Augusto Alberto
É a verdade crua. Que promessas fizeste socialismo cubano,
que permitiste que Wilfrido Flores, presidente de Câmara da cidade de
Nahuatzen, a 380
quilómetros da Cidade do México, fosse morto a tiro, enquanto
tomava o pequeno-almoço com a sua mulher, num restaurante? Segundo dados da
Federação Nacional de Municípios do México, foram mortos 31 presidentes de Câmara
em todo o país, desde 2006. Ou
cooperamos ou cortam-nos o pescoço, acrescentou um Presidente, que garante que
pagar um “dízimo” aos criminosos, é a diferença entre a vida ou a morte. Como é
que isto se resolve, se é o estado que está aprisionado por bandidos, muitas
vezes, com lideranças dentro do próprio estado? Informações que nos chegam,
devagarinho, para não atrapalhar o desassossego, dizem que são os próprios
cidadãos, fartos da incapacidade das autoridades “democráticas”, que são muito
eficientes a proteger os interesses económicos das insaciáveis elites, mas
incapazes de defender os cidadãos, quem toma a própria defesa, face à derrota
do estado Mexicano.
Que há anos tem com o Estado Cubano um diferendo ideológico,
que tem por génese o modo como os dois estados socialmente estão organizados e
que agora reconhece simultaneamente, o falhanço na defesa dos cidadãos e o modo
como se colocaram fora da lei, por assumirem a sua própria defesa.
Ora, esta é diletante e intricada posição, porque afinal,
quem abdica das possibilidades, por estar roído e manietado, é o próprio estado
mexicano. Chegado aqui, pergunto. Como vai a “democracia” mexicana, que de 4 em
4 anos renova os seus órgãos “democráticos”, em completa “liberdade”? Vai mal!
E como vai a “ditadura” cubana, que também renova, em democracia directa, os
seus órgãos e que pelos vistos, permite uma vida tranquila aos cidadãos, apesar
de muitas dificuldades, porque a natureza não mimoseou a ilha com recursos que
o México tem? Lá vai! Que bom é, cidadão de Havana, teres a possibilidade de
treinar oboé, clarinete ou flauta, no paredão do Malecon, sem que haja o perigo
de seres molestado por um pequeno criminoso a soldo de gente que se senta no
conforto de um gabinete. É bem a preservar.
Sabes, por aqui, gente da espatifada “classe média”, também
nunca fez caso dos “dissidentes”. Confiaram em ladainhas e vantagens
“democráticas” e foderam-se. Nas arcadas do teatro Nacional de Ópera, dormem
agora embrulhados em cartão. E quando à noite de ópera, o segurança de serviço,
diz-lhes: “Arreda, arreda mendigo. Toma
cuidado, porque os pés que aí vêem, não são os pés do voluntário do exército
contra a fome, que te traz as sopas, mas os pés dos apóstolos, Pedro e Paulo.
Arreda…”