sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Um bom ano???
Seria hora de desejar a todos os visitantes deste humilde blogue um bom ano de 2011. Mas temo que soaria a hipocrisia. Primeiro, porque os tempos são duros.
Segundo, e atendento ao resultado das sondagens para o próximo acto eleitoral bem como à leitura que dele faço, a maioria das pessoas está contente com o que temos, e quererá mais do mesmo..
Vai daí, desejo, mesmo assim, um bom ano a todos.
quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Humoristas há muitos...
E não é só por cá. Ainda ontem vi parte do "debate" entre os dois basbaques representativos do estado a que isto chegou e logo hoje leio isto:
Não há dúvidas, e quem sou eu para duvidar, que Eduardo dos Santos tem tanta piada como os dois engraçados anteriores.
Sou um luso-angolano felicíssimo.
O negócio dos seguros, ou um post a um comentário
É frequente fazerem-se comentários às mensagens (posts) publicadas nos blogues. Será mais raro fazerem-se posts aos comentários. Mas um comentário a uma crónica de Augusto Alberto há uns tempos atrás de um funcionário de uma importante unidade hospitalar, aposentado ao que julgo, é tão assertivo que vale um post.
Isto só para lembrar que o estado social já era. A fascização do regime vai ganhando espaço.
Vamos, então, ao comentário:
"Os seguros de saúde são muito bons se formos saudáveis. Se tiver doença crónica, não cobre; se tiver mais de 65 anos, não cobre; se sofrer duma doença "nova", não cobre. Para que serve?!
Faz-me lembrar o seguro do cão. Se o cão morder, só cobre se for açaimado. Cão açaimado morde???"
Denúncias inconvenientes
Augusto Alberto
Nestes últimos dias dei-me ao trabalho de sistematizar notícias, respigadas aqui e ali, e cheguei à conclusão, que são capazes de dar um singelo texto de denúncia.
Comecemos por Timor: Austrália, Estados Unidos e a ditadura indonésia, parece que se entenderam. Afinal, os abelharucos dos 5 jornalistas, em 1975, não foram vítimas de fogo cruzado, mas de simples fuzilamento. A democrática Austrália embrulhou, repartiu e comeu com os próceres indonésios.
Passemos à belíssima barbi, líder da revolução laranja da Ucrânia. Como é possível uma revolução que mobilizou um autêntico acampamento de tendas e imagens de um enorme movimento colectivo, que as tvs ocidentais, eufóricas, passaram, acabar assim, e ainda por cima, com a lei à perna, porque parece que as mãos da barbi, e amigos, a fazer fé, tal como cá, em tão pouco tempo, se tornaram ligeiras.
A terceira notícia, deveria envergonhar os europeus e americanos que empurraram a Jugoslávia para fabulosos banhos de sangue. Sempre se soube que o presidente eleito do Kosovo, Hashim Thaçi, e os amigos do UÇK, a quem esses ilustres lideres, na ânsia de punir e desmembrar a Sérvia, sem pestanejar, entregaram o Kosovo, são homens implicados no mais negro tráfico de droga e agora, também, com órgãos de prisioneiros sérvios. Parece que atrapalhados, querem passar as mãos por água benta, mas já não vão a tempo, porque em boa e rotinada verdade, todos, sem escolha, deveriam ser postos a ferros.
E por último, os Estados Unidos cederam aos desejos israelitas de construir novos colonatos, ao arrepio de todas as resoluções da ONU e do próprio quarteto constituído pelos Estados Unidos, esta União Europeia, a Rússia e a própria ONU. Quero aqui destoar e dizer que conversa é conversa, porque os E.U. precisam de ali manter o enorme porta-aviões, por razões de geopolítica dos espaços. Se alguma dúvida houver quanto ao interesse americano por esse espaço vital para o império, quero recordar, sobretudo aos ingénuos, que uma das razões para a invasão do Iraque às ordens de Bush e dos amigos do peito e armas foi o famoso road map, ou, em síntese, eliminava-se o Saddam e o poderoso lobby judeu daria de bandeja um estado palestiniano. Um embuste na directa razão, também, dos interesses que tem a ver com a imensa indústria do armamento, do Powell, Rumsfeld, Bush, etc, que são quem sabe destes amáveis negócios da morte. Por isso, o Nobel presidente dos Estados Unidos, de quem se esperava ser capaz de dar inicio a mundo melhor, acaba a fazer o que fizeram os anteriores terroristas. Aliás, como pode o império confiar nos amigos sauditas, que num dado momento podem ser varridos por uma revoada fundamentalista? Como sabemos de fonte segura, fazem difícil jogo de cintura. Manutenção de acordos com o império e por outro lado, financiam os movimentos muçulmanos que combatem os ocidentais.
Assim, o porta-aviões judaico ficará por muitos e bons anos, quer o presidente do império seja Nobel, ou o mais democrático vendedor de armas e fazedor de misérias.
Estas são razões suficientes para queremos a Wikileaks. Porque pelo menos algumas mulheres ficam a saber porque ficam viúvas.
modalidades:
Crónicas em desalinho
quarta-feira, 29 de dezembro de 2010
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
A Eurest na Figueira da Foz
As perfomances anti-sociais e o cariz fascizante do "modus operandi" de algumas (quase todas) empresas, na sua ânsia de obter lucro custe o que custar à dignidade humana, explicam-nos por vezes o conteúdo de algumas teorias. Pelo menos quando não conseguem disfarçar e as suas acções chegam às páginas dos jornais.
A Eurest, que aqui já foi apresentada, também actua na Figueira da Foz.
É a empresa que serve as refeições na escola Secundária Cristina Torres. Em conversa com alguns alunos e ex-alunos daquele estabelecimento escolar ficamos a saber que os serviços da famigerada empresa têm uma qualidade muito abaixo do mínimo exigivel.
E assim, a maioria dos alunos, à excepção de um ou outro, ou os subsidiados, ou seja, os muito pobres que não têm, infelizmente, outro remédio, não utilizam a cantina, servindo-se do bar da escola e dos estabelecimentos de hotelaria que existem nas vizinhanças.
Sabendo-se que a famigerada empresa, como muitas aliás, é bem paga com o dinheiro dos contribuintes, percebe-se melhor a teoria defendida pela direita a que chamam "menos estado".
Com governos de feição é fácil despedir só porque e fazerem-se fortunas à custa de quem trabalha e paga impostos.
O proxenetismo deveria ser considerado crime.
Disse.
modalidades:
Terrorismo,
Trabalho
domingo, 26 de dezembro de 2010
Gamelas
Augusto Alberto
Concluiu o Tribunal de Contas, depois de analisar as medidas anti-crise relativas ao ano de 2009, que de 2,2. mil milhões de euros, 61%, foram destinados ao apoio à banca, 36% para o apoio às empresas e somente 1% foi para o apoio ao emprego. Lidas estas coisas, fica-nos uma dúvida. Que nome deveremos dar a isto? Socialismo em liberdade? Socialismo de rosto humano? Socialismo democrático? Ou 3ª via? Se ninguém sabe, sei eu. Gamela!
Quero aqui dizer que nos tempos em que fui menino, o porco era morto pelo Outono. Depois a carne era salgada e dava para o Inverno que se adivinhava. Mas o reforço da gamela, e a selha com água, era um trabalho duro e árduo. E, por isso, a minha santa mãe, que era uma mulher avisada e esforçada, carregava diariamente latas de lavagem, recolhidas pelas casas das redondezas, para depois de uma escolha, ser lançada na gamela onde os porcos afocinhavam e lambiam até ao fim. Isto era trabalho para muitos meses, com latas vazias para lá e latas cheias para cá. Hoje os porcos familiares quase se extinguiram e as gamelas de madeira passaram à história. Contudo, continuam por ai outras mais prosaicas, porque há uns tipos no ministério das finanças e da economia que, já está … gamela a mim, gamela a ti, e para os muitos milhões que estão em dificuldade, que esperem, porque com os raios, nem gamela têm. E por isso, se deverá dizer com todo o propósito, louvado estado social que enche as benditas gamelas sem a mínima dificuldade.
Henrique Monteiro, director do jornal expresso, disse para quem o quis ouvir, que o cidadão Cavaco Silva recebeu de volta as suas acções, antes colocadas na Sociedade Lusa de Negócios, acrescidas de mais 140%. Mas de seguida, assegurou que tudo foi legítimo. Bem escusava o escriba de nos lembrar, porque qualquer economista da treta, sabe perfeitamente que lucros de 140%, neste tipo de jogos, são perfeitamente legais e sobretudo morais.
Aqui chegado, quero honrar e abençoar a minha mãe e as outras, que nos anos de chumbo, carregaram, avisadas e esforçadas, as latas da lavagem, para encher as gamelas dos porcos, que depois de mortos, limpos, amanhados e salgados, serviam para encher a barriga aos filhos. Mas também honrar as mães do Portugal de hoje, cujos filhos investem em jogos com retorno a 140%, porque esses, são os sabidos filhos da nação. Que mãe não gosta de ter um filho ganhador?
E por fim, acabemos então. Gamelas cheias e as selhas com água limpa, é tudo quanto os porcos desejam.
modalidades:
Crónicas em desalinho
sábado, 25 de dezembro de 2010
Monique van der Vorst
A atleta paraolímpica holandesa, medalha de prata em Pequim, recuperou o andar após mais um acidente.
modalidades:
Jogos Olímpicos
sexta-feira, 24 de dezembro de 2010
Eurest/Cavaco Silva, a mesma luta. Ou um (outro) conto de natal
A Eurest é uma empresa privada do ramo da restauração. Moderna, como não podia deixar de ser, acompanha os tempos: para ela, o lucro é mais importante que a dignidade humana.
Cavaco (bpn) Silva é o presidente da república e candidato a presidente da república. Defende, como não poderia deixar de ser, o género de empresas como a citada, e o tipo de sociedade que elas formatam.
Mas têm vergonha do que são e do que defendem. Tentam disfarçar. Daí as campanhas pelo direito à alimentação em que aparecem juntos. A caridadadezinha, já se vê. Teatro, é o que é.
Patrocinam é este género de contos de natal. Deprimente e ascoroso. Ora leiam:
O país do teatro tide e da casa dos segredos
Augusto Alberto
Pela mão de meu pai, em 1958, fomos até à casa do vizinho ouvir a telefonia, porque era a única na aldeia, para sabermos dos resultados das eleições para a presidência da República. Ainda o sol ia alto e já o locutor de serviço, galhardo, dizia que sua excelência o almirante Tomás, levava avanço e a vitória era certa. Dir-se-à que foi sem espinhas. Engano. As espinhas foram muitas. Entretanto, também a telefonia chegou lá a casa e pela entrada da tarde, logo após o almoço, chegou o teatro radiofónico. Nessa altura, as santas das minhas cunhadas deixavam tudo, muitas vezes a louça na banca e corriam para junto da telefonia para ouvir o romance. Começava sempre com três batidas, talvez no tampo da secretária do locutor, que de seguida, esticava a voz e dizia: - teatro tide. Era a paz feita de modorra, pobreza e embrutecimento.
Nessa pequenez, para além do teatro tide, cabiam os romances de faca e alguidar da Corin Tellado. Foi o País de meia dúzia de famílias, que mandavam como queriam e por isso, a classe média de que hoje se diz que prefere estar sossegada a mexer-se, quase não existia. E hoje, que dou um salto no tempo e puxo pelas minhas memórias, parece-me que vejo algo semelhante.
No dia 23/1/2011, se me encostar à telefonia cá de casa, talvez ouça o locutor de serviço de novo, galhardo, dizer, ainda antes do sol raiar, que Cavaco Silva leva vantagem e a vitória é certa e sem espinhas. E depois mais à noite, agora não na telefonia, mas na caixa que nos mostra o mundo a ver coisa semelhante ao teatro tide, a casa dos segredos, na vã esperança de ver uma cena de amor. Mas se passarmos pelo café, para a bica da noite, chegará até nós, não os romances de Corin Tellado, mas a revista “hola”, que mostra reis e rainhas, príncipes e princesas, famosos de todo o modo, como jogadores da bola, paneleiros desavindos e pobres de espírito metidos a besta. E ainda, esse integro e ínclito jornal, o Correio da Manhã que nos traz o País do mata e esfola e fotografias de gajas boas. Esta sim, uma novidade, porque nos tempos do Américo Tomás, ai dos impúdicos! Essas coisas eram feitas a ouvir suaves sons, no recato das garagens, onde os filhos da gente fina, abriam a braguilha e puxavam a mão da menina, sussurrando ao ouvido, toma lá amendoins, até se chegar, por tentativa, aos bailes da gravatinha.
O país de hoje tem estradas, que em 58 não tinha, a TV que então não existia e por isso deixou de se ouvir o teatro tide. Os livrinhos da Corin Tellado são uma recordação e os meninos de todo o tipo de famílias, agora, vagueiam pela noite, em lugares às vezes perigosos e de democráticas bebedeiras. Contudo, este mesmo povo, apesar de tantas mudanças, é incapaz de dizer basta e dar um coice. Mantem a mesma pobreza material e cultural. Continua mula de carga ao serviço, desta feita, dos muitos meliantes de 5 estrelas, que por ai cresceram.
Vou ver se me consigo ainda lembrar se o natal e a passagem de ano de 58/59, é mais ao menos igual ao natal e à passagem de ano de 2010/2011. Depois conto.
Até lá, votos de bom ano.
modalidades:
Crónicas em desalinho
quinta-feira, 23 de dezembro de 2010
Mensagem do Natal
A vida não pertence a este ou àquele,
não pertence a ninguém, ela é de todos;
os engenhos de morte pertencem a este ou àquele,
e matando e destruindo e aniquilando,
são a vontade deste ou daquele
de matar, de destruir, de aniquilar
a vida da qual não são os donos.
Olha o mapa e os caminhos,
os caminhos que vêm de toda a parte:
que frémito trespassa os corações,
que barreira de mãos erguidas em protesto,
que vozes roucas de gritar
não, não, não...
não queremos guerra a dividir os homens!
Lília da Fonseca (poetisa angolana, 1916-1991)
não pertence a ninguém, ela é de todos;
os engenhos de morte pertencem a este ou àquele,
e matando e destruindo e aniquilando,
são a vontade deste ou daquele
de matar, de destruir, de aniquilar
a vida da qual não são os donos.
Olha o mapa e os caminhos,
os caminhos que vêm de toda a parte:
que frémito trespassa os corações,
que barreira de mãos erguidas em protesto,
que vozes roucas de gritar
não, não, não...
não queremos guerra a dividir os homens!
Lília da Fonseca (poetisa angolana, 1916-1991)
Não é, rapazes neo-liberais?
Augusto Alberto
Se dúvida houvesse quanto à pertinência do estado social, elas ficaram amplamente desfeitas com o debate entre Francisco Lopes e Cavaco Silva. Ah, sim! Que não reste a mínima dúvida.
Pode ser uma mama que alimenta os avençados do regime, por ora muito caladinhos, porque no calado é que vai o ganho, como os doutores Freitas do Amaral ou António Vitorino, por exemplo. Ou o modo como o estado, através da Caixa ou do orçamento da nação, que somos nós, vai a correr salvar um banco que foi roubado por gatunos de colarinho branco, amigos do presidente, aliás, de quem se diz ter ganho também uns cobres em momento oportuno, por ter sido avisado a tempo.
A história do “bpn” e do “sln” é por demais conhecida, contudo, fica sempre bem lembrar quem são e o que fazem os ladrões, postos ontem a nu com toda a clareza. São marginais com casa em condomínio fechado, alguns na quinta da Marinha. Que se fazem deslocar em carros de topo e que consomem em restaurantes referenciados no guia Michelin. Por isso, são marginais de 5 estrelas, conselheiros de estado, gestores da banca e de mil grandes empresas, com lugar cativo no teatro da ópera da capital, onde afinal dormem os marginais sem nenhuma estrela, enrolados em caixas de cartão, tendo por tecto a sacada do teatro, ao contrário dos de 5 estrelas, sem que o estado social lá chegue. Nas noites carregadas de frio e chuva, recebem, por caridade, a visita das muitas legiões da boa vontade, que lhes levam um cobertor, um prato de sopa quente, um pãozinho com manteiga e um café, para aconchego. E já na noite do próximo dia 24 receberão uma fatia de bolo-rei com frutinha cristalizada polvilhada de farinha muito branca, um mimo, como convém nesta quadra de amor e paz. Vejam as tv’s na noite de consoada, para que não restem dúvidas.
Estes marginais não se socorrem dos meios do b.a.c.f. (banco alimentar contra a fome). Porque o marginal de 5 estrelas tem, antes, a prioridade de roubar quem neles confia, pelo voto ou pelo cash, e feitos sacanas, ainda tem tempo e lata para enviar uns cartuchinhos de arroz ou açúcar para os armazéns da Isabelinha, porque a caridadezinha e água benta sempre ajudam à pureza da alma. E os que não têm nenhuma estrela, esses, já nem força têm para lá chegar.
No debate de ontem, o presidente Cavaco mostrou porque é um sujeito hirto. Porque posto perante os factos, não gostou de ser associado a marginais de 5 estrelas, que são quem paga a sua campanha. Mas não tem modo de fugir. Ele é um deles. Há um velho ditado que diz: “Quem não quer ser lobo não lhe veste a pele”.
Entretanto, logo após, veio a corte de opinadores do regime, bem pagos, mais uma vez, dizer que afinal aquilo foi um empate, salvando o Cavaco ao soar do gong. Por isso é meu desejo aqui dizer que estas corjas de comentadores também não passam de uns empatas, porque não montam nem deixam montar, mas que com esse seu jeito, dão um sério contributo para que esses marginais de 5 estrelas nos estejam permanentemente a cobrir.
Estamos no reino comandado pela corja, por isso bom povo português, o que mais falta te faz, antes de tudo, é um pouco de tino, capaz de te ajudar a sair deste estado físico lamentável a que chegaste, por culpa tua também, porque acreditaste que com estes marginais de 5 estrelas ao leme serias feliz. Mas prepara-te, porque a procissão só agora começou a andar e nem as estararolas ainda se ouvem.
Não é, rapazes neo-liberais?
modalidades:
Crónicas em desalinho
quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
SUO Vais sempre a somar
Os atletas Sérgio Cruz e João Dias da Sociedade União Operária bateram os records nacionais, na categoria de infantis, de Salto em Altura e Lançamento de Peso, respectivamente. Aconteceu no passado dia 18, em Pombal, no Torneio de Natal.
Sérgio Cruz (na imagem), 13 anos, estudante da Escola Mário Augusto, nas Alhadas, praticante de atletismo há cerca de 4 anos, tinha como melhor marca pessoal 1,65 metros, tendo fixado agora o record em 1,80, antes de ter falhado os 3 ensaios com a fasquia a 1,82.
João Dias ultrapassou por duas vezes o record anterior ao lançar o peso a 14,65 metros e fixando o record em 15,50 metros.
Uma atleta veterana também bateu um record nacional da categoria, o que, na contabilidade da modesta colectividade dos Vais já se creditam, este ano, 3 títulos nacionais, 3 records nacionais e 8 records distritais. Isto num universo de 20 atletas (5 infantis, 3 iniciados, 4 juvenis, 2 juniores, 2 sub-23 e 4 veteranos).
Parabéns aos atletas. Mas nunca é demais realçar o excelente trabalho que há anos o professor Fonseca Antunes vem desenvolvendo.
modalidades:
Atletismo,
SUO (Vais)
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
A Europa vista de mais ao Sul
O escritor angolano Pepetela escreve na sua crónica da edição deste mês da revista “África21” que Berlim é a capital da Europa. Até aqui, tudo pacífico. Será até uma verdade de La Pallice. Mas o criador do detective Jaime Bunda acrescenta que os europeus ainda não sabem. Aqui discordo. Toda a gente sabe, os culpados, aqueles que ganham com isso. E os outros. Os que não têm capacidade de indignação. Da intelectualidade ou da imprensa estamos simplesmente conversados. Tudo finge. Tudo está em boas mãos.
Sobre a União Europeia Pepetela tem uma ideia nunca desenvolvida por aqui, refletindo embora o que realmente se passa e sente:
“De facto não há nenhuma unidade europeia, pois esta tem de se basear na solidariedade, que é coisa esquecida pelos europeus há séculos. Bastou a Grécia tremer financeiramente, para o dedo ser apontado aos países do sul da Europa, despesistas e incapazes de moderarem a sua apetência por ficarem de pança para o ar.”
(…) Nós, os do chamado Terceiro Mundo, não nos admiramos com essa atitude, conhecêmo-la há séculos. Os europeus é que esqueceram o seu próprio egoísmo, confiados na unidade de fachada. Só agora reparam que não têm defesa, adormecidos à sombra do guarda-chuva norte-americano, que não são uma união, mas um conglomerado de nações rivais, que nem sequer têm uma politica financeira comum e se atrasam economicamente. E que, se não se acautelarem, vão depender, como nós, do FMI.”
Bem, deixando-nos de coisas tristes, e passando à literatura, vou inventar: “O senhor Bunda carece de ir lá nos Portuga. Aqueles caso do friporte, do bpn, dos sucata, ele resorvia tudo.”
A "Aldeia Olimpica" na "Outra Margem"
António Agostinho, do blogue "Outra Margem" na sua rúbrica "Pelos blogues do concelho..." ao referir-se ontem ao "Aldeia Olimpica" recordou os nossos começos no jornalismo e a equipa inesquecível que integrei no semanário "Barca Nova". Ele, Zé Martins, Pedro Biscaia e, a espaços, Joaquim Namorado, de quem nunca conhecemos, felizmente digo eu, o feitio irrascível que lhe era apontado. A nossa sorte em sermos, na altura, jovens. E eram tempos em que eram válidas todas as esperanças.
Um abração, Agostinho.
modalidades:
Outra Margem
sábado, 18 de dezembro de 2010
Quanto tempo mais vamos aturar isto?
É insuportável ouvir as mensagens de natal dos políticos da situação. Onde a hipocrisia assume contornos, arrepiantes, do mais puro terrorismo. E que manifesta uma falta de vergonha completa.
Quanto tempo mais vamos aturar isto, estes nojos?
A resposta está em nós próprios.
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
A mentira como "état d'ame"
Encontrar um “xuxa” (ou “robalete” em designação mais recente referenciando o “socialista” Armando Vara) que não vá para o governo para ignorar os interesses da nação e se safar à grande e à`”ps” deve ser tão difícil como encontrar uma agulha num palheiro.
Estas declarações de José Sócrates, que reproduzo abaixo, numa entrevista à revista DNA, em 16 de Setembro de 2000 estão ao nível da criação dos 150.000 empregos, dos voos da CIA que não passaram por cá, ou da diminuição da taxa de desemprego (8,3%, um escândalo, como considerou o competentíssimo engenheiro e futuro “competentíssimo” e talentoso primeiro-ministro).
Mas nestas declarações, se repararem bem, o leader dos “socialistas” diz uma verdade. Mas não a diz sem querer ou por distracção. Estava mesmo convencido que estava a mentir, quando disse que não tem talento para chefe do governo.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
2010. A mitra aí de volta!
Augusto Alberto
-“Mãe, tenho fome”.
-“Pára menino...”
A conversa continuou a correr entre a mãe e a professora, para se remediar o absurdo de um filho de uma mãe, também já esquálida, ter ido para a escola com fome. Esta história é verdadeira e foi-me contada pela professora de uma escola primária do Portugal profundo. Histórias como estas, borbotam por aí e é de tal monta que os padres, que são os melhores guardadores de segredos, dizem que vão doar um salário para matar a fome ao seu rebanho. É certo que a caridade coloca a Igreja como peixe na água, mas também ela reconhece que a caridade é só um paliativo para que se não morra de imediato.
Entretanto, é muito elucidativo do estado de alma mas sobretudo do estado físico a que a pátria está a chegar, a decisão que levou a Associação de Hotelaria, Restaurantes e Similares de Portugal, a montar um esquema de pão e sopas, a mitra aí de volta com o palerma e incapaz do Presidente a abençoá-la, capaz de dar alguma solução à muita fome envergonhada, que para ai vai. Não sei como se mata a fome envergonhada, porque fome é fome, mas imagino que um fulano habituado a consumir com algum glamour, agora a cambalear, de algum modo terá de manter as aparências, para não falar dos que nunca tiveram aparência nenhuma. Esta é uma solução que revela um quadro de grande depressão, como há dias verifiquei, casualmente, quando assisti por acaso a uma longa conversa, num espaço público entre duas pessoas amigas. Dizia uma, que o filho de um amigo comum, bem da vida, com família lindíssima e estável, bom emprego, casa e carro de topo, de uma penada, amarinha pelo desemprego, deixando o pai completamente deprimido, porque as coisas tornaram-se violentíssimas e sem aviso prévio. Uma merda, disse o outro. De certo, este cidadão, como tantos outros, que ficou desempregado e que antes estava de bem com a vida e a barriga, só pode ser da classe do meio, o tal centrão, de quem se diz que do ponto de vista eleitoral gosta pouco de aventuras e por isso nunca se mexe. Certo é que tudo é tão rápido, que está a deixar rebuscados neoliberais, deprimidos e sem vontade de vir à luta, mas como parece, com vontade de ir à sopa e ao pão contra a fome envergonhada. Pois é! Estamos num fenómeno em que gente mais ou menos “pipi”, nem sequer teve tempo de se proletarizar, passou logo de imediato à condição de pobreza. É a vida! Confiem que está chegada a hora de provar das belezas do impiedoso capitalismo selvagem, que se está cagando para as aflições dos outros, mesmo dos que nunca se mexem.
È bem certo que o sistema, de que o presidente, o Passos e o Socrátes, são só peões de brega, sempre pareceu incapaz de lhes montar qualquer ratoeira, mas cuidem-se, porque ainda a procissão está a sair do adro.
modalidades:
Crónicas em desalinho
Recebido por e-mail
Um hipotético diálogo entre o estado a que isto chegou e um dos responsáveis pelo referido estado. Refiro-me ao contribuinte, pois todos eles, os contribuintes, são eleitores.
Divertido, mas também com um certo toque de realismo. Mas também dá para nos consciencializarmo-nos.
Ora leiam:
Contribuinte: Gostava de comprar um carro.
Estado: Muito bem. Faça o favor de escolher.
Contribuinte: Já escolhi. Tenho que pagar alguma coisa?
Estado: Sim. Imposto sobre Automóveis (ISV) e Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)
Contribuinte: Ah… Só isso.
Estado: … e uma coisinha para o pôr a circular. O selo.
Contribuinte: Ah!..
Estado: … e mais uma coisinha na gasolina necessária para que o carro efectivamente circule. O ISP.
Contribuinte: Mas… sem gasolina eu não circulo.
Estado: Eu sei.
Contribuinte: … Mas eu já pago para circular…
Estado: Claro!..
Contribuinte: Então… vai cobrar-me pelo valor da gasolina?
Estado: Também. Mas isso é o IVA. O ISP é outra coisa diferente.
Contribuinte: Diferente?!
Estado: Muito. O ISP é porque a gasolina existe.
Contribuinte: … Porque existe?!
Estado: Há muitos milhões de anos os dinossauros e o carvão fizeram petróleo. E você paga.
Contribuinte: … Só isso?
Estado: Só. Mas não julgue que pode deixar o carro assim como quer.
Contribuinte: Como assim?!
Estado: Tem que pagar para o estacionar.
Contribuinte: … Para o estacionar?
Estado: Exacto.
Contribuinte: Portanto, pago para andar e pago para estar parado?
Estado: Não. Se quiser mesmo andar com o carro precisa de pagar seguro.
Contribuinte: Então pago para circular, pago para conseguir circular e
pago por estar parado.
Estado: Sim. Nós não estamos aqui para enganar ninguém. O carro é novo?
Contribuinte: Novo?
Estado: É que se não for novo tem que pagar para vermos se ele está em condições de andar por aí.
Contribuinte: Pago para você ver se pode cobrar?
Estado: Claro. Acha que isso é de borla? Só há mais uma coisinha…
Contribuinte: …Mais uma coisinha?
Estado: Para circular em auto-estradas
Contribuinte: Mas… mas eu já pago imposto de circulação.
Estado: Pois. Mas esta é uma circulação diferente.
Contribuinte: … Diferente?
Estado: Sim. Muito diferente. É só para quem quiser.
Contribuinte: Só mais isso?
Estado: Sim. Só mais isso.
Contribuinte: E acabou?
Estado: Sim. Depois de pagar os 25 euros, acabou.
Contribuinte: Quais 25 euros?!
Estado: Os 25 euros que custa pagar para andar nas auto-estradas.
Contribuinte: Mas não disse que as auto-estradas eram só para quem quisesse?
Estado: Sim. Mas todos pagam os 25 euros.
Contribuinte: Quais 25 euros?
Estado: Os 25 euros é quanto custa o chip.
Contribuinte: … Custa o quê?
Estado: Pagar o chip. Para poder pagar.
Contribuinte:: Não percebi…
Estado: Sim. Pagar custa 25 euros.
Contribuinte: Pagar custa 25 euros?
Estado: Sim. Paga 25 euros para pagar.
Contribuinte: Mas eu não vou circular nas auto-estradas.
Estado: Imagine que um dia quer? tem que pagar.
Contribuinte: Tenho que pagar para pagar porque um dia posso querer?
Estado: Exactamente. Você paga para pagar o que um dia pode querer.
Contribuinte: E se eu não quiser?
Estado: Paga multa!
Tristeza!
Divertido, mas também com um certo toque de realismo. Mas também dá para nos consciencializarmo-nos.
Ora leiam:
Contribuinte: Gostava de comprar um carro.
Estado: Muito bem. Faça o favor de escolher.
Contribuinte: Já escolhi. Tenho que pagar alguma coisa?
Estado: Sim. Imposto sobre Automóveis (ISV) e Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)
Contribuinte: Ah… Só isso.
Estado: … e uma coisinha para o pôr a circular. O selo.
Contribuinte: Ah!..
Estado: … e mais uma coisinha na gasolina necessária para que o carro efectivamente circule. O ISP.
Contribuinte: Mas… sem gasolina eu não circulo.
Estado: Eu sei.
Contribuinte: … Mas eu já pago para circular…
Estado: Claro!..
Contribuinte: Então… vai cobrar-me pelo valor da gasolina?
Estado: Também. Mas isso é o IVA. O ISP é outra coisa diferente.
Contribuinte: Diferente?!
Estado: Muito. O ISP é porque a gasolina existe.
Contribuinte: … Porque existe?!
Estado: Há muitos milhões de anos os dinossauros e o carvão fizeram petróleo. E você paga.
Contribuinte: … Só isso?
Estado: Só. Mas não julgue que pode deixar o carro assim como quer.
Contribuinte: Como assim?!
Estado: Tem que pagar para o estacionar.
Contribuinte: … Para o estacionar?
Estado: Exacto.
Contribuinte: Portanto, pago para andar e pago para estar parado?
Estado: Não. Se quiser mesmo andar com o carro precisa de pagar seguro.
Contribuinte: Então pago para circular, pago para conseguir circular e
pago por estar parado.
Estado: Sim. Nós não estamos aqui para enganar ninguém. O carro é novo?
Contribuinte: Novo?
Estado: É que se não for novo tem que pagar para vermos se ele está em condições de andar por aí.
Contribuinte: Pago para você ver se pode cobrar?
Estado: Claro. Acha que isso é de borla? Só há mais uma coisinha…
Contribuinte: …Mais uma coisinha?
Estado: Para circular em auto-estradas
Contribuinte: Mas… mas eu já pago imposto de circulação.
Estado: Pois. Mas esta é uma circulação diferente.
Contribuinte: … Diferente?
Estado: Sim. Muito diferente. É só para quem quiser.
Contribuinte: Só mais isso?
Estado: Sim. Só mais isso.
Contribuinte: E acabou?
Estado: Sim. Depois de pagar os 25 euros, acabou.
Contribuinte: Quais 25 euros?!
Estado: Os 25 euros que custa pagar para andar nas auto-estradas.
Contribuinte: Mas não disse que as auto-estradas eram só para quem quisesse?
Estado: Sim. Mas todos pagam os 25 euros.
Contribuinte: Quais 25 euros?
Estado: Os 25 euros é quanto custa o chip.
Contribuinte: … Custa o quê?
Estado: Pagar o chip. Para poder pagar.
Contribuinte:: Não percebi…
Estado: Sim. Pagar custa 25 euros.
Contribuinte: Pagar custa 25 euros?
Estado: Sim. Paga 25 euros para pagar.
Contribuinte: Mas eu não vou circular nas auto-estradas.
Estado: Imagine que um dia quer? tem que pagar.
Contribuinte: Tenho que pagar para pagar porque um dia posso querer?
Estado: Exactamente. Você paga para pagar o que um dia pode querer.
Contribuinte: E se eu não quiser?
Estado: Paga multa!
Tristeza!
sábado, 11 de dezembro de 2010
Falta de memória... ou...
Esta gaffe, se o será, há-de passar despercebida, pois já não é a primeira nem a segunda com que o candidato Silva nos presenteia. Com o desplante que lhe é característico, e mesmo sem se rir, o homem diz que “devemos ter vergonha de haver fome em Portugal”.
É preciso muita cara de pau para afirmar tamanha atoarda. Ou deve ser completamente desmemoriado. Ao ponto de se ter esquecido que é o político que mais tempo tem estado no poder após o 25 de Abril. Será até o segundo, em tempo, logo a seguir ao ditador de Santa Comba. Sem conferir o tempo do “antes” em que Silva até esteve bem enquadrado, no “após” foi ministro das Finanças, não me recordo quanto tempo, primeiro-ministro durante dez longos anos, com o lema, se se recordam, “vou tirar Portugal da cauda da Europa”. Ainda hoje não percebo sob que prisma ele declarou tal. E 5 fastidiosos anos como presidente da república.
Não acredito que um dos homens que mais contribuiu para o estado actual do país venha dizer aquilo de ânimo leve, a menos que estejamos em campanha eleitoral.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Como no filme de Kazan
Augusto Alberto
Com “Há lodo no cais”, Elia Kazan (que foi perseguido pelo mccartismo e de seguida, tremente, passou a delator) construiu uma fita, verdadeira obra prima, sobre os critérios usados por um gangster, com vista ao controle de cargas e descargas de um porto, ainda por cima com música de um extraordinário compositor e regente, Leonard Berstein, que percebeu como ninguém, que o melhor meio para divulgar a grande musica, era a TV, ao gravar no Carnegie Hall, um longo conjunto de sessões de divulgação, com o genérico nome de concerto para jovem, que em definitivo, marcou o meu gosto musical.
Nestes tempos de grande luta ideológica, apesar de uns tantos crentes terem decretado o fim das ideias e da luta de classes, não posso passar sem chamar aqui outras sequelas de “Há lodo no cais”.
Sabemos de modo seguro que no Partido Socialista, como também no Partido Social-democrata, o lodo se espalha de um modo teimoso, que só não vê, quem anda absolutamente tapado. Quem não se lembra do deputado Preto, no PSD, comprar votos, pagos em “cash”, logo ali e sem delongas? E agora a revista “Sábado” e a respeitável TVI, que foi da Igreja, a fazer barba e cabelo ao Partido Socialista, revelando provas do enormíssimo cambalacho eleitoral, para as suas distritais. No tempo de Salazar e de Tomás, a gente chamava chapeladas a estas coisas. Pois é de chapeladas à boa moda fascista, que a “democracia” vive tanto no PPD como no Partido Socialista.
Mas o lodo é em tanta abundância que soubemos há dias que no Partido Socialista, o seu líder parlamentar Assis jogou o seu futuro numa votação em que os seus pares foram obrigados ao voto por braço no ar. Quero já aqui deixar claro, como interessado, que o modo como essa votação foi feita, foi uma redonda canalhice. E porquê? Porque durante anos, lembra-se, os comunistas foram acusados de comer criancinhas e de passar os velhinhos com uma injecção atrás da orelha, ao deitar, para a coisa ser mais suave. Mas a mais safada desconsideração foi a acusação de que os comunistas utilizavam o mais vil instrumento de votação antidemocrática, o braço no ar, para que por esse meio, fossem apanhados e punidos os que tivessem a coragem de desafinar. Aliás, para suprema punição, foi aprovada lei que obriga a votação por urna, para que desse modo, os “impolutos” comunistas que quisessem destoar, o pudessem fazer sem receio de punição. Acontece que o deputado Assis mais os seus pares, desrespeitaram a lei que os próprios prepararam. Desse modo, comportaram-se como gente pérfida. Se tivessem um pingo de vergonha, chamariam a si, isso sim, o anátema que lançaram sobre os comunistas, porque, afinal, parece que de respeito sabem os comunistas.
A questão suprema, é saber como muita gente séria embarcou nestas moscambilhas e como pode o povo suportar esta gente, que só descobre a democracia se ela se fizer na direcção dos seus umbigos, e que nas curvas mais apertadas se comportam como verdadeiros canalhas.
Será que esta gente se acha no direito de considerar, quem vive do trabalho mísero e escravo e de reformas, que são paliativos para evitar que morramos de um só assopro, e todos os que teimam em dizer-lhes não, como os seus estivadores a quem sugam o sangue e o suor nos cais, que como gansgters dirigem, como no filme de Kazan?
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Crónicas em desalinho
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
Revisitando La Pallice
Fica bem ao candidato Alegre querer dividir as responsabilidades pela situação do país. Mas faz lembrar uma tirada do célebre militar francês, lá isso faz. Pois, como é óbvio, não haverá quem não saiba que o país, desde há 34 anos a esta parte, é governado pelo seu partido e pelo partido do candidato Silva. Ora à vez, ora os dois juntos, que a alternância é democrática.
Revela também o candidato Alegre uma indecente falta de solidariedade, pois também é do conhecimento público que foi o partido do candidato Silva que cozinhou com o seu o orçamento que agrava a situação.
Depois, também à sucapa, tem o desplante de gozar com a nossa cara: sobre a mega fuga ao fisco dos seus “digníssimos patrões” acusa o candidato Silva de não se ter preocupado. Quando é que ele e o seu partido se preocuparam? Ou, então assim já percebo, o candidato Alegre “deve de” sofrer de miopia e não consegue ver que o seu partido está no governo.
Mais deprimente ainda, dá a ideia que o candidato Alegre passa um atestado de atraso mental aos seus correligionários do governo, quando quer dar a entender que o governo governa mal porque o candidato Silva, na qualidade de presidente da república, os deixou governar.
Como toda a gente sabe os “socialistas” lá vão governando como querem e lhes apetece, e, quando têm umas dificuldadezitas o PSD nunca os deixou desamparados.
O que eu pagava para ouvir, ou ouver, era o candidato Alegre comentar o facto do “ps” querer regredir a situação social ao ano 1904 do século passado. Isso sim, era de candidato.
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
A revoada
Augusto Alberto
Há dias ouvi um colossal desabafo de um homem habituado a duras batalhas, num daqueles programas vespertinos que passam diariamente na TV. Aqueles onde as pessoas desabafam sobre o que lhes vai na alma. E este homem, pela forma como se expressou, não deixou dúvidas. Além de estar cheio, também sabe o que quer. Agucei o ouvido à voz farta da choldra, que deixou no ar um mau presságio. A “cachopa” de serviço mais o seu convidado, um daqueles economistas com mente brilhante, que tem contribuído para comermos o pão que o diabo amassou, ficaram vivamente incomodados, porque no fundo, quem sabe? E o que disse esse lúcido homem? Está a chegar o dia em que as coisas vão suceder como sucederam com Luís XVI, que deixou o povo enrolado na fome e na descrença, porque foi incapaz de chocar com os interesses do clero e da nobreza. Uma coisa saída assim a frio e de rompante, só podia gelar quem estava a conduzir o programa, confiante que o povo dos atavismos, não será capaz de dar um pinote. Continuará pobre e alegre.
Há dias ouvi um colossal desabafo de um homem habituado a duras batalhas, num daqueles programas vespertinos que passam diariamente na TV. Aqueles onde as pessoas desabafam sobre o que lhes vai na alma. E este homem, pela forma como se expressou, não deixou dúvidas. Além de estar cheio, também sabe o que quer. Agucei o ouvido à voz farta da choldra, que deixou no ar um mau presságio. A “cachopa” de serviço mais o seu convidado, um daqueles economistas com mente brilhante, que tem contribuído para comermos o pão que o diabo amassou, ficaram vivamente incomodados, porque no fundo, quem sabe? E o que disse esse lúcido homem? Está a chegar o dia em que as coisas vão suceder como sucederam com Luís XVI, que deixou o povo enrolado na fome e na descrença, porque foi incapaz de chocar com os interesses do clero e da nobreza. Uma coisa saída assim a frio e de rompante, só podia gelar quem estava a conduzir o programa, confiante que o povo dos atavismos, não será capaz de dar um pinote. Continuará pobre e alegre.
Mas é bom que as “cachopas” de serviço se habituem, e os economistas aprendam bem a tabuada, porque as coisas estão de encher, e de volta e meia, alguém, até sermos muitos mais, vai destoando no país que parece do faz de conta.
Como se sabe, a Luís XVI, a cabeça foi posta debaixo da guilhotina e as massas vieram à rua. Sabemos de ciência feita que a choldra tem horror às revoadas. Mas de qualquer modo que se cuidem aqueles que têm espalhado o mal e a caruma, porque quem sabe? Às vezes, por detrás de uma fraca moita, salta um bom coelho. Imaginemos um inesperado movimento social, crescido assim de rompante e a passar por entre os dedos da choldra? Ainda há pouco comemoramos o 1º de Novembro de 1640, e já nessa altura se dizia que o povo era manso, mas depois a cabeça de um tal de vasconcellos foi atirada para a rua, até ser roída pelos cães. E noutra ocasião, sem se saber como, saiu à rua o inesperado e descontrolado Buiça. De todo o modo, até lá, questões importantes se colocam, para que não haja enganos. Quem será o nosso Luís XVI, e depois, pior do que a cabeça da corte, é a choldra, que rodopia sem cessar à conta do orçamento, avençada e opinadora. Sempre ficam ainda a faltar duas questões fundamentais. Sabe-se que a corte é feita também de belas e etéreas mulheres. E em corte que se preze, não há uma, nem duas, são muitas mais. E então, outra pergunta se coloca: a de saber quem fará de Maria Antonieta?
E para acabar, fica a mais preciosa. E depois o que fazer?
Calma, porque estamos ainda, aqui, no texto da utopia, para já. Por isso, nada de alarmismos.
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Crónicas em desalinho
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
O prédio "CUCA"
Quase um ex-libris de Luanda, o prédio “cuca”, assim chamado devido à publicidade que sempre ostentou à famosa cerveja angolana vai ser demolido. Datado do princípio dos anos 70 do século passado, o edifício, de 12 andares, começou a apresentar preocupantes fissuras, pelo que foi evacuado.
Falta apurar, mas ao que se julga, este descalabro é um efeito colateral da demolição, esta propositada, do famoso mercado kinaxixe. Pensa-se que foi provocado por escavações na zona onde este se situava.
domingo, 5 de dezembro de 2010
Ele há coisas extraordinárias...
Esta, como o próprio lambão do Bava reconhece, também o é.
Uma extraordinária fuga ao fisco. Mais extraordinária ainda, porque legal. Com o beneplácito do governo eleito democráticamente.
Logo, é uma fuga ao fisco democrática...
A feira do livro usado do “Tubo”
Interessante a iniciativa do Tubo de Ensaio em organizar a Feira do Livro Usado, como já tínhamos dado nota.
Interessante em si mesma, foi também, pode-se dizer, um sucesso. Ao ponto dos seus responsáveis estarem a pensar repeti-la.
Pode-se encontrar, e adquirir, verdadeiras raridades, quer queirosianas quer camilianas, entre outras como é óbvio. Como esta, cuja capa reproduzo abaixo. A obra de Rui Mateus foi editada em 1996, teve nesse mesmo ano 3 edições. As únicas, segundo penso. Está há muito esgotada, embora julgue que seria sempre importante uma reedição. Uma obra crucial para a compreensão dos últimos anos da vida nacional. A sua leitura faria, certamente, muito boa gente mudar o seu sentido de voto, ou seja, torna-lo mais lúcido, mais coerente, pois descobriria que tem andado a votar enganado e às cegas.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
A rataria está um pouco baralhada
Augusto Alberto
Vai grande agitação nas chancelarias do mundo, porque o australiano decidiu por ao léu aquilo que os chanceleres americanos queriam que fosse privado. Assange, que parece gostar de suecas altas e louras, aliás bem alinhado com um tal presidente Clinton, sabido na arte do saxofone, de tal modo que conseguiu pôr a bela e redonda Mónica a soprar e ainda por cima sem palheta. Apesar de tamanho feito e assopro, não consta que a Clinton tenha ocorrido a policia nem sequer leve impedimento. Não se percebe porque vêm a terreiro moralistas e puritanos, mais os rapazes de serviço na Interpol. Só se entende tamanho puritanismo por razões que estão ligadas às enormes dores porque passa o império mais os lacaios de serviço.
Não sei o que move Assange, mas sei que aqueles que julgavam que tudo isto era democracia, ficaram muito atordoados, porque afinal muito do jogo diplomático é feito de lodo, traições e capitulações. Não é por acaso que muitas das puritanas e democratas vozes se recolheram na esperança de melhores dias. Virão com certeza, porque estamos bem longe do fim deste mundo lodacento, porque os que o fazem e dirigem tem ainda muito espaço e meios para manobrar. Além do mais, o império ainda está rijo e vai demorar tempo a escangalhar-se. Mas no dia em que o império se escangalhar, será o fim de muito fraco sacana. De todo o modo, o abalo é sofrido, porque afinal ficamos a saber que a gritaria acerca do famoso eixo do mal, que incluía, pasme-se, Cuba, que coitada, está mais preocupada em saber como ultrapassar dificuldades, do que em dedicar-se ao mal, foi durante décadas um embuste.
Os bons e pequenos democratas não gostam destas coisas, bem sabemos, mas lembro que as coisas começam a ficar preto no branco. Que afinal, o eixo do mal tem centro na casa branca. Que muitos dos vassalos desse eixo do mal, deveriam estar neste momento a ferros pelos muitos males que tem feito ao mundo. Que o mundo é devorado pela vadiagem financeira, e nesta matéria nem o Vaticano sai limpo. Não nos esquecemos que a agiotagem, a máfia e o terrorismo político passaram pelo instituto das ordens religiosas, mais conhecido pelo banco do Vaticano, que foi dirigido por outro eminente americano, o arcebispo Paul Marcinkus. Que finalmente, os famosos mercados, são, nem mais, do que a merda dos agiotas que os governos de serviço apaparicam.
E, para acabar este simples texto, sempre quero lembrar que por cá alguma rataria menor exigiu, em tempos, talvez para nos iluminar com novas fogueiras, que os arquivos do Partido Comunista Português, fossem tornados públicos, nem que fosse pela força. Olaré! E agora como será?
A rataria meio baralhada descansará destes tormentos no porão, subirá à coberta de volta e meia para aspirar um pouco de ar e recuperar dos enjoos, até vir a bonança, que porá a barca em bom porto, onde descerão, para continuar a encher o papo, à conta das habituais migalhas.
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Crónicas em desalinho
quinta-feira, 2 de dezembro de 2010
Relembrando...
"Do meu ponto de vista, a globalização económica é a nova forma adoptada pelo totalitarismo. O chamado neoliberalismo é um capitalismo totalitário".
“José Saramago narra el ocaso de una civilización: la nuestra”, Planeta Humano, Madrid, nº 35, Janeiro de 2001
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Cultura,
José Saramago
O Internacional Socialismo
Ao votar contra a proposta do PCP para tributar os dividendos antecipados o "ps" só confirmou a sua opção de classe e colocou-se, mais uma vez, ao lado de quem sempre esteve.
Depois de se justificar com a crise para sobrecarregar a classe trabalhadora com impostos, cortes salariais, aumento de desemprego e degradação do nível de vida, esta benesse às classes ociosas é a cereja no topo do bolo.
E também não deixa de ser uma atitute anti-patriótica, pois prejudica o Estado que, no fundo, somos todos nós. À atenção dos milhares de trabalhadores que votam nestes trastes, provavelmente não sabendo que estão a votar contra eles próprios.
É imperioso dar a volta a isto e correr com estes f..... da p.....
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Feira do Livro Usado
Uma oportunidade única, e certamente inédita na Figueira da Foz, esta que o Tubo de Ensaio proporciona. Para quem gosta de ler, e considerando que o preço actual dos livros não está ao alcance de muitos, é sem dúvida um certame a não perder.
E mais uma actividade que atesta a importância do Tubo de Ensaio como instituição cultural do concelho. Que contrasta com a tradicional, e anual, feira do livro, que ocorre no Verão, onde os livreiros cá da paróquia vendem a sua mercadoria ao preço que exibem nas respectivas montras.
A bela (e miserável) Helena
por Augusto Alberto
O insuspeito diário “Correio da Manhã”, num colossal engano, colocou uma farpa sobre os bandidos. Disse-nos aquilo que já sabíamos. Que o Banco Central Europeu empresta à banca dinheiro com juros a 1% e, de seguida, essa mesma banca empresta ao estado o patriotismo mais 7% para juros. Por isto deveremos denunciar estes ignóbeis e inúteis patriotas.
Entretanto Helena Matos, a bela Helena, que escrevinha umas coisas no Público, jornal da burguesia urbana inteligente, desarrincou uma raivosa catilinária contra os funcionários públicos e a greve geral, na linha do que o actual governo do Partido Socialista fez, logo que Sócrates assumiu o poder. Os funcionários Públicos são os malandros, porque sem eles, a nação seria melhor - foi o que, sem espinhas, escreveu.
E eu, ao arrepio, dado que esta bela Helena prefere insultar e por isso nos remete para um duro combate ideológico, aproveito para lhe dizer que em vez de bater nos que não tiveram culpa desta “merda”, aproveite as páginas do jornal inteligente onde escreve, para começar a identificar todos quantos durante estes longos anos têm andado a gozar com os dinheiros públicos e as pessoas. É por isso, desde já lembro, que seria bom pedir contas ao actual presidente Cavaco, (pequena lasca de madeira), ou simplesmente o pequeno, em quem não votei, mas creio que ela, a bela Helena, votou, quem permitiu a fabulosa derrapagem nos custos da construção do Centro Cultural de Belém, dispendiosa obra do regime. Também não ficará mal perguntar a António Guterres porque permitiu que debaixo das águas límpidas do rio Côa, fossem depositadas toneladas de betão, ou melhor, toneladas de euros, de utilidade simplesmente nula. Venceram as gravuras, mas bom teria sido que se evitasse esse despejo de dinheiro, que hoje, ainda é uma espada que sobre nós cai. Depois do mal e da caruma, Guterres, pôs-se em fuga e ainda foi premiado, como convêm a quem trata mal a coisa pública, sem antes ter dado aval aos imorais estádios de futebol, alguns, autênticas inutilidades. E por último, por exemplo, a denúncia de um magistral flop, o putativo aeroporto de Beja, que rendeu votos e a cadeira de Presidente da Câmara de Beja, a um esmifrado e insultuoso anticomunista. Um dia as coisas voltarão ao lugar, porque quem nasce lagartixa nunca chegará a jacaré.
Se a bela Helena cuidasse de fazer um jornalismo sério dir-nos-ia que “patriotas”, afinal, são estes que fazem da agiotagem e do mau desempenho público, o seu modo de vida. E ainda os que praticando relações laborais escravas aforram milhões, que por artes maiores conseguem subtrair às mãos do fisco, ou melhor, retiram-se do contributo patriótico que parece só pode ser exigido a quem trabalha por 400/500 euros e os leva, porque não chega, a terem de estender a mão à caridade, essa nova espécie de “movimento nacional feminino”. Desenharia desse modo o perfeito quadro de quem nos tem andado a chupar e a empobrecer e logo pediria nessa folha diária, para além de responsabilidades políticas e administrativas, a reposição do que roubaram e roubam ou estragaram ou estragam. É que eu conheço muito bem, bela Helena, quem tenha cansado a inteligência na universidade a tirar um curso superior de gestão e contabilidade e hoje, ande tolo com os horários, numa caixa de um supermercado, a troco de pouco mais de 400 euros.
A esta bela Helena, se por sorte me ler, quero desde já dizer-lhe que o seu texto é miserável. Para além da menina não morder de facto na mão que lhe dá o prato, consegue com essa rancorosa conduta ideológica, que todos quantos trabalham sejam mordidos, exactamente por quem lhe chega, a si, a sopa.
E não me venham com merdas, porque a paciência começa a faltar.
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