega…
Como foi dito na Festa, isto não é zelar pelo cumprimento de uma lei: isto é entrar pelo caminho de uma prática persecutória cega e doentia. É, além do mais, um insulto às nossas inteligências.
Mas estes absurdos têm uma origem. Por estranho que pareça tudo isto está em conformidade com os objectivos da lei de financiamento dos partidos e da razão de existir da citada Entidade. Falemos claro: a «lei» foi feita exclusivamente contra o PCP e a Festa do Avante.
Feita tendo como alvo principal, cirurgicamente escolhido, a Festa do Avante!. Feita contra a militância comunista. Feita, também, para que seja o Estado a financiar as actividades dos partidos que a fizeram: PS, PSD e CDS. Feita para que o dinheiro dos impostos lhes pague a actividade militante que não têm. Por sua vez a Entidade existe, é paga e funciona exclusivamente contra o PCP e a Festa do Avante!
O que é bem revelador de como, quer a «lei» quer a Entidade, têm um carácter muito pouco Democrático.
Entretanto, e ainda no que respeita ao financiamento dos partidos, registe-se a recente criação, pelo PS, da chamada Fundação Respública. Que, vem substituir as extintas fundações José Fontana e Antero de Quental, também elas propriedade do PS.
Recorde-se que as duas fundações agora extintas foram criadas em 1977. Ao longo destes anos foi através delas que foram canalizados os milhões de contos provenientes dos EUA, Alemanha, França, Inglaterra, etc., que, directa e indirectamente, têm financiado muita da actividade do PS. É claro que a nóvel Fundação Respública vai poder agir à vontade e sem qualquer Entidade a fiscalizar a(s) proveniência(s) dos seus fundos. Proveniência(s) que algumas más línguas, que não nós, diriam ser fáceis de imaginar, olhando para a composição da Direcção da Fundação. Mas isso são, certamente, calúnias…
António Vilarigues, in blog Cheira-me a revolução! (http://revolucionaria.wordpress.com/)
modalidades:
Festa do Avante
sábado, 27 de setembro de 2008
Quando a história é madrasta… (croniqueta de fim-de-semana)
Terá sido em fins de 1998, ou durante o ano seguinte, a última grande entrevista de Álvaro Cunhal a uma cadeia de televisão. A dado passo, e no seguimento da conversa, Cunhal diz que está a concluir um livro, que sairá para breve. A jornalista pergunta se é outro livro de Manuel Tiago, ao que Cunhal responde que esse só escreve ficção e este livro é sobre questões concretas.
O livro chama-se “A verdade e a mentira na Revolução de Abril” (a contra-revolução confessa-se).
Constitui este livro, inegavelmente, uma ferramenta importante para os historiadores que se queiram debruçar sobre aquela época. Sempre pensei, quando a obra deu à estampa que Cunhal iria ser desmentido, ou contraditado. Não foi, nem uma coisa nem outra. Fazê-lo seria mexer no que não queriam. Então a melhor maneira de passarem despercebidos os protagonistas da história seria silenciar a obra. Por isso não teve qualquer destaque, qualquer repercussão, na imprensa, escrita ou falada.
E não dizia mais do que aquilo que toda a gente sabia. Exceptuando pormenores. Alguns deliciosos. Soares reunia-se, juntamente com Manuel Alegre, o tal que gosta de dizer que é de Esquerda, com Carlucci. Com o patrão. Um assassino encartado. Com uma grande folha de serviços. Era “secretário político” do embaixador dos Estados Unidos quando Lumumba foi assassinado, ajudou Tchombé e Mobotu no Zaire, Lacerda no Brasil, e esteve no Chile, no golpe de 11 de Setembro. Em Zanzibar é que deu nas vistas, tendo sido, por isso, expulso. Esta obra tem uma particularidade. O histórico comunista corrobora as suas afirmações com declarações dos próprios. Muitas delas em entrevistas, a ufanarem-se como agentes da História. Não dá margem à mentira ou à especulação.
Agora que alguns documentos da CIA foram desclassificados o tema tem agora destaque na imprensa. E ganha actualidade. E para alguns, incrédulos, até ganha mais credibilidade.
Transcrevo de seguida uma passagem dessa obra de Álvaro Cunhal:
“Em relação ao 25 de Novembro, revelaram-se muitas verdades nas confissões feitas pelos protagonistas vinte anos mais tarde.
No dia do golpe, antes de partir para o Porto, Mário Soares, como atrás referimos, teve um encontro com o Ministro da Grã-Bretanha onde este lhe prometeu apoio, por intermédio do Intelligence Service.
Pode perguntar-se, que têm a ver com a CIA os serviços de espionagem referidos nesse encontro?
A resposta encontra-se numa observação de Rui Mateus relativa ao papel da “estratégia da CIA”. Callaghan, diz Rui Mateus, “optara também pela tese da CIA” e disponibilizou “a cooperação dos seus serviços secretos com os seus homólogos americanos”. Carlucci, diz Mateus, “é um dos heróis do 25 de Novembro” (O Diabo, 19-11-1996). Lembre-se que em princípios de Novembro Carlucci visitou mais de uma vez o Norte do país, encontrando-se no Porto, Viseu, Vila Real, Chaves e Braga com bispos, governadores civis e presidentes de câmaras. E se não se deslocou a Viana do Castelo foi porque os trabalhadores se opuseram à projectada visita aos estaleiros e, face à tensão existente, Carlucci desistiu.
Tomem-se as informações sobre as relações e cumplicidades. Mas não se afirme que Carlucci foi “um dos heróis do 25 de Novembro”. Nem ele, nem Soares. Porque um e outro optaram pelo plano da ida para o norte e de desencadear a ofensiva militar para esmagar a “Comuna de Lisboa”. E esse plano falhou. Outra importante intervenção da CIA desenvolveu-se na infiltração no movimento sindical, visando a sua divisão e desagragação.
Quando Soares visitou os Estados Unidos, em Setembro de 1975, encontrou-se com Georges Meany, o patrão da AFL-CIO. É o próprio Soares que conta: “Meany encorajou-me e, com o apoio concreto do sindicalista Brown, que conhecia bem as questões europeias, criámos um esquema de cooperação que, mais tarde levaria à formação da UGT”. (Maria João Avilez, Soares. Ditadura e Revolução, ed. Cit, p.353).
Preciosa confissão. Porque Irving Brown era de há muito conhecido, precisamente na Europa, por actividades divisionistas do movimento sindical e era conhecido, não tanto por ser um sindicalista norte-americano, mas por ser um conhecido agente da CIA, qualidade além do mais testemunhada pelo antigo dirigente da CIA Thomas Braden.”
E é assim. O velho comandante disse uma vez que o poderiam condenar. Que pouco importava. A História absolvê-lo-ia. A Soares ninguém o condena. Mas, também, diga-se em abono da verdade, nem a História o absolverá.
Triste fado. "Miguel de Vasconcelos" revisitado.
Adenda: o cartoon é da autoria do artista Fernando Campos, e foi publicado aqui e aqui.
O livro chama-se “A verdade e a mentira na Revolução de Abril” (a contra-revolução confessa-se).
Constitui este livro, inegavelmente, uma ferramenta importante para os historiadores que se queiram debruçar sobre aquela época. Sempre pensei, quando a obra deu à estampa que Cunhal iria ser desmentido, ou contraditado. Não foi, nem uma coisa nem outra. Fazê-lo seria mexer no que não queriam. Então a melhor maneira de passarem despercebidos os protagonistas da história seria silenciar a obra. Por isso não teve qualquer destaque, qualquer repercussão, na imprensa, escrita ou falada.
E não dizia mais do que aquilo que toda a gente sabia. Exceptuando pormenores. Alguns deliciosos. Soares reunia-se, juntamente com Manuel Alegre, o tal que gosta de dizer que é de Esquerda, com Carlucci. Com o patrão. Um assassino encartado. Com uma grande folha de serviços. Era “secretário político” do embaixador dos Estados Unidos quando Lumumba foi assassinado, ajudou Tchombé e Mobotu no Zaire, Lacerda no Brasil, e esteve no Chile, no golpe de 11 de Setembro. Em Zanzibar é que deu nas vistas, tendo sido, por isso, expulso. Esta obra tem uma particularidade. O histórico comunista corrobora as suas afirmações com declarações dos próprios. Muitas delas em entrevistas, a ufanarem-se como agentes da História. Não dá margem à mentira ou à especulação.
Agora que alguns documentos da CIA foram desclassificados o tema tem agora destaque na imprensa. E ganha actualidade. E para alguns, incrédulos, até ganha mais credibilidade.
Transcrevo de seguida uma passagem dessa obra de Álvaro Cunhal:
“Em relação ao 25 de Novembro, revelaram-se muitas verdades nas confissões feitas pelos protagonistas vinte anos mais tarde.
No dia do golpe, antes de partir para o Porto, Mário Soares, como atrás referimos, teve um encontro com o Ministro da Grã-Bretanha onde este lhe prometeu apoio, por intermédio do Intelligence Service.
Pode perguntar-se, que têm a ver com a CIA os serviços de espionagem referidos nesse encontro?
A resposta encontra-se numa observação de Rui Mateus relativa ao papel da “estratégia da CIA”. Callaghan, diz Rui Mateus, “optara também pela tese da CIA” e disponibilizou “a cooperação dos seus serviços secretos com os seus homólogos americanos”. Carlucci, diz Mateus, “é um dos heróis do 25 de Novembro” (O Diabo, 19-11-1996). Lembre-se que em princípios de Novembro Carlucci visitou mais de uma vez o Norte do país, encontrando-se no Porto, Viseu, Vila Real, Chaves e Braga com bispos, governadores civis e presidentes de câmaras. E se não se deslocou a Viana do Castelo foi porque os trabalhadores se opuseram à projectada visita aos estaleiros e, face à tensão existente, Carlucci desistiu.
Tomem-se as informações sobre as relações e cumplicidades. Mas não se afirme que Carlucci foi “um dos heróis do 25 de Novembro”. Nem ele, nem Soares. Porque um e outro optaram pelo plano da ida para o norte e de desencadear a ofensiva militar para esmagar a “Comuna de Lisboa”. E esse plano falhou. Outra importante intervenção da CIA desenvolveu-se na infiltração no movimento sindical, visando a sua divisão e desagragação.
Quando Soares visitou os Estados Unidos, em Setembro de 1975, encontrou-se com Georges Meany, o patrão da AFL-CIO. É o próprio Soares que conta: “Meany encorajou-me e, com o apoio concreto do sindicalista Brown, que conhecia bem as questões europeias, criámos um esquema de cooperação que, mais tarde levaria à formação da UGT”. (Maria João Avilez, Soares. Ditadura e Revolução, ed. Cit, p.353).
Preciosa confissão. Porque Irving Brown era de há muito conhecido, precisamente na Europa, por actividades divisionistas do movimento sindical e era conhecido, não tanto por ser um sindicalista norte-americano, mas por ser um conhecido agente da CIA, qualidade além do mais testemunhada pelo antigo dirigente da CIA Thomas Braden.”
E é assim. O velho comandante disse uma vez que o poderiam condenar. Que pouco importava. A História absolvê-lo-ia. A Soares ninguém o condena. Mas, também, diga-se em abono da verdade, nem a História o absolverá.
Triste fado. "Miguel de Vasconcelos" revisitado.
Adenda: o cartoon é da autoria do artista Fernando Campos, e foi publicado aqui e aqui.
modalidades:
Álvaro Cunhal,
Opinião,
PCP
sexta-feira, 26 de setembro de 2008
Crónicas em desalinho (II)
A propósito de uma reflexão de um leitor, anónimo, à minha "Crónica da China"
por Augusto Alberto (texto e fotos)
Lá ao lado, na Índia, considerada a maior democracia do Mundo, terá muitos partidos, mas a democracia continua anos a fio a fabricar indigentes e famintos, numa democracia feita de camadas, melhor dizendo, por castas, que me parece ser uma coisa detestável e imunda. Não o incomoda? Leia o insuspeito Salman Rushide.
Por último, desejo-lhe dizer o seguinte. O facto de haver muitos partidos não é sinónimo de mais e melhor democracia. No império existem dois partidos democráticos, com certeza. Como é comum por lá, o agiota com jogo na democrática bolsa, subsidia o partido republicano em 50% e o democrata em também 50%. Nada mais justo! Empata a democracia e quando há necessidade de a desempatar, sempre existe um juiz que não dá um chuto nessa democracia, porque a tornará feia e abstrusa, mas uma bondosa e democrática chapelada. É por isso que o Bush, eleito, não esqueça, é tolo e pacóvio de tanto lhe baterem na cabeça por lhe querem enterrar aquele chapéu.
Caro senhor, meu leitor, dir-lhe-ei que a democracia não pode ser assim uma coisa tão curta e injusta, mas sempre aproveito para lhe dizer que eu cá, quando há necessidade, do ponto de vista político, claro está, sou por umas democráticas porradas.
Antes de sair, quero dar um enorme abraço ao meu grande amigo Guimarães.
por Augusto Alberto (texto e fotos)
Aldrabões, agiotas, sacanas, coirões que nos massacram, com todas as estrelas, trajam a rigor, com fato e gravata, fraque e laço, passeiam-se em festas pelos brilhantes salões, beijam e são beijados, bajulam e são bajulados. São hoje o santo e a senha, o forte e o comum. Como não hei-de estar desiludido? E o meu anónimo leitor, sem dar por isso, descobriu num tipo desiludido, um cidadão simples e sério. Nem mais! A este meu leitor que quer ser anónimo, acredito que me conhece, aproveito para lhe chamar a atenção que tarda em perceber que ser simples e honesto nos dias que correm, é uma raridade. Gente assim, arrisca-se a enfileirar no reino dos dinossauros e a viver desconfortável, aqui sim, no meio daquela tralha. Começa a ser a normalidade. Mas há quem se dilua ou suporte, mas eu não.
Também lhe devo dizer que apesar de estar desencantado não estou baralhado nem com desconforto ideológico. A vida, tal como os movimentos sociais, tem avanços e recuos e eu espero em vida ver ainda muita coisa. Mas de facto, hoje, aquilo a que o mundo assiste é um colossal embuste e recuo, que sei como começou mas não sei como vai acabar. Logo veremos!
Falou-me do partido único e por antítese, de democracia. Encantado! Se por democracia é esta coisa de o meu caro poder comentar a minha singela e honesta crónica e de seguida eu poder dar algumas serenas e calmas réplicas, como o estou agora a fazer, então eu digo que é curto. A verdade é que ambos vivemos numa Pátria de 10 milhões de almas, em que mais de 2 milhões, cerca de ¼, estão mergulhados na indigência. Nem um pequeno sopro de democracia para aconchegar estômagos famintos. Temos partidos, temos bufarinheiros, jornais e fazedores de opinião, mas, talvez uma social-democracia e um “ socialismo de merda ”. Estes sim.
Bem sei que o gonçalvismo, a reforma agrária, que um dos pais da democracia, António Barreto, hoje eminência parda, sociólogo e fazedor de opinião, abjurou e ceifou. Nem sei se de novo o Alentejo não terá alguma coisa de feudal? Que as nacionalizações, a indústria pesada, etc., foram coisas que atrapalharam a democracia. Talvez mais democrático tenha sido o facto de os pides terem acabado os dias chafurdando na malga “democrática”, com razoáveis reformas ou empregos e os que nos cansaram e atrasaram durante meio século, tenham tido o tempo para continuar. Fique sabendo, porque eu já sabia, que as democracias são sempre ternas e meigas. É preciso saber perdoar como democraticamente se diz, e faz.
Como não hei-de estar desiludido?
Quero ainda remetê-lo para a leitura de um livro muito sério, o Império, escrito por Gore Vidal. São histórias com mais de um século. Escrito como se o autor estivesse sentado num banco de pé alto, para ter a possibilidade de ver e examinar o mundo americano lá em baixo, ao redor dos seus pés. Notável livro, que nos remete para uma espécie de manual de intenções, pela qual as administrações americanas se guiaram durante o último século e pela qual andamos a pagar as tropelias e desejos do império. Lido, compreenderá porque existe esta fobia com a China, que teve o seu auge na sistemática tentativa de diminuição dos Jogos de Pequim. Sem êxito. Porque um povo que consegue construir, sem olhar a montanhas e vales, aquela milenar, estóica e fabulosa muralha de 7.000 km, a pulso e músculo, e entrar pela modernidade com os seus fabulosos Jogos, só merece ser credor de respeito e admiração. Então cabe perguntar, porquê tanta vontade em dilacerar de novo esta Nação? A quem servirá? Com esta minha curta passagem, percebi ser evidentemente impossível atrasar e humilhar de novo a Nação Chinesa, e isso faz ranger os dentes a muita gente.
Também lhe devo dizer que apesar de estar desencantado não estou baralhado nem com desconforto ideológico. A vida, tal como os movimentos sociais, tem avanços e recuos e eu espero em vida ver ainda muita coisa. Mas de facto, hoje, aquilo a que o mundo assiste é um colossal embuste e recuo, que sei como começou mas não sei como vai acabar. Logo veremos!
Falou-me do partido único e por antítese, de democracia. Encantado! Se por democracia é esta coisa de o meu caro poder comentar a minha singela e honesta crónica e de seguida eu poder dar algumas serenas e calmas réplicas, como o estou agora a fazer, então eu digo que é curto. A verdade é que ambos vivemos numa Pátria de 10 milhões de almas, em que mais de 2 milhões, cerca de ¼, estão mergulhados na indigência. Nem um pequeno sopro de democracia para aconchegar estômagos famintos. Temos partidos, temos bufarinheiros, jornais e fazedores de opinião, mas, talvez uma social-democracia e um “ socialismo de merda ”. Estes sim.
Bem sei que o gonçalvismo, a reforma agrária, que um dos pais da democracia, António Barreto, hoje eminência parda, sociólogo e fazedor de opinião, abjurou e ceifou. Nem sei se de novo o Alentejo não terá alguma coisa de feudal? Que as nacionalizações, a indústria pesada, etc., foram coisas que atrapalharam a democracia. Talvez mais democrático tenha sido o facto de os pides terem acabado os dias chafurdando na malga “democrática”, com razoáveis reformas ou empregos e os que nos cansaram e atrasaram durante meio século, tenham tido o tempo para continuar. Fique sabendo, porque eu já sabia, que as democracias são sempre ternas e meigas. É preciso saber perdoar como democraticamente se diz, e faz.
Como não hei-de estar desiludido?
Quero ainda remetê-lo para a leitura de um livro muito sério, o Império, escrito por Gore Vidal. São histórias com mais de um século. Escrito como se o autor estivesse sentado num banco de pé alto, para ter a possibilidade de ver e examinar o mundo americano lá em baixo, ao redor dos seus pés. Notável livro, que nos remete para uma espécie de manual de intenções, pela qual as administrações americanas se guiaram durante o último século e pela qual andamos a pagar as tropelias e desejos do império. Lido, compreenderá porque existe esta fobia com a China, que teve o seu auge na sistemática tentativa de diminuição dos Jogos de Pequim. Sem êxito. Porque um povo que consegue construir, sem olhar a montanhas e vales, aquela milenar, estóica e fabulosa muralha de 7.000 km, a pulso e músculo, e entrar pela modernidade com os seus fabulosos Jogos, só merece ser credor de respeito e admiração. Então cabe perguntar, porquê tanta vontade em dilacerar de novo esta Nação? A quem servirá? Com esta minha curta passagem, percebi ser evidentemente impossível atrasar e humilhar de novo a Nação Chinesa, e isso faz ranger os dentes a muita gente.
Lá ao lado, na Índia, considerada a maior democracia do Mundo, terá muitos partidos, mas a democracia continua anos a fio a fabricar indigentes e famintos, numa democracia feita de camadas, melhor dizendo, por castas, que me parece ser uma coisa detestável e imunda. Não o incomoda? Leia o insuspeito Salman Rushide.
Por último, desejo-lhe dizer o seguinte. O facto de haver muitos partidos não é sinónimo de mais e melhor democracia. No império existem dois partidos democráticos, com certeza. Como é comum por lá, o agiota com jogo na democrática bolsa, subsidia o partido republicano em 50% e o democrata em também 50%. Nada mais justo! Empata a democracia e quando há necessidade de a desempatar, sempre existe um juiz que não dá um chuto nessa democracia, porque a tornará feia e abstrusa, mas uma bondosa e democrática chapelada. É por isso que o Bush, eleito, não esqueça, é tolo e pacóvio de tanto lhe baterem na cabeça por lhe querem enterrar aquele chapéu.
Caro senhor, meu leitor, dir-lhe-ei que a democracia não pode ser assim uma coisa tão curta e injusta, mas sempre aproveito para lhe dizer que eu cá, quando há necessidade, do ponto de vista político, claro está, sou por umas democráticas porradas.
Antes de sair, quero dar um enorme abraço ao meu grande amigo Guimarães.
modalidades:
Crónicas em desalinho
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Pete Seeger
Concordo que à volta dos Prémios Nobel se movimentam muitos interesses, lobbies e outras coisas mais. Inclusivamente este, o da Paz, já tem sido atribuído a, bem... para não utilizar adjectivos menos simpáticos,direi duvidosas figuras. Ou mesmo figurões.
Mas a Pete Seeger, um velho militante da Paz e da justiça social, o Prémio Nobel ficava mesmo muito bem.
Mas a Pete Seeger, um velho militante da Paz e da justiça social, o Prémio Nobel ficava mesmo muito bem.
José Bento Pessoa - a biografia
A “Aldeia Olímpica” congratula-se com a reedição da biografia do famoso ciclista e um dos nomes maiores do desporto figueirense.
Com assinatura do romancista e dramaturgo Romeu Correia, a primeira edição, de 1974, estava já esgotada há muito. Tratava-se de uma edição do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino. A segunda será apresentada no próximo dia 29, no Salão de Café do Casino, com o patrocínio do Casino Figueira e com a apresentação do escritor e jornalista Mário Zambujal.
Na primeira edição, um prefácio, do autor, com o título de “Duas Palavras”. Começa assim:
“Quando penso no fenómeno desportivo português, nas suas limitações e atrasos, espartilhado por velhos preconceitos que o amarraram a uma rotina de modéstia, nasce-me, por vezes, um romântico entusiasmo pelas coisas da nossa gente e acode-me à memória vários nomes e feitos caseiros. Será talvez uma compensação ou mesmo uma busca de equilíbrio psíquico, se quiserem; mas é assim que reajo quando cogito nas nossas andanças atléticas. E, então, vem-me à lembrança, com uma frequência obsessiva, o ciclista José Bento Pessoa. Sim, o homem da Figueira da Foz, esse espantoso atleta, vem-me sempre à memória nestas cíclicas lucubrações de cariz tão pessimista.
Mas os anos passaram – vários e atormentados anos, cheios de muitas dores, e também, valha a verdade, de coisas maravilhosas - , os anos passaram, e reparei que o centenário de José Bento Pessoa estava à porta. A 7 de Março de 1974 faz cem anos que nasceu o primeiro português que conquistou um record mundial.” (...)
Com assinatura do romancista e dramaturgo Romeu Correia, a primeira edição, de 1974, estava já esgotada há muito. Tratava-se de uma edição do Grupo Desportivo e Cultural dos Empregados do Banco Nacional Ultramarino. A segunda será apresentada no próximo dia 29, no Salão de Café do Casino, com o patrocínio do Casino Figueira e com a apresentação do escritor e jornalista Mário Zambujal.
Na primeira edição, um prefácio, do autor, com o título de “Duas Palavras”. Começa assim:
“Quando penso no fenómeno desportivo português, nas suas limitações e atrasos, espartilhado por velhos preconceitos que o amarraram a uma rotina de modéstia, nasce-me, por vezes, um romântico entusiasmo pelas coisas da nossa gente e acode-me à memória vários nomes e feitos caseiros. Será talvez uma compensação ou mesmo uma busca de equilíbrio psíquico, se quiserem; mas é assim que reajo quando cogito nas nossas andanças atléticas. E, então, vem-me à lembrança, com uma frequência obsessiva, o ciclista José Bento Pessoa. Sim, o homem da Figueira da Foz, esse espantoso atleta, vem-me sempre à memória nestas cíclicas lucubrações de cariz tão pessimista.
Mas os anos passaram – vários e atormentados anos, cheios de muitas dores, e também, valha a verdade, de coisas maravilhosas - , os anos passaram, e reparei que o centenário de José Bento Pessoa estava à porta. A 7 de Março de 1974 faz cem anos que nasceu o primeiro português que conquistou um record mundial.” (...)
terça-feira, 23 de setembro de 2008
Crónicas em desalinho (I)
Crónica da China
por Augusto Alberto
por Augusto Alberto
Se julgam que na China anda tudo fardado e vestido do mesmo modo, é um erro e podem tirar o cavalo da chuva, porque é perda de tempo. Se também acham que é possível 20 ou 30 pessoas falarem sobre a mesma coisa, para que nada se decida e tudo fique na mesma, e no fim, são uns poucos e sempre os mesmos a capitalizar a falta de decisão e o caos, tal como cá, também podem tirar o cavalo da chuva. Para que não restem dúvidas quanto à comparação, quero aqui deixar o exemplo do processo Parque Mayer, com o arquitecto Gery a amarrotar uma folha de papel A 4, e a dizer, aqui está o projecto, e o adorado do “Pedrinho” a colocar-lhe na mão 500 mil contos e o Gery, como é óbvio, todo gostoso e quem sabe, a soletrar, pa-có-vios!
O que a China nos ofereceu foi uma magistral obra física, o complexo olímpico e a sua Aldeia. Não é possível descrevê-las, só sentindo-a, e uma cidade, Pequim, impregnada de modernidade. Modernidade que aumenta por camadas, à medida que nos vamos aproximando do espaço do complexo olímpico. Para tentar dar uma imagem mais próxima das coisas, cito novamente e comparo o momento de modernidade que foi o agora chamado Parque das Nações, antes a Expo’ 98, e que, como sempre, nesta Pátria, acaba mal. A escala de grandeza naturalmente é a favor do espaço olímpico, tanto pela imponência da área, como a da qualidade paisagística. Alias, quero aqui expressar, em minha modesta opinião, pois não sou arquitecto, mas tenho gosto, a notável presença da arquitectura de paisagem, magistral, deslumbrante e única, que povoa Pequim e sobretudo essa noção de camada, de que é feita a modernidade da cidade. É conhecida a simpatia e o encanto dos chineses pela árvore e a flor.
Os Jogos foram necessariamente um momento único de modernidade, que evidentemente tiveram o condão de rebocar aquela urbe. E ela é enorme. Dir-me-ão que aquilo foi para ocidental ver. Claro, nem mais, tinha de ser. Essa ideia de que o ocidental é o homo sapiens, é de todo perigosa. Um dia desses esse ocidental sapiens, afinal, vai perceber que é só um entre tantos que povoam este mundo. Para lá caminha, para lá caminha. Por outro, com que direito a nação chinesa, milenar, não poderá expressar a sua modernidade, tal como outras antes. Na Austrália olhámos para os magistrais Jogos e o moderno e notável edifício da ópera de Sydney, mas ignorámos, ou só esquecemos, por conveniente e cómodo desinteresse, o povo aborígene, autóctone, massacrado, quase sumido, e o pouco que resta, atirado para as fímbrias da sociedade australiana. Com todo o direito, os chineses querem ser modernos. E se por moderno é o estilo de vida ocidental, então vos digo, que aqueles chineses com quem vivi, e foram muitos, durante os quinze dias, são modernos. Vestem, e tem gostos como qualquer ocidental que se preze. Todas as melhores marcas de calçado, roupas, relógios, artigos de beleza, tecnologia de todo o tipo, etc, etc, lá estão. Viajam e falam inglês.
Bem vi que a China tem problemas sérios para resolver. Problemas do enormíssimo tráfego automóvel. Uma enormidade. Problemas com assimetrias sociais muito vivas, certamente. Criaram uma classe média urbana muito bem situada, de onde vieram os milhares de voluntários aos Jogos, e que segundo me pareceu, tal como a ocidental classe média e sapiens, gosta pouco de abalos que lhes traga incerteza. E nem sequer escondem. Enquanto cidadão deste mundo, fico na esperança que os resolvam na procura de mais e melhores equilíbrios.
Mas, queiram ou não, os Jogos, a sua estrutura material e a sua Aldeia Olímpica, são obra notável. Os conjuntos dos voluntários foram inexcedíveis de amabilidade e eficácia, e estou convicto de que esta modernidade de que se fez os Jogos e a cidade que os recebeu, vai ter continuidade, e por isso eu quero terminar de um modo muito claro, e de certo modo como uma mensagem para o ocidental sapiens; - não creio ser possível hoje e no futuro, encontrar nos parques e jardins das maiores cidades chinesas, aquelas frases escritas em inglês e mandarim, num período hediondo e humilhante para a nação chinesa, na primeira metade do século 20, na ressaca da colonização e do império inglês e em plena administração, sempre de cócoras, de Chiang Kai-shek, a ofensiva frase - proibida a presença a cães e a chineses.
É esta impossibilidade, parece-me, de humilhar de novo o povo chinês, que incomoda muito ocidental. Pois é, as coisas mudam e por vezes, sem darmos muito por elas.
Contrariando um anónimo, sempre um anónimo, eu não fiquei na China. Voltei e é por cá que desejo continuar e empenhado, como sempre. Desta feita apaixonei-me pelo movimento paraolímpico, como antes me apaixonei pelos dois clubes da cidade, por onde passei, com obra - haja memória no mínimo. A ele quero dar os meus próximos esforços. Mas sei de quem partiu para Pequim há 12 anos e não deseje voltar, mas continuar. Espantados?
Já sei que virão as piadas a açoitar esta minha breve crónica. Não faz mal, já estou preparado e no mínimo não me escondo no anonimato. Assumo-me comunista e também capaz de me emocionar até às lágrimas com a fabulosa recepção, em todas as áreas dos Jogos e na partilha do magistral espaço e com gente que apesar de aparentemente diminuída na sua condição física, não deixa de ser capaz de ser brilhante quando compete num barco ou na piscina, remando ou nadando somente com os braços, ou corre, auxiliado por um guia, que já tem de ser um super atleta, porque senão coloca em causa o notável desempenho do seu também notável companheiro, porque apesar da falta de visão a vida não o desclassificou como atleta e pessoa.
O que a China nos ofereceu foi uma magistral obra física, o complexo olímpico e a sua Aldeia. Não é possível descrevê-las, só sentindo-a, e uma cidade, Pequim, impregnada de modernidade. Modernidade que aumenta por camadas, à medida que nos vamos aproximando do espaço do complexo olímpico. Para tentar dar uma imagem mais próxima das coisas, cito novamente e comparo o momento de modernidade que foi o agora chamado Parque das Nações, antes a Expo’ 98, e que, como sempre, nesta Pátria, acaba mal. A escala de grandeza naturalmente é a favor do espaço olímpico, tanto pela imponência da área, como a da qualidade paisagística. Alias, quero aqui expressar, em minha modesta opinião, pois não sou arquitecto, mas tenho gosto, a notável presença da arquitectura de paisagem, magistral, deslumbrante e única, que povoa Pequim e sobretudo essa noção de camada, de que é feita a modernidade da cidade. É conhecida a simpatia e o encanto dos chineses pela árvore e a flor.
Os Jogos foram necessariamente um momento único de modernidade, que evidentemente tiveram o condão de rebocar aquela urbe. E ela é enorme. Dir-me-ão que aquilo foi para ocidental ver. Claro, nem mais, tinha de ser. Essa ideia de que o ocidental é o homo sapiens, é de todo perigosa. Um dia desses esse ocidental sapiens, afinal, vai perceber que é só um entre tantos que povoam este mundo. Para lá caminha, para lá caminha. Por outro, com que direito a nação chinesa, milenar, não poderá expressar a sua modernidade, tal como outras antes. Na Austrália olhámos para os magistrais Jogos e o moderno e notável edifício da ópera de Sydney, mas ignorámos, ou só esquecemos, por conveniente e cómodo desinteresse, o povo aborígene, autóctone, massacrado, quase sumido, e o pouco que resta, atirado para as fímbrias da sociedade australiana. Com todo o direito, os chineses querem ser modernos. E se por moderno é o estilo de vida ocidental, então vos digo, que aqueles chineses com quem vivi, e foram muitos, durante os quinze dias, são modernos. Vestem, e tem gostos como qualquer ocidental que se preze. Todas as melhores marcas de calçado, roupas, relógios, artigos de beleza, tecnologia de todo o tipo, etc, etc, lá estão. Viajam e falam inglês.
Bem vi que a China tem problemas sérios para resolver. Problemas do enormíssimo tráfego automóvel. Uma enormidade. Problemas com assimetrias sociais muito vivas, certamente. Criaram uma classe média urbana muito bem situada, de onde vieram os milhares de voluntários aos Jogos, e que segundo me pareceu, tal como a ocidental classe média e sapiens, gosta pouco de abalos que lhes traga incerteza. E nem sequer escondem. Enquanto cidadão deste mundo, fico na esperança que os resolvam na procura de mais e melhores equilíbrios.
Mas, queiram ou não, os Jogos, a sua estrutura material e a sua Aldeia Olímpica, são obra notável. Os conjuntos dos voluntários foram inexcedíveis de amabilidade e eficácia, e estou convicto de que esta modernidade de que se fez os Jogos e a cidade que os recebeu, vai ter continuidade, e por isso eu quero terminar de um modo muito claro, e de certo modo como uma mensagem para o ocidental sapiens; - não creio ser possível hoje e no futuro, encontrar nos parques e jardins das maiores cidades chinesas, aquelas frases escritas em inglês e mandarim, num período hediondo e humilhante para a nação chinesa, na primeira metade do século 20, na ressaca da colonização e do império inglês e em plena administração, sempre de cócoras, de Chiang Kai-shek, a ofensiva frase - proibida a presença a cães e a chineses.
É esta impossibilidade, parece-me, de humilhar de novo o povo chinês, que incomoda muito ocidental. Pois é, as coisas mudam e por vezes, sem darmos muito por elas.
Contrariando um anónimo, sempre um anónimo, eu não fiquei na China. Voltei e é por cá que desejo continuar e empenhado, como sempre. Desta feita apaixonei-me pelo movimento paraolímpico, como antes me apaixonei pelos dois clubes da cidade, por onde passei, com obra - haja memória no mínimo. A ele quero dar os meus próximos esforços. Mas sei de quem partiu para Pequim há 12 anos e não deseje voltar, mas continuar. Espantados?
Já sei que virão as piadas a açoitar esta minha breve crónica. Não faz mal, já estou preparado e no mínimo não me escondo no anonimato. Assumo-me comunista e também capaz de me emocionar até às lágrimas com a fabulosa recepção, em todas as áreas dos Jogos e na partilha do magistral espaço e com gente que apesar de aparentemente diminuída na sua condição física, não deixa de ser capaz de ser brilhante quando compete num barco ou na piscina, remando ou nadando somente com os braços, ou corre, auxiliado por um guia, que já tem de ser um super atleta, porque senão coloca em causa o notável desempenho do seu também notável companheiro, porque apesar da falta de visão a vida não o desclassificou como atleta e pessoa.
modalidades:
Crónicas em desalinho,
Jogos Olímpicos
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Crónicas em desalinho (uma crónica da China)
Augusto Alberto, treinador nacional de Remo, regressou há dias dos Jogos Paraolímpicos, que se disputaram em Pequim, como, alias demos conta.
Amanhã, aqui, na Aldeia Olímpica contar-nos-á, numa crónica no seu habitual estilo, as suas impressões do país dos Ming.
Amanhã, aqui, na Aldeia Olímpica contar-nos-á, numa crónica no seu habitual estilo, as suas impressões do país dos Ming.
modalidades:
Jogos Olímpicos
sábado, 20 de setembro de 2008
Sindicatos e sindicatos
No post anterior, um comentário de um anónimo, muito possivelmente o neo-liberal de serviço nestas coisas, dizia que o famigerado Código do Trabalho do PS, que agrava o anterior, da autoria de Bagão Felix, (agrava quer dizer que os trabalhadores perdem muitos mais direitos) tem o apoio de vários sindicatos. Claro que é verdade, uma verdade de La Pallice. Porque seria o paradoxo dos paradoxos vermos sindicatos a defender a perda de direitos dos trabalhadores.
Agora chamar sindicatos a um grupelho liderado por um dirigente do partido neo-liberal que está no governo será um pouco esticar a corda.
Mas pronto, está bem. Um homem genial, já há um bom par de anos, definiu genialmente aquela corja. Ora leiam:
As mãos do cartaz
São mãos apertadas
Cruzadas
Tratadas
Gravadas
Na grelha.
São mãos bajulantes
Pedantes
Tratantes
São mãos de Gonelha.
São mãos de verniz
De gente feliz
Que pousa pra telas.
São mãos de água e sal
São mãos de cristal
São mãos amarelas.
São mãos de pecebe
De quem nunca teve
Canseiras nem lidas.
São mãos indolentes
São mãos repelentes
São mãos corrompidas.
São mãos que recebem
Que esmolam
Que pedem
Favores do patrão.
São mãos ordinárias
De chulos de párias
Do povo é que não.
São mãos de labregos
São mãos de carrego
De jóias brilhantes.
São mãos de vadio
De gente sem brio
São mãos de moinantes.
São mãos de perfume
São lepra são estrume
Do pão da intriga.
São mãos de arrivistas
Tartufos golpistas
De faca na liga.
São mãos desenhadas
Limpinhas peladas
Limadas sem dor.
São mãos ascorosas
Cheirosas vaidosas
São mãos de estupor.
São mãos de melaço
De por ao regaço
Na hora do chá.
São mãos de canalha
São mãos de navalha
Como outras não há.
São mãos de algodão
Veludo aldrabão
Tecido incapaz.
São mãos da traição
E da corrupção
As mãos do cartaz.
São mãos apertadas
Cruzadas
Tratadas
Gravadas
Na grelha.
São mãos bajulantes
Pedantes
Tratantes
São mãos de Gonelha.
São mãos de verniz
De gente feliz
Que pousa pra telas.
São mãos de água e sal
São mãos de cristal
São mãos amarelas.
São mãos de pecebe
De quem nunca teve
Canseiras nem lidas.
São mãos indolentes
São mãos repelentes
São mãos corrompidas.
São mãos que recebem
Que esmolam
Que pedem
Favores do patrão.
São mãos ordinárias
De chulos de párias
Do povo é que não.
São mãos de labregos
São mãos de carrego
De jóias brilhantes.
São mãos de vadio
De gente sem brio
São mãos de moinantes.
São mãos de perfume
São lepra são estrume
Do pão da intriga.
São mãos de arrivistas
Tartufos golpistas
De faca na liga.
São mãos desenhadas
Limpinhas peladas
Limadas sem dor.
São mãos ascorosas
Cheirosas vaidosas
São mãos de estupor.
São mãos de melaço
De por ao regaço
Na hora do chá.
São mãos de canalha
São mãos de navalha
Como outras não há.
São mãos de algodão
Veludo aldrabão
Tecido incapaz.
São mãos da traição
E da corrupção
As mãos do cartaz.
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Mas o que é isto? É preciso muito descaramento e muita filhadaputice, não é?
"conflitua, aberta e frontalmente com a lógica e as normas da Lei fundamental. Aquilo que verdadeiramente está em causa, não são, apenas, as opcções normativas neste ou naquele regime laboral. O que verdadeiramente está em causa, é a filosofia e a alteração estrutural das leis laborais que a Proposta de Lei encerra: o reforço dos poderes do empregador, o enfraquecimento da dimensão colectiva, o acentuar da dependência do trabalhador, visão que, tendo em conta a matriz constitucional do direito e a concepção que perfilhamos dos direitos dos trabalhadores, não podemos compreender nem aceitar".
O que acabaram de ler pertence a uma declaração de voto do Partido Socialista contra o Código de Trabalho de Bagão Felix, em 10 de Abril de 2003. Hoje debate-se na Assembleia da República o agravamento proposto pelo PS desse mesmo Código de Trabalho. Não é que eu esteja admirado, aliás nunca considerei os socialistas pessoas de bem, nem eles se deram alguma vez ao trabalho de o parecer, aí está uma de muitas provas, são mentirosos até mais não.
O que acontece é que me indigno facillmente com coisas indignantes, lá isso é verdade.
Mas perante a maior agressão ao mundo do trabalho depois do 25 de Abril de 1974 já só se deixa enganar quem quiser, ou quem não for bem-bem.
O que acabaram de ler pertence a uma declaração de voto do Partido Socialista contra o Código de Trabalho de Bagão Felix, em 10 de Abril de 2003. Hoje debate-se na Assembleia da República o agravamento proposto pelo PS desse mesmo Código de Trabalho. Não é que eu esteja admirado, aliás nunca considerei os socialistas pessoas de bem, nem eles se deram alguma vez ao trabalho de o parecer, aí está uma de muitas provas, são mentirosos até mais não.
O que acontece é que me indigno facillmente com coisas indignantes, lá isso é verdade.
Mas perante a maior agressão ao mundo do trabalho depois do 25 de Abril de 1974 já só se deixa enganar quem quiser, ou quem não for bem-bem.
quarta-feira, 17 de setembro de 2008
Jogos Paraolímpicos chegaram ao fim: Portugal mais ou menos
Chegaram ao fim os Jogos Paraolímpicos e Portugal conseguiu 7 medalhas (1 de ouro, 4 de prata e 1 de bronze), menos 5 do que há 4 anos, em Atenas.
O chefe da missão portuguesa, Jorge Carvalho, justificou o facto com o nível de competição estar cada vez mais elevado, com atletas paraolímpicos a aproximarem-se das marcas dos olímpicos. Contudo, considerou os resultados positivos mas alertou para a necessidade de se investir ainda mais na preparação.
Segundo Humberto Santos, presidente da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes, os resultados alcançados dignificaram o país e traduziram-se “num acto de superação dos atletas”.
Além das 7 medalhas conquistadas vários atletas conseguiram records pessoais e records nacionais. Um resultado final que, obtido por um conjunto de 35 atletas, tem mesmo de se considerar positivo.
O chefe da missão portuguesa, Jorge Carvalho, justificou o facto com o nível de competição estar cada vez mais elevado, com atletas paraolímpicos a aproximarem-se das marcas dos olímpicos. Contudo, considerou os resultados positivos mas alertou para a necessidade de se investir ainda mais na preparação.
Segundo Humberto Santos, presidente da Federação Portuguesa de Desporto para Deficientes, os resultados alcançados dignificaram o país e traduziram-se “num acto de superação dos atletas”.
Além das 7 medalhas conquistadas vários atletas conseguiram records pessoais e records nacionais. Um resultado final que, obtido por um conjunto de 35 atletas, tem mesmo de se considerar positivo.
domingo, 14 de setembro de 2008
Bravo, Chavez (croniqueta de fim-de-semana)
“Váyanse al carajo, yanquis de mierda, que aqui hay un pueblo digno”
Foi sempre assim. Qualquer tentativa dos povos se tornarem senhores dos seus próprios destinos é cortada ou por golpes de estado ou por guerras civis. O capitalismo internacional liderado pelos EUA e acolitado por muitos outros pretensos democratas não deixa as coisas por menos.
Lembremo-nos da Espanha, em 1936, tinha a Esquerda vencido as eleições. Do Brasil, em 1964, quando o governo de então se preparava para iniciar uma política de reforma agrária, foi derrubado e instituída uma feroz ditadura militar. Do Chile, depois de não conseguirem impedir que o governo democraticamente eleito tomasse posse, em 1970, aconteceu o sangrento golpe de estado, em 1973 e a não menos sangrenta ditadura do General Pinochet. Já em 1975, em Portugal, a Esquerda esteve perto do poder e o que se viu? Redes bombistas a operarem magnífica e “democraticamente”, além de boicotes quer à reforma agrária quer a tudo o que mexesse para mudar o estado das coisas que já caíam de podres. E qual é o país que temos? Claro, o que os grandes senhores querem.
Os exemplos são muitos, os que demonstram a ingerência do capitalismo internacional nos países onde não dominam os respectivos governos. Do anacrónico boicote ao povo cubano. Das tentativas de derrubar Chavez, através de um referendo a meio do mandato, de uma tentativa de golpe de estado, de uma greve geral que demorou meses, claro que bem pagas aos grevistas, pois aqui e hoje, num país democrático como o nosso as greves não atingem percentagens que façam os seus objectivos serem atingidos de imediato.
São tantos os exemplos que não há país da América Latina que não tenha para contar. Desta vez é o governo de Evo Morales que está em causa, na Bolívia.
A solidariedade para com a nação boliviana é um imperativo de todos os democratas.
sexta-feira, 12 de setembro de 2008
Luís Cardoso, recordista nacional
O atleta da Sociedade União Operária, Luís Cardoso, bateu o record nacional infantil de Lançamento de Martelo, em Julho, durante um torneio, em Leiria. O aparelho parou a 51,94 metros, mais 85 centímetros que a anterior melhor marca, já com alguns anos, pertença de Vital e Silva, do Benfica.
O atleta, natural de Santo Amaro da Boiça e estudante da Escola Mário Augusto das Alhadas, tem 13 anos e superou em 20 metros o record distrital que já durava há 6 anos.
No mesmo torneio o jovem bateu também o record distrital do Disco conseguindo a segunda melhor marca nacional de sempre, com 47,70 metros. E, no Lançamento do Peso, os 13,47 metros chegaram para bater o record distrital e constar como melhor marca nacional do ano.
À "Aldeia Olímpica" o atleta mostrou-se satisfeito pelo record pois "já tinhamos pensado nessa possibilidade, era esse o objectivo, e foi conseguido". Quanto aos objectivos, o jovem atleta, que pratica atletismo há 3 anos, diz que "passam por tentar fazer sempre melhor, ser campeão nacional e estar presente, em Singapura em 2010, nos 1º Jogos Olímpicos para Jovens".
O treinador, prof. Fonseca Antunes, já experiente na detecção de talentos, considera esta marca "seguramente uma das vinte melhores da Europa". Em relação às condições de treino o professor diz que não são as ideais mas que têm vindo a melhorar.
modalidades:
Atletismo,
SUO (Vais)
quinta-feira, 11 de setembro de 2008
Anedotas
Para contar anedotas é preciso um certo savoir faire. Acho mesmo uma arte saber contá-las. Nunca tive grande jeiteira para isso, agora que gosto de ouvir, lá isso gosto. Contudo não deixo de partilhar duas anedotas convosco. Têm a virtude de serem fresquinhas, ouvi-as ainda há pouco, via rádio.
A primeira conta-nos que os Estados Unidos deram ordens às suas tropas para actuarem no terreno sem esperarem por autorização das autoridades paquistanesas.
A segunda é que a insignificante Ingrid Betancourt ganhou um prémio, por, entre outras coisas, “personificar todos aqueles que estão privados de liberdade devido à defesa dos direitos humanos e de lutar contra a violência terrorista, corrupção e narcotráfico”.
Não sabia que os soldados americanos para defenderem a sua pátria necessitavam do acordo paquistanês. Fiquei admiradíssimo.
Nem nunca ouvi a insignificante Ingrid botar faladura sobre o assassino e narcotraficante Uribe, nem sobre as centenas de sindicalistas e militantes de esquerda que são assassinados, ou os que estão presos, à revelia de qualquer direito humano.
Já que estamos em maré de anedotas, aventuro-me um pouco pelo humor negro: fazem hoje anos duas efemérides da autoria dos Estados Unidos.
Adenda: só mais uma, está bem? Pronto, aí vai: "Volta Scolari, estás perdoado. E trás o Ricardo, também".
A primeira conta-nos que os Estados Unidos deram ordens às suas tropas para actuarem no terreno sem esperarem por autorização das autoridades paquistanesas.
A segunda é que a insignificante Ingrid Betancourt ganhou um prémio, por, entre outras coisas, “personificar todos aqueles que estão privados de liberdade devido à defesa dos direitos humanos e de lutar contra a violência terrorista, corrupção e narcotráfico”.
Não sabia que os soldados americanos para defenderem a sua pátria necessitavam do acordo paquistanês. Fiquei admiradíssimo.
Nem nunca ouvi a insignificante Ingrid botar faladura sobre o assassino e narcotraficante Uribe, nem sobre as centenas de sindicalistas e militantes de esquerda que são assassinados, ou os que estão presos, à revelia de qualquer direito humano.
Já que estamos em maré de anedotas, aventuro-me um pouco pelo humor negro: fazem hoje anos duas efemérides da autoria dos Estados Unidos.
Adenda: só mais uma, está bem? Pronto, aí vai: "Volta Scolari, estás perdoado. E trás o Ricardo, também".
quarta-feira, 10 de setembro de 2008
A bolacha Maria e a lavagem da História
É nos compêndios escolares, é na informação, é no envenenamento da opinião pública que se tenta apagar a memória, branquear o fascismo. A mentira e a omissão são os meios mais usuais, as técnicas mais utilizadas. Encontrei há tempos um aluno do 11º ano que não sabia quem era Álvaro Cunhal. Ao que isto chegou.
Os piores agentes desta situação são gente que abdica da sua própria condição de ser pensante, para agradar ao patrão, para subir na vida, muitas vezes em prejuízo da sua própria dignidade, vivendo mesmo de cócoras.
Esta da bolacha Maria, só mesmo lendo. Aqui.
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Outra vez o Cabedelo
Os terrenos onde estão situadas as instalações desportivas do Desportivo Cova-Gala são muito apetecíveis. Sobre as tramóias que se estavam a preparar já por duas vezes me referi, aqui e aqui.
Não consegui saber quais os patos-bravos que estariam, na sombra, a controlar o processo. Deduzia, claro, mas não chega. Sabe-se, por evidência demasiada, quais os “testas de ferro”. Mas depois de ler este post não restará quaisquer dúvidas. É que o PS, na Câmara, primou com 3 abstenções (dava muito nas vistas votar a favor) a submissão do assunto à Assembleia Municipal e, nesta, a autorização para a alienação em hasta pública dos terrenos que se situam “em cima de duna primária e secundária” teve esta votação: Votos a favor – 20 do PPD, 11 do PS e de 2 independentes; votos contra – os dois da CDU, 1 do PS e um independente.
Acontece que um parecer do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, através do Instituto da Água, considera “que deverão os terrenos em causa manter-se livres de qualquer construção”.
O que não percebo é o papel que os “socialistas” teimam em representar, o de virgens ofendidas. Depois de mais de 16 anos à frente da Câmara, que foi o que se viu, aparecem na oposição como os donos da verdade e, depois, foi a votação que se viu ou as votações que se vão vendo.
Não consegui saber quais os patos-bravos que estariam, na sombra, a controlar o processo. Deduzia, claro, mas não chega. Sabe-se, por evidência demasiada, quais os “testas de ferro”. Mas depois de ler este post não restará quaisquer dúvidas. É que o PS, na Câmara, primou com 3 abstenções (dava muito nas vistas votar a favor) a submissão do assunto à Assembleia Municipal e, nesta, a autorização para a alienação em hasta pública dos terrenos que se situam “em cima de duna primária e secundária” teve esta votação: Votos a favor – 20 do PPD, 11 do PS e de 2 independentes; votos contra – os dois da CDU, 1 do PS e um independente.
Acontece que um parecer do Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e do Desenvolvimento Regional, através do Instituto da Água, considera “que deverão os terrenos em causa manter-se livres de qualquer construção”.
O que não percebo é o papel que os “socialistas” teimam em representar, o de virgens ofendidas. Depois de mais de 16 anos à frente da Câmara, que foi o que se viu, aparecem na oposição como os donos da verdade e, depois, foi a votação que se viu ou as votações que se vão vendo.
segunda-feira, 8 de setembro de 2008
Imagens da Festa
Todos os anos dou uma vista de olhos pela cobertura que a imprensa faz da Festa do Avante!
Notei, este ano, uma pequena mudança importante. Num dos chamados jornais de referência não detectei as mentiras do costume, e as reportagens que li limitaram-se a “reportar” o que eu realmente vi. Talvez tivessem chegado à conclusão que já não dá para fazerem a triste figura do costume e as pessoas, muitas, já conhecem a festa por dentro. Porque só mesmo indo lá se consegue fazer uma ideia do que aquilo é.
Também não sei se algum vereador socialista ou algum blogueiro de direita lá viu algum guerrilheiro das FARC.
Eu não vi. Se o tivesse visto tinha-lhe dado um abraço.
Algumas imagens:
Notei, este ano, uma pequena mudança importante. Num dos chamados jornais de referência não detectei as mentiras do costume, e as reportagens que li limitaram-se a “reportar” o que eu realmente vi. Talvez tivessem chegado à conclusão que já não dá para fazerem a triste figura do costume e as pessoas, muitas, já conhecem a festa por dentro. Porque só mesmo indo lá se consegue fazer uma ideia do que aquilo é.
Também não sei se algum vereador socialista ou algum blogueiro de direita lá viu algum guerrilheiro das FARC.
Eu não vi. Se o tivesse visto tinha-lhe dado um abraço.
Algumas imagens:
modalidades:
Festa do Avante
sexta-feira, 5 de setembro de 2008
Começa hoje a festa, pá
VIAGEM ATRAVÉS DA FESTA
Reivindicamos a alegria.
Reivindicamos as canções de liberdade.
Reinvidicamos a música ordenadora do universo.
Reivindicamos as mãos dadas dos amantes.
Reivindicamos o savor descoberto de todas as coisas.
Reivindicamos as pontes tranquilas.
Reivindicamos a invenção das cidades habitáveis.
Reivindicamos a palavra, o poema, o livro.
Reivindicamos a festa.
Reivindicamos esta arma.
Mário Castrim
(in "Viagens" - edição da Célula dos Trabalhadores Gráficos da Renascença Gráfica/Diário de Lisboa, para a Festa do Avante!/1977)
Reivindicamos a alegria.
Reivindicamos as canções de liberdade.
Reinvidicamos a música ordenadora do universo.
Reivindicamos as mãos dadas dos amantes.
Reivindicamos o savor descoberto de todas as coisas.
Reivindicamos as pontes tranquilas.
Reivindicamos a invenção das cidades habitáveis.
Reivindicamos a palavra, o poema, o livro.
Reivindicamos a festa.
Reivindicamos esta arma.
Mário Castrim
(in "Viagens" - edição da Célula dos Trabalhadores Gráficos da Renascença Gráfica/Diário de Lisboa, para a Festa do Avante!/1977)
Jogos Paraolímpicos
Portugal está representado nos Jogos Paraolímpicos por 35 atletas distribuídos por 7 modalidades: Atletismo, Boccia, Ciclismo, Equitação, Natação, Remo e Vela.
Não sendo importante ganhar medalhas, o certo é que Portugal tem estado num óptimo plano neste capítulo, em edições anteriores. Espera-se, portanto, que os atletas façam o que sempre têm feito: dignificar o país.
Os jogos decorrem de 6 a 17 deste mês.
modalidades:
Jogos Olímpicos
quinta-feira, 4 de setembro de 2008
Sobre a Festa
"Porque é que a Festa do Avante! faz medo?
É muita gente; muita alegria; muita convicção; muito propósito comum. Pode não ser de bom-tom dizê-lo, mas o choque inicial é sempre o mesmo: chiça!, Afinal os comunistas são mais que as mães. E bem dispostos. Porquê tão bem dispostos? O que é que eles sabem que eu ainda não sei?"
"Sabe bem passear no meio de tanta rebeldia. Sabe bem ficar confuso. Todos os portugueses haviam de ir de cinco em cinco anos a uma Festa do Avante!, só para enxotar estereótipos e baralhar ideias. Convinha-nos pensar que os comunas eram um rebanho mas a parecença é mais com um jardim zoológico inteiro. Ali uma zebra, em frente um leão e um flamingo"
"Quando se chega à Festa o que mais impressiona é a falta de paranóia. Ninguém está ansioso, a começar pelos seguranças que nos deixam passar só com um sorriso, sem nos vasculhar as malas ou apalpar as ancas. Em matéria de livre de trânsito, é como voltar aos anos 60.
Só essa ausência de suspeita vale o preço do bilhete."
"Quer se queira quer não (eu não queria), sente-se na Festa do Avante! que está ali uma reserva ecológica de Portugal. Se por acaso falharem os modelos vigentes, poderemos ir buscar as sementes e os enxertos para começar tudo o que é Portugal outra vez."
"É maravilhoso ver o resultado de tanto civismo individual e de tanta competência administrativa. Raios os partam.
Se a Festa do Avante! dá uma pequena ideia de como seria Portugal se mandassem os comunistas, confessemos que não seria nada mau."
É muita gente; muita alegria; muita convicção; muito propósito comum. Pode não ser de bom-tom dizê-lo, mas o choque inicial é sempre o mesmo: chiça!, Afinal os comunistas são mais que as mães. E bem dispostos. Porquê tão bem dispostos? O que é que eles sabem que eu ainda não sei?"
"Sabe bem passear no meio de tanta rebeldia. Sabe bem ficar confuso. Todos os portugueses haviam de ir de cinco em cinco anos a uma Festa do Avante!, só para enxotar estereótipos e baralhar ideias. Convinha-nos pensar que os comunas eram um rebanho mas a parecença é mais com um jardim zoológico inteiro. Ali uma zebra, em frente um leão e um flamingo"
"Quando se chega à Festa o que mais impressiona é a falta de paranóia. Ninguém está ansioso, a começar pelos seguranças que nos deixam passar só com um sorriso, sem nos vasculhar as malas ou apalpar as ancas. Em matéria de livre de trânsito, é como voltar aos anos 60.
Só essa ausência de suspeita vale o preço do bilhete."
"Quer se queira quer não (eu não queria), sente-se na Festa do Avante! que está ali uma reserva ecológica de Portugal. Se por acaso falharem os modelos vigentes, poderemos ir buscar as sementes e os enxertos para começar tudo o que é Portugal outra vez."
"É maravilhoso ver o resultado de tanto civismo individual e de tanta competência administrativa. Raios os partam.
Se a Festa do Avante! dá uma pequena ideia de como seria Portugal se mandassem os comunistas, confessemos que não seria nada mau."
modalidades:
Festa do Avante
quarta-feira, 3 de setembro de 2008
A sabedoria popular na azulejaria
Os azulejos, como elemento decorativo, podem reflectir temas históricos, culturais, sociais, religiosos, mitológicos ou outros. Tudo depende da imaginação, pois até podem ser uma forma de expressão artística.
António Agostinho apresenta-nos uma parede, na Gala, onde os azulejos nos lembram provérbios ou outros ditos populares. O conhecimento empírico, aqui recheado de ironia e boa disposição.
Este, por exemplo, lembra-nos, na desportiva, a luta de classes. Que existiu, que continua a existir, apesar de haver quem nos queira fazer crer que chegamos ao fim da História.
Tem mais aqui.
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