Augusto Alberto
A resposta aos últimos é simples. Remetê-los para os documentos do P.C.P., o seu programa aprovado em congresso, a sua 1ª conferência económica, realizada no longínquo ano de 1977, em que eu participei de modo muito activo, porque honrosamente e honradamente fui o responsável pela recolha de todo o material em referência à indústria dos cimentos, e a sua síntese, apresentada por um trabalhador da fábrica de Souselas, e para as conclusões também saídas da 2ª conferência económica, realizada anos mais tarde e entregues, para ler, nos lugares do poder.
De entre muitas e variadas conclusões, só quero fazer referência a pequena coisa. Do que se fala sobre agricultura: - A política agrícola e de desenvolvimento rural deverá ter como objectivos centrais o desenvolvimento e a rápida modernização da agricultura portuguesa, a melhoria da vida nos campos, o aumento da produtividade e da produção agrícola, pecuária e florestal, a melhoria do grau de auto-abastecimento de produtos alimentares essenciais, o máximo incremento das produções em que Portugal possa dispor de vantagens comparativas e a manutenção do mundo rural. Há poucos dias, neste mês de Janeiro de 2011, Basílio Horta, marajá retrógrado e recuperado para a “democracia” pela mão do Partido Socialista, disse, como se vê, o que os comunistas vêm dizendo há muitos anos e por isso acordou tarde: Portugal deverá precaver uma reserva alimentar. E em resposta o ministro Socialista da agricultura, disse: - isso não é possível porque estamos no espaço europeu e temos de respeitar as regras comunitárias.
Postas assim as coisas, quero aqui dizer, sem receio, o seguinte: - a cassete comunista, gravada em 1977 e regravada em 1993 nas suas conferências económicas, está afinal sem riscos e perfeitamente actual. O Dr. Basílio Horta, formado no fascismo assume aqui uma posição avançada, até parece que passou a democrata. Que o ministro da agricultura, António Serrano, socialista e democrata, passa a retrógrado e, mais do que isso, afirma-se pela hipoteca da nossa independência e soberania.
Ora para os preconceituosos, o que o meu candidato andou a dizer, com toda a clareza durante a campanha, foi exactamente aquilo que milhares de cidadãos discutiram, propuseram e continuam com propósito a propor e a necessitar. Resumindo, mais riqueza, melhor distribuição, mais independência e melhor qualidade de vida. Tão simples como isto. Claro está que para os preconceituosos, pelos vistos, o meu candidato de cada vez que esteve numa acção, deveria ter mandado sentar os ouvintes e ler-lhes de fio a pavio todas as conclusões das duas conferências económicas e outras. Mas acontece que essas coisas, à moda de quem lê um livrinho vermelho, não são possíveis, porque é vasto o conjunto de propostas que aos comunistas dizem respeito e só a eles, porque parece que só eles se preocupam com estas coisas da pátria.
Para acabar ainda digo que os preconceituosos ouvem sempre de viés, ou não ouvem e acabam a soletrar o que convem à voz do dono, ou então, também devem achar que afinal são todos iguais. Olhem que não! Estão errados.
Para concluir, para além de remeter para a Net quem tiver interesse por estes importantíssimos temas, onde estão publicados os dois documentos saídos das duas conferências e as intervenções do meu candidato, teremos de concluir que se as posições sobre os comunistas se mantiverem, daa duas uma: ou se tem unicamente uma mudança, a da marcha-atrás, ou então estamos perante sujeitos que carregam o esquerdismo, a doença infantil dos democratas.
Passem bem.